Departamento antidrogas: Criação do órgão é debatida

Em pouco mais de um ano e meio, Arthur já fez 70 palestras sobre o tema.
Em pouco mais de um ano e meio, Arthur já fez 70 palestras sobre o tema.

Wagner da Silva
Braço do Norte

A criação do departamento municipal antidrogas de Braço do Norte integra a pauta da palestra do advogado e ex-policial federal Arthur de Almeida. Ele apresentará a experiência do primeiro departamento antidrogas do país, do Brasil, criado no ano passado pela prefeitura de Colombo, região metropolitana de Curitiba, no Paraná.

Arthur é o diretor do departamento no município paranaense de aproximadamente 250 mil habitantes, e conseguiu ótimos resultados com a implantação de dois projetos de envolvimento social, que trabalham a prevenção às drogas. O primeiro foi oferecer alternativas de atividades a crianças e adolescentes. O outro como foco a identificação e internação de usuários.

Após o fechamento da Associação Anselmo Tramontim (Astra), as únicas ações de prevenção ao uso de drogas em realizadas em Braço do Norte, estão resumidas as prisões de traficantes. “O projeto desenvolvido em Colombo não tem o objetivo de acabar com as drogas, mas reduzir os índices de dependência. Lá, a criação do departamento foi fundamental para isso. Por isso acho importante passar a nossa experiência para outros gestores municipais”, explica.

Para a presidenta do conselho da comunidade, Zélia Della Giustina Guinzani, a palestra pode abrir as portas para um trabalho mais eficaz em Braço do Norte. “A falta de ações deixou o município desassistido. Com a criação do departamento, quem sabe abrimos um espaço mais amplo para o diálogo”, incentiva Zélia.

Serviço
Arthur de Almeida ministrará sua palestra amanhã, às 8h30min, na escola Dom Joaquim, em Braço do Norte.

Proposta é incrementar a discussão nas escolas

O método de prevenção às drogas desenvolvido pela prefeitura de Colombo, quando à criação do departamento municipal antidrogas, é baseado na educação. Os projetos envolvem crianças a partir de 10 anos. Os professores realizam oficinas sobre e os resultados são avaliados a longo prazo.

“Acredito que seja possível varrer este mau da sociedade de bem. A droga é uma espécie de cólera social e o caminho para isso é a educação. Além disso, por meio dos filhos, conseguimos também atingir os pais”, valoriza Arthur de Almeida, diretor do departamento antidrogas de Colombo. Ele acredita que o caminho é debater o assunto abertamente, especialmente entre os adolescentes.

“Escolhemos trabalhar os projetos junto das escolas por conta do tamanho da cidade. Colombo tem 250 mil habitantes. Em um ano percebemos que conseguimos acelerar o processo de informação. Daí os resultados positivos. Se lá foi assim, imagine como seria em cidades do tamanho de Braço do Norte, por exemplo. Os níveis de dependência química poderiam chegar próximos a zero”, considera o ex-policial federal.