Alunos da Unisul propõem alternativas para a indústria

O estudante Rennan Medeiros, do quinto semestre do curso de engenharia civil, pesquisa a reutilização do E.V.A desde o primeiro semestre na universidade de Tubarão  -  Foto:Unisul/Divulgação/Notisul
O estudante Rennan Medeiros, do quinto semestre do curso de engenharia civil, pesquisa a reutilização do E.V.A desde o primeiro semestre na universidade de Tubarão - Foto:Unisul/Divulgação/Notisul

 

Tubarão
 
Anualmente, a indústria calçadista de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul gera um montante de 200 toneladas de lixo, composto por resíduos de E.V.A. (borracha) que sobram da produção de sapatos. Mas o estudante Rennan Medeiros, do quinto semestre do curso de engenharia civil da Unisul, de Tubarão, encontrou uma maneira de reutilizar o material.
 
No laboratório de materiais e solos da universidade ele pesquisou a eficácia dos resíduos de E.V.A para a utilização como isolante acústico. Ao longo de um ano, o acadêmico fez testes que comprovaram a eficácia do projeto. 
 
Sob a orientação da responsável pelo laboratório, professora Lucimara Aparecida Schambeck Andrade, a proposta de revestimento de Rennan não só atendeu às normas exigidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) como se mostrou mais eficiente.
 
Enquanto os revestimentos acústicos utilizados pela indústria permitem a vazão de 35 decibéis – o limite exigido é de 40 – o isolante proposto por Rennan deixa passar apenas 20 decibéis. Para o estudante, a ideia beneficia o meio ambiente, ao reutilizar um material que seria jogado no lixo. O laboratório de materiais e solos da Unisul trabalha na linha de reutilização de resíduos desde 1999. 
 
A argamassa que vem do lixo
Outros projetos do laboratório de materiais e solos da Unisul, de Tubarão, chamam a atenção. As duas ideias visam reutilizar entulhos da construção civil para a produção de argamassa e para bases de pavimentação.
O primeiro, executado pela ex-aluna do curso de engenharia civil Luana Xavier Rodrigues, buscou desenvolver a argamassa a partir dos resíduos provenientes de obras de demolição e reformas.
A ideia da acadêmica foi substituir a areia e a brita pelo material obtido com os entulhos. Os testes feitos no laboratório comprovaram a mesma eficiência da argamassa usual.
O segundo projeto foi realizado pela aluna Amanda Bianchini, do nono semestre de engenharia civil. O objetivo era verificar o comportamento mecânico de misturas com resíduo de construção, cinza, solo e cal, para utilização na regularização de bases para a pavimentação de vias.
O projeto dela também atendeu às normas exigidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e demonstrou a mesma capacidade do utilizado pelo mercado.