Crise mundial: EUA fazem bolsa cair de novo

São Paulo (SP)

Mais indicações negativas da economia dos Estados Unidos derrubaram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) pelo terceiro pregão consecutivo ontem, levando o mercado ao pior patamar desde setembro. Agora, a queda acumulada pelo mercado acionário brasileiro em 2008 já é de 10,7%.

O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, teve desvalorização de 2,96% nesta sessão, aos 57.036 pontos. No pior momento do dia, o índice chegou a 56.734 pontos. O volume de negócios na bolsa foi de R$ 6,56 bilhões. As ações preferenciais da Petrobras, as mais líquidas da bolsa, cederam 5%, a R$ 70,85. As da Vale registraram alta de 0,77%, para R$ 45,70.

Os mercados acionários globais caíram nesta sessão, frustrados com a forte queda da atividade manufatureira no Meio-Atlântico dos EUA em janeiro. O índice do Federal Reserve da Filadélfia caiu para menos 20,9 neste mês, enquanto economistas previam uma leitura de menos 1,0. “O dado do Fed Filadélfia foi um desastre. Nós realmente não estávamos esperando isso”, disse Joe Saluzzi, co-gestor de negócios na Themis Trading, em New Jersey.

Os investidores também acompanharam a divulgação do maior prejuízo trimestral na história do Merrill Lynch. Como outros bancos de Wall Street, a instituição enfrentou pesadas baixas contábeis relacionadas aos problemas no setor imobiliário norte-americano de alto risco.

Pesquisa com 250 economistas dos países mais desenvolvidos do mundo aponta que os EUA enfrentam 45% de chance de uma recessão. O chairman do Fed, Ben Bernanke, em testemunho ao comitê orçamentário da câmara, fez uma avaliação desanimadora da saúde da economia e reiterou que o banco central do país está pronto para agir agressivamente para conter os riscos de recessão.