A importância da genética no ganho de peso

Hoje, 11 de outubro, é o dia mundial da obesidade. A data é importante pois tem como objetivo chamar a atenção para um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. Recentemente, o Ministério da Saúde apresentou os dados de 2018 do VIGITEL –a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, realizada com maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, sobre diversos assuntos relacionados à saúde. 

De acordo com os dados, houve um aumento de 67,8% na prevalência de obesidade em relação ao ano de 2006. A pesquisa também mostra que 55,7% da população brasileira tem excesso de peso e 19,8% já está obesa. O grande problema é que a obesidade pode causar ou agravar uma série de problemas de saúde, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, osteoartrose, entre tantas outras condições. Tudo isso acaba por diminuir a qualidade de vida e longevidade da população. Mas um problema seríssimo que pessoas com obesidade também sofrem é o preconceito.

No dia de hoje é fundamental difundir o conceito correto de que obesidade não é uma questão de escolha e sim uma doença complexa. São inúmeros fatores que fazem o mundo cada vez mais “engordativo”. Mas a capacidade de ganhar peso diante desses diversos fatores é geneticamente determinada. 

Não ocorre com todos. Precisa ter tendência. Isso é bem claro na literatura médica e estudos clássicos seja com  gêmeos idênticos expostos a superalimentação, ou estudos com crianças adotadas que tem um peso muito semelhante ao peso dos pais biológicos ao invés de ter peso semelhante aos dos pais adotivos que compartilham o mesmo ambiente, nos mostra que a genética tem um participação importantíssima nesse processo. As pesquisas indicam que 40 a 70% do nosso peso depende da nossa predisposição genética. 

Daí essa predisposição aliada a fatores ambientais faz com que alguns indivíduos tenham forte tendência a engordar, outros tem uma chance menor e alguns são resistentes a obesidade. E não existe um único gene, mas sim centenas deles que regulam nossa fome, nossa saciedade, nossa vontade de comer e até como percebemos o sabor dos alimentos. Além disso, temos genes que regulam o nosso metabolismo, nossa capacidade de queimar calorias com exercícios ou mesmo genes que influenciam a nossa composição corporal.

Quem não conhece alguém que é muito magro e que sonha em ganhar uns quilos extras, sem sucesso. Come alimentos hipercalóricos, faz musculação, evita o aeróbico e a balança muda muito pouco. Para alguns, ganhar peso é bem mais difícil do que emagrecer. E numa situação como essa, ninguém diz que é uma questão de “força de vontade”… As pessoas precisam respeitar mais aquelas que sofrem com a obesidade e conhecer melhor os mecanismos que regulam o peso corporal. #obesidadeeutratocomrespeito .