Dia Mundial da Adoção: professora e programador de Tubarão, encararam o desafio saboroso da adoção por 2 vezes

#Pracegover foto: na imagem há quatro pessoas, árvores e uma casa
#Pracegover foto: na imagem há quatro pessoas, árvores e uma casa

O Dia Mundial da Adoção tem como data comemorativa 9 de novembro. A iniciativa foi fundada por Hank Fortner, para celebrar a família e promover a conscientização para o ato. Além disso, é uma oportunidade também de arrecadar fundos para apoiar famílias em procedimento de adoção. A iniciativa é um ato de amor incondicional, muito maior que uma aceitação ao outro.

A professora Clésia da Silva Mendes Zapelini, 44 anos, do Colégio Dehon, de Tubarão, encarou o ‘desafio saboroso’ da adoção por duas vezes. A docente e o esposo, o programador, Clávison Martinelli Zapelini, 45 anos, casaram-se muito cedo, ela com 16 e ele 18. “Éramos bem jovens, mas diante da formação de vida que tivemos, tínhamos muita vontade de adotar. Havia planos assim que casamos de adotar uma criança e ter um filho biológico”, explica.

Ela conta que nos primeiros dez anos de casados, os dois seguiram estudando. Fizeram a graduação, pós-graduação e mestrado. Após esse período acreditavam que estavam preparados para ter os seus filhos. “Terminei o mestrado em dezembro e em janeiro engravidamos. Na época pensamos que depois do nascimento do filho biológico iríamos adotar o nosso segundo filho. Criá-los juntos desde pequenos”, conta.

O casal teve um menino, o Caio Mendes Zapelini. Quando ele tinha dois anos, o garoto foi diagnosticado com uma doença degenerativa. Ele tinha dificuldade para caminhar e o diagnóstico era de Leucodistrofia. A doença neurológica desmielinizante é causada por um erro inato do metabolismo, resultando em deficiência da enzima. “O Caio perdeu os movimentos, a fala e tinha expectativa de vida de mais um ano e meio. Nesse turbilhão de emoções, medo e angústia, não tínhamos espaço para adoção naquele momento. Não daríamos conta de lutar. Aguardamos um pouco a adoção e fomos cuidando do Caio”, expõe.

Após o diagnóstico, o casal seguiu com os cuidados do filho biológico, o menino veio a óbito quando tinha pouco mais de 10 anos. Nesse período de tratamento, a criança teve e deu aos seus pais inúmeras alegrias de vida. O menino participou da São Silvestre por duas vezes, frequentou a escola, viajou e brincou muito. Depois do falecimento da criança, o casal foi ao fórum da Comarca de Tubarão, para ter em mãos as documentações, pois tinham certeza que desejavam aumentar a família.

Clésia explica que ela e o esposo fizeram o curso, participaram da entrevista e seguiram todos os trâmites necessários. “Quando estávamos quase chegando na fila da adoção, uma amiga, que hoje, é também minha comadre, Milene Kinderman e o esposo Alessandro Kinderman, receberam uma ligação de que teria uma menina de 12 anos, que estava para adoção. O perfil que a Milene desejava. Ela adotou a Ana e a criança tinha mais dois irmão”, pontua.

Segundo Clésia, Milene relatou que a adoção da filha Ana tinha sido muito tranquila e a experiência era muito bonita. Ela contou que um dos irmãos da menina era o Samuel de 9 anos e o mais velho, o Gabriel de 14 anos. “Pensamos como adotar uma criança de 9 anos, a irmã de 12 anos, já tinha sido adotada e reside em Tubarão, e deixarmos uma outra criança no abrigo? Tudo foi muito rápido. Enviei a foto para o meu esposo e ele disse que os dois meninos eram os nossos filhos”, enfatiza.

Clésia e o esposo foram na semana seguinte para São Paulo e lá conheceram os filhos, que residiam em um abrigo. De acordo com a docente, era impossível adotar o menor e deixar o maior em São Paulo, inclusive porque a menina e o garoto mais novo cresceram juntos, em outro Estado, o de Santa Catarina. “Nos encantamos pelos dois. Conhecemos eles na segunda-feira, fizemos todo o processo e na quinta-feira o juiz autorizou o processo de adoção. Na vinda para Santa Catarina passamos no Beto Carreiro. Acreditávamos que eles ficariam empolgados, mas não, o que eles queriam era conhecer a casa deles, o armário. O mais lindo foi ver eles chegarem em Tubarão e depois de um mês e meio abraçarem a irmã”, lembra.

Gabriel e Samuel foram adotados por Clésia e Clávison há três anos. A docente conta que não foi um processo difícil, mas com desafios. “Eles passaram por outras experiências de vida. São presentes grandiosos que tivemos. Deus é muito sábio em dar aquilo que precisamos. Sinto no meu coração que eles se sentem muito bem. Eles são filhos maravilhosos e a cada desafio conseguimos resolver”, comemora.

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