Filipinas anuncia reabertura do mercado de carnes para o Brasil

Santa Catarina é o maior produtor nacional de carne suína   -  Foto: Divulgação/Notisul
Santa Catarina é o maior produtor nacional de carne suína - Foto: Divulgação/Notisul

Braço do Norte

Conhecido como o maior fornecedor brasileiro de carne suína e de frango, o Estado de Santa Catarina, principalmente a região Sul, recebeu uma boa notícia. O departamento de Agricultura do governo das Filipinas emitiu um memorando reabrindo o mercado do país para a carne de frango, de suíno e de bovino do Brasil. As Filipinas deixaram de importar produtos brasileiros em setembro deste ano. O documento emitido pelo governo afirma que o sistema brasileiro atende às normas de segurança alimentar e saúde animal, cumprindo com todas as determinações impostas pelos órgãos reguladores daquele país.

De acordo com as estimativas do United States Department of Agriculture (USDA) para o ano de 2017, Filipinas é o 10º maior consumidor de carne suína do mundo e o 9º maior importador. Santa Catarina responde por toda a carne suína exportada pelo Brasil para as Filipinas. Só este ano, de janeiro a setembro, já foram embarcadas 1.667 toneladas de carne suína, faturando US$ 2,83 milhões. Segundo o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, a retomada das exportações para o país dá um novo fôlego ao agronegócio local. “Em Santa Catarina, sanidade animal e vegetal são prioridades. Investimos muito para que o nosso Estado fosse referência em saúde animal e isso tem um impacto muito grande na busca e manutenção de mercados importantes”, afirma.

Apesar da abertura da reabertura do mercado filipino, o Estado ainda analisa as consequências da decisão do Serviço Federal Sanitário e Fitossanitário da Rússia sobre a suspensão da importação de carne suína produzida no Brasil, devido à presença de ractopamina e outros estimulantes para o crescimento muscular dos animais.


Alta competitividade interna preocupa produtores

O uso de ractopamina é permitido no Brasil e nos Estados Unidos, porém, proibido na Europa e na Ásia. Para evitar qualquer tipo de contaminação, o Brasil utiliza o sistema de segregação de suínos para exportação de carne para a Rússia e Japão, por exemplo. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, ressalta que o sistema catarinense de produção de carnes é extremamente confiável, tanto que o Estado tem acesso aos mercados mais exigentes do mundo e passa constantemente por auditorias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e também da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, apesar do embargo russo, os pequenos produtores da região Sul não sofrerão o impacto. “Para o pequeno produtor, o mercado internacional não é o problema, mas, sim, o mercado interno, que está em constante crescimento. Infelizmente estamos sofrendo uma competição produtiva entre os próprios Estados, e quem paga a conta é o produtor local. Os insumos estão cada vez mais caros, e a competitividade acentuada dificulta a retomada de preços”, avalia.