Fabinho, ex-jogador do Tubarão, morre em acidente de carro no Oeste de SC

Maravilha

O acidente de trânsito ocorreu na madrugada desta sexta-feira (2), por volta das 3hs55, na BR-282, nas proximidades da entrada do CTG Juca Ruivo. Foi uma colisão entre um veículo Peugeot 307, placa de Chapecó, e um caminhão, com placa de Maravilha. O carro era conduzido por Fábio de Azevedo (Fabinho), de 41 anos, morador de Maravilha, que ficou gravemente ferido, e acabou indo a óbito no Hospital São José. Ele era treinador das categorias de base do Clube Recreativo de Maravilha (CRM), e Associação de Pais e Amigos do Futebol (Apaf). 

No carro também estavam outros dois passageiros, um adolescente de 13 anos (filho do motorista) e um homem de 37 anos, conduzidos pelo Samu ao Hospital São José. 

O caminhão era conduzido por um homem, que relatava dores, mas acabou ficando no local. A Polícia Militar de Maravilha, e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também estiveram no atendimento do acidente.

Trajetória

Fabinho iniciou sua carreira como atleta profissional aos 11 e encerrou aos 36 anos de idade. Desde a infância, gostava de futebol, mas na verdade não se imaginava um grande jogador no futuro. Nascido na Bahia, ele teve uma infância humilde e difícil, depois de perder a mãe já nos primeiros meses de vida, e aos 11 anos a avó. Fabinho também não tinha muita proximidade com o pai, mas aos 11 anos viu uma porta se abrir quando recebeu um convite para fazer parte das categorias de base do Vitória, em 1988.

O jovem atleta treinou no Vitória por dois anos, e depois ingressou no juvenil do Guarani de Campinas – São Paulo. Na equipe paulista, Fábio foi profissionalizado e logo em seguida emprestado para o União São João de Araras, também de São Paulo, clube com o qual permaneceu por quatro anos, e disputou seu primeiro campeonato brasileiro da série A, em 1998. 

No ano seguinte, Fábio veio para Santa Catarina, onde passou por várias equipes, entre elas o Tubarão, Clube Marcílio Dias de Itajaí, e Inter de Lages. No ano de 2002 o atleta, de origem humilde e grande talento em campo, fez sua primeira excursão internacional junto com o Tubarão, para a Alemanha. Na época, ele foi o único jogador do Tubarão que permaneceu na Alemanha, após ser emprestado para uma equipe de segunda divisão do país europeu. 

Em 2003, Fábio voltou para o Brasil e logo em seguida assinou contrato com a Chapecoense. Naquele mesmo ano, o atleta que estava no auge de sua carreira, foi convocado para defender a seleção de Togo, um país africano. Ele vestiu a camisa de Togo por três meses, temporada em que disputou as eliminatórias pela Copa das Nações. Sua atuação lhe rendeu a dupla nacionalidade – brasileiro e togolês. 

Da Chapecoense, Fabinho foi vendido para o CD Águila, de El Salvador onde permaneceu até 2008. Durante seu contrato com o Águila, ele também foi emprestado para outros clubes de El Salvador. Depois de sua passagem pela América Central, o atleta voltou ao Brasil, para jogar com a Chapecoense, vestindo a camisa do clube na “subida” para a série C, e B do Campeonato Brasileiro. Em 2010, Fábio voltou para sua terra, firmando contrato com o clube Bahia de Feira de Santana, onde encerrou a carreira aos 36 anos. Foram 25 anos de atuação em campos de quatro continentes, lembrado sempre como um atleta ágil e com muita capacidade para dribles. 

Em 2011 Fabinho retornou para Santa Catarina, com a esposa Jaqueline e filho Gabriel, fixando moradia na cidade de Maravilha. Na Cidade das Crianças, o casal teve a segunda filha, Kiara. Sem conseguir se desligar completamente do esporte, Fabinho logo começou a jogar como atleta amador, ingressando na equipe do Guarani da Sanga Silva. Ele também jogou pelo CRM Maravilha, além de integrar a comissão técnica do clube.