Empresários recebem conselhos

Florianópolis

“O ano de 2016 vai ser tão duro quanto 2015, mas será pior se nos encolhermos. Temos que dominar a crise com ações positivas e concretas”, defendeu o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte. Os empresários devem avaliar o que pode ser melhorado no âmbito de suas empresas, “fazendo o exercício da inovação, investindo o que for possível e se preparando para o crescimento, quando ele for possível”, afirmou, durante palestras a empresários catarinenses.

Apesar das incertezas políticas, da crise econômica e ética, que caminha também para uma crise social, já que houve 1,5 milhão de demissões, os empresários devem se manter firmes, afirmou Côrte. “Albert Einstein, em 1930, dizia que o mais grave da crise é quando as pessoas não se dispõem a combatê-la. Aí ela fica grave. Nós temos que reagir e não deixar que a crise domine nossas ações”, acrescentou. E sugeriu aos industriais do estado seguir a recomendação do vice-ministro da economia da Alemanha, Matthias Machnig, que em setembro, durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, afirmou que os empresários de seu país aprenderam a trabalhar independentemente do governo. “Devemos fazer os planos e tocar em frente, pois assim teremos condições de vencer a crise”, resumiu Côrte.

Alta da inflação
Ao destacar a conjuntura atual, o presidente da Fiesc alertou para a crescente alta da taxa de inflação, que deve fechar o ano em 9,9%, bem acima dos índices registrados em países como Canadá (0,5%), Alemanha (0,3%) e Estados Unidos (0,2%). No caso da indústria, os indicadores são negativos para produção industrial, que acumula queda de 7,4% até setembro, e nas vendas, que somam retração de 9,6% no mesmo período. As exportações catarinenses de janeiro a outubro diminuíram 15,8% e as importações 18,8% no mesmo período. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, registra 2% de queda nos primeiros nove meses do ano sobre igual período em 2014. O mercado de trabalho acompanha a conjuntura adversa: foram fechadas 3.259 vagas na indústria de transformação catarinense até outubro.