Funcionários do HST declinam por greve

Paralisação inicia neste sábado e prossegue até que pagamento do salário de dezembro seja quitado

Foto: Julio C. Longuinho/  Repórter Sul/Divulgação/Notisul
Foto: Julio C. Longuinho/ Repórter Sul/Divulgação/Notisul

Willian Reis
Braço do Norte

Os funcionários do Hospital Santa Teresinha (HST), em Braço do Norte, decidiram, em hoje ontem à noite, entrar em greve até que seja pago o salário do mês de dezembro. Amanhã, a decisão será encaminhada à direção da instituição de saúde, mas a paralisação das atividades só começa após 72 horas da decisão, ou seja, a partir da noite de sábado.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Tubarão e Região, Denise Matos de Freitas, somente serão mantidos os serviços de urgência e emergência, porém, somente com 30% do efetivo. Dos 128 profissionais do hospital, 90% participaram da assembleia. Denise afirma que a proposta foi aceita por unanimidade.

O gerente administrativo do hospital, Edvan Della Giustina, afirma que entre esta sexta e a próxima segunda-feira, o governo do Estado deve repassar cerca de R$ 300 mil em recursos. A quantia é o suficiente para quitar o salário dos funcionários, que deveria ter sido depositado no quinto dia útil deste mês e, ao todo, soma R$ 202 mil.

Desde a última segunda, por causa da crise financeira no setor, o hospital está atendendo apenas os casos de urgência e emergência. O gerente explica que a situação se deve ao atraso nos repasses do Estado e do município de Grão-Pará, que tem um débito de R$ 230 mil. Além disso, o ano de 2016 registrou aumento no preço dos produtos usados pelo hospital, muito maior do que em épocas anteriores. Em contrapartida, a tabela do SUS, que serve de referência para o convênio do hospital com o Estado e municípios, está defasada há anos.

“É uma luta diária”, resume o gerente do hospital, onde 85% dos atendimentos são provenientes do SUS.

O Santa Teresinha é um órgão privado, mas mantém convênios com o Estado e municípios de Braço do Norte, Gravatal, São Ludgero e Grão-Pará, para receber pacientes da rede pública de saúde. Por causa desta alta, os novos valores dos convênios, já em discussão, devem ser reajustados.