Estragos são visíveis em vários municípios

Na comunidade da Madre, os moradores tiveram que recorrer a barcos em alguns trechos.
Na comunidade da Madre, os moradores tiveram que recorrer a barcos em alguns trechos.

Karen Novochadlo
Tubarão

As intensas chuvas dos últimos dias provocaram estragos em todo o sul catarinense. Jaguaruna e Armazém decretaram situação de emergência, possibilidade cogitada também pelas prefeituras de Sangão, Laguna e Tubarão.
Em Jaguaruna, 28 bairros foram atingidos. Três pontilhões em Pontão, Jabuticabeira e Riacho dos Franciscos foram interditados e vias municipais destruídas. Em alguns trechos, nas áreas rurais, o Rio Jaguaruna transbordou. O balneário Camacho foi bastante afetado e o atendimento precisou ser interrompido no posto de Estratégia Saúde da Família (ESF) e no Centro Comunitário.

Em Tubarão, o Rio Seco transbordou e inundou parte da Estrada Geral da Madre. Alguns veículos ficaram impossibilitados de fazer a travessia. Ruas do Bom Pastor também ficaram alagadas. No Caruru, um riacho extravasou. No bairro Dehon, a água invadiu trechos das ruas Simeão Esmeraldino de Menezes (que liga a rodoviária à Unisul), Padre Geraldo Spettmann (da rodoviária), Silvino Moreira Lima Sobrinho, Anastácio Teófilo Teixeira, Luiz Saviatto e Alberto Motta (estas últimas também nas proximidades da rodoviária). Um trecho da rua dos Ferroviários, em Oficinas, ficou inundado. Foram registrados alagamentos também nos bairros Vila Moema e Recife.

O coordenador da Defesa Civil Municipal de Tubarão, José Luiz Tancredo, pede que a população fique atenta às encostas de morro, porque o solo está bastante úmido e podem ocorrer deslizamentos. Um já foi registrado no Fábio Silva.
Segundo a secretaria de infraestrutura da prefeitura de Tubarão, serão necessários 40 dias para recuperar toda a malha viária. Por volta das 16 horas, o Rio Tubarão atingiu, no perímetro urbano, 4,25 metros.

Trânsito na BR-101 é afetado
A chuva também atrapalhou o tráfego na BR-101. Um trecho no bairro Bandeirantes, em Capivari de Baixo, ficou alagado ontem. Um percurso aproximado de 300 metros ficou coberto por uma lâmina de água de dez centímetros. Durante três horas, somente caminhões passavam pelo trecho.
Em Palhoça, dois pequenos deslizamentos foram registrados no Morro dos Cavalos, um próximo ao acesso à praia do Sonho e outro nas proximidades da obra da parede de contenção. Nos trechos próximos a Araranguá e Maracajá, não houve alagamentos.

Vem mais chuva em setembro
Hoje, uma frente fria começa a se instalar no sul do estado. As chuvas devem dar uma trégua, contudo, há a possibilidade de ventos fortes, de 60km/h a 100 km/h. De acordo com a Defesa Civil do estado, desde segunda-feira até ontem, choveram 75 milímetros de água.
Este mês, a Estação Oregon, na Vila Moema, em Tubarão, registrou 282 milímetros. Setembro também promete ser bastante chuvoso.

A situação está crítica em Laguna
As estradas do Farol de Santa Marta e de Campos Verdes, em Laguna, foram bastante prejudicadas com as chuvas dos últimos dias. “Muitos ônibus e caminhões ficaram atolados”, relata o secretário de obras e saneamento da prefeitura, José Delfino. Em alguns locais, existem crateras de um metro de profundidade. Os bairros Progresso e Mar Grosso sofreram alagamentos. Na rua Júlio Maurício, 70% das casas foram alagadas.
Em Imbituba, de acordo com o diretor do departamento de Defesa Civil da prefeitura, Maurício Pires, ocorreram alagamentos no bairro Nova Brasília. “No domingo, nós terminamos de arrumar as estradas do bairro. Mas as chuvas de segunda-feira destruíram o trabalho. Temos que fazer tudo de novo”, lamenta Maurício. No Porto do Vila, uma árvore de 40 metros caiu devido ao solo úmido. Ninguém foi atingido.

Em Imaruí, algumas estradas foram destruídas. Em Orleans, uma família foi retirada de uma área de risco. Também houve quedas de barreiras nas comunidades de Rio Pinheiro e Oratório. Em Braço do Norte, nenhuma ocorrência foi registrada pela Defesa Civil. Em Sangão, muitas vias municipais foram danificadas, principalmente em Campo do Sangão.
Em Santa Catarina, 225.732 pessoas foram afetadas, 2.889 desalojadas e 627 desabrigadas. Mais de cinco mil residências foram danificadas. Oito municípios já decretaram situação de emergência e dois estado de calamidade pública.