Atenção redobrada, Mercúrio está retrógrado. Saiba o que significa

Ao fim da semana, a sensação pode ter sido que um tufão atravessou os dias. Tem quem aposte na falta de manutenção ou culpe os sistemas pelas falhas na comunicação, mas os fãs de astrologia tem uma explicação que vem movimentando as redes sociais desde o início do mês de março. Para eles, é “tudo culpa do Mercúrio retrógrado”. Mas, afinal, você sabe do que se trata ou faz parte do grupo que não vê a hora do planeta voltar a seu movimento normal?

De acordo com o astrólogo Fábio Mascarenhas, responsável pelo site Astrologia BH, em termos físicos, o movimento retrógrado de um planeta acontece quando ele tem reduzida sua velocidade em relação à Terra e, para quem o vê daqui, parece que ele está “andando para trás”. Contudo, para a astrologia há um significado mais introspectivo para o movimento planetário.

“É como se o planeta perdesse um pouco da força, da intensidade e esse movimento faz com que esse planeta ganhe um novo significado do ponto de vista astrológico. Por ser um planeta mais rápido, Mercúrio fica retrógrado mais vezes ao ano”, explica.

Mas o que isso tudo tem a ver com celulares que caem com mais facilidade e carros estragando? Segundo Mascarenhas, Mercúrio é o planeta que rege a comunicação, os meios de comunicação, os meios de transporte e as estradas. “Quando ele fica retrógrado, o que acontece é que tudo fica um pouco travado, os carros estragam, as redes sociais caem. Tudo relacionado à comunicação pode ser prejudicado. Por isso, durante esse movimento, é preciso pensar bastante antes de falar”, justifica o astrólogo.

A fotógrafa Marcela Polido é o retrato claro de quem está sofrendo na pele os efeito do movimento planetário tão temido. Desde o dia 5 de março, ela tem enfrentado cancelamentos de compromissos e atrasos para reuniões. “Eu nunca tinha ouvido falar em Mercúrio retrógrado. Mas esse ano comecei a observar algumas coisas e alguns acontecimentos batiam com o que eu tinha lido sobre”, comenta. No momento da entrevista, inclusive, ela havia acabado de pedir um carro de aplicativo, o motorista errou o caminho e ela ia se atrasar para um evento.

Não menos dramática foi a semana de estudante de geografia, que não quis ser identificada. Ela enfrentou sérios problemas de comunicação em seu estágio e, por um desvio de mensagens no WhatsApp, talvez não consiga receber a bolsa no próximo mês. Agitada pelo Mercúrio, a jovem foi até o supermercado neste sábado (16) para comprar um sorvete, mas voltou para casa com pó descolorante e, sem pestanejar, descoloriu o cabelo.

“Além de estar retrógrado, Mercúrio está em Peixes e isso requer mais atenção. É um momento de recuar o pensamento e também evitar tomar decisões precipitadas. Se puder esperar para decidir algo, é bom. Toda comunicação fica prejudicada”, explica o astrólogo.

Você sabe como sobreviver ao ‘Mercúrio retrógrado’?

A astróloga e influenciadora digital queridinha do Instagram, Isabella Mezzadri, explica diariamente o movimento dos planetas e como isso pode afetar quem crê na astrologia.

Em um de seus stories, ela explica que, para quem quer sobreviver sem maiores traumas a um período de Mercúrio retrógrado, uma dica certeira é colocar capa e película no celular.

Mascarenhas concorda e vai mais fundo. “Pense cinco vezes antes de falar algo que seja delicado e pense muito bem em todas as decisões que precisam ser tomadas. Se você puder adiar decisões importantes até o dia 28, quando Mercúrio volta a seu movimento normal, é ainda melhor”, aconselha.

Para ele, a principal dica para sobreviver ao movimento planetário é saber que ele vai passar. “As pessoas me procuram e dizem ‘ai, Mercúrio é horrível’ ou ‘estou sofrendo tanto’, saber que vai acabar traz um alívio, não é preciso desesperar”, conta.

Afinal, o que a ciência pensa sobre isso?

Gregório Fonseca é engenheiro e doutorando em Comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e estudou durante algum tempo o que são as pseudociências, conjuntos de saberes que se apresentam como científicos, mas que não seguem um método científico. “Nesse grupo podemos enquadrar a astrologia, um grupo de conhecimentos milenares, mas que não podem ser encarados como ciência”, explica.

Para ele, a loucura que Mercúrio retrógrado provoca nas pessoas não possui qualquer embasamento científico. “O fato das pessoas não conseguirem encontrar as causas para alguns problemas pode tendenciá-las a procurar uma razão para isso. Eu não quero desqualificar as pessoas que associam acontecimentos à movimentação dos astros, mas o fato de você não encontrar uma causa para um fenômeno não quer dizer que você pode associá-lo a uma causa astrológica”, pontua