Crise na Bolívia: Centenas de brasileiros pedem ajuda ao consulado para sair

Brasília (DF)

Os brasileiros que vivem em Santa Cruz de la Sierra, capital do departamento de estado de Santa Cruz, formaram longas filas no consulado do Brasil nesta sexta-feira por causa de temores de um agravamento da crise na Bolívia. Funcionários do consulado contaram que, até semana passada, cerca de dez brasileiros apresentavam-se diariamente. Nestes três últimos dias, o total subiu para mais de 200 pessoas por dia.
O consulado analisa a possibilidade de ampliar o horário de atendimento ao público – que atualmente é das 9 às 15 horas. Nesta sexta-feira, depois deste horário, mais de 100 pessoas permaneciam na fila.

Elas querem fazer a chamada “matrícula consular”, uma espécie de cadastramento dos brasileiros residentes no exterior – formalidade que ajuda o consulado a localizar as pessoas em situação de emergência.
Estima-se que entre quatro e sete mil brasileiros vivam em Santa Cruz de la Sierra – a maioria universitários. As universidades são mais baratas na Bolívia do que no Brasil e no país vizinho não existe vestibular. Por isso, os cursos de medicina e engenharia, principalmente, são frequentados por estudantes brasileiros.

Toda a crise política na Bolívia deu origem, agora, a uma crise diplomática. Na ocasião da descoberta dos danos que prejudicaram o envio de gás para o Brasil, Morales afirmou que os seus opositores contam com apoio dos EUA, porque têm idéias separatistas. Ele, então, expulsou o embaixador americano em La Paz, Philip Goldberg. No dia seguinte, os EUA fez o mesmo com o embaixador boliviano Gustavo Guzman.