Celebrações da Sexta-feira Santa são reinventadas em meio a pandemia

Liliane Dias

Tubarão

Considerada uma das datas mais importantes para os católicos, a Sexta-feira Santa celebra a Paixão de Jesus Cristo. A celebração ocorre sempre na sexta-feira que antecede a Pascoa, que representa a ressurreição de Jesus. Este é o único dia do ano em que não ocorrem missas. “São realizadas apenas as celebrações da Paixão ou Solene Ação Litúrgica. Este, também é o único dia em que não se pode celebrar sacramentos e nem a missa”, explica o pároco da Catedral, Eduardo Rocha.

Padre Eduardo acrescenta, que é o momento mais difícil vivido por Jesus na terra e é um marco para os cristãos católicos. “Jesus foi submetido a um julgamento injusto, muito rápido e foi condenado a morte de cruz, que era uma morte expiatória, considerada muito vergonhosa naquela época. Para nós, a cruz é a expressão do amor e da graça de Deus, que do alto do calvário se derramou por cada um de nós, para nos resgatar e nos abrir as portas da eternidade”, detalha.

Para os católicos, este momento representa a liberdade, ou seja, consciente de sua liberdade e também movido pelo amor. “Porque a cruz para os católicos não é a derrota de Deus, mas sim, a sua entrega de amor por cada um de nós. Pois, ao olharmos para a cruz celebramos este momento não dando glória. Estamos trazendo ao nosso coração o momento de suplício de Jesus em que ele, plenamente livre aceita a cruz e oferece a sua vida para nos resgatar dos nossos pecados”, pontua.

A cruz é um símbolo do amor de Deus, que se ‘entregou que se derramou na cruz’ para resgatar a todos dos pecados e por isso, é um momento muito especial na liturgia católica. “É dramático porque na cruz de Jesus lembramos de todas as dores e todo o sofrimento da humanidade, na cruz o próprio Deus toca a dor, a fragilidade humana, os limites da natureza humana e ao mesmo tempo toca a ferida humana. Deus toca nossa humanidade ferida e também nos resgata. Porque na cruz ele consegue recapturar tudo e abre para nós as portas da eternidade”, reforça.

O momento de hoje, às 15h, que foi o momento em que Jesus morreu. “Deus experimenta a morte e a acolhe. Para que desta experiência do aniquilamento total, possa alcançar a humanidade outrora aniquilada pelo pecado, para que possa nos resgatar. Então quem faz isso? Jesus. Ele assume a radicalidade da existência humana, a morte na cruz e por isso nos toma para Deus e nos coloca de novo em seu colo”, explica.

Por que crucificá-lo?

A intenção das autoridades romanas e judaicas era de fazer com que a morte de Jesus se tornasse um exemplo e que os seguidores não cometessem o mesmo crime por parte dos judeus. “Jesus recebeu a acusação de se dizer filho de Deus. Para eles, era uma ofensa. Por parte dos romanos os judeus tentaram dizer que jesus se opunha a César passando a ideia de que se tratava de um subversor. Por conta disso, Jesus foi condenado a morte de cruz”, expõe o pároco.

Por que não comer carne na Sexta-feira Santa?

A abstenção de carne neste dia ocorre em respeito ao derramamento do sangue de Jesus Cristo durante o seu sacrifício. Além disso, muitos religiosos destacam que a realização do jejum é uma prática daqueles que desejam ser afastados do pecado.

Essa tradição do catolicismo opõe-se ao consumo de carne vermelha e de frango nesse dia. Dentro desse costume é comum, que nesse dia as pessoas substituam o consumo dessas carnes pelo peixe.

Transmissões

Na catedral de Tubarão, a transmissão ocorrerá às 15h, pela Unisul TV, TV Tubá, Rádio Tubá e pelo facebook e instagram da Catedral. “Não haverá público presente no local, apenas uma pequena equipe para a liturgia e para os cantos”, detalha o pároco.

No Sábado de Aleluia (11), haverá transmissão da Santa Missa às 19h, e no domingo da Páscoa às 9h. “As duas celebrações serão transmitidas da mesma forma”, finaliza o padre Eduardo.