Estrada do Farol (via Congonhas): sonho antigo com novos problemas

 

Há 60 anos – temos prova disso – já se falava que uma das boas saídas para o tubaronense conseguir ter uma praia balneária à sua disposição, fácil e perto, era abrir uma reta pela Estrada de Congonhas que ia dar lá nas belas praias do Farol de Santa Marta. Hoje, sabe-se, ela está aberta, mas todos sabem também dos problemas sérios de tráfego, por conta de não ter uma ponte adequada. A que está lá, que é pau puro, aos poucos está caindo aos pedaços e ninguém toma providência.
 
Será que é preciso ocorrer um acidente com morte por lá para a coisa decolar? – Tomara que não se chegue a esse ponto! – Mas voltando aos velhos tempos, só para mostrar que alguém já vislumbrava um passo à frente na necessidade de uma melhor qualidade de vida à gente tubaronense, vale prestar atenção neste texto do jornal “A Imprensa”, de Manoel Aguiar, publicado em 23 de maio de 1942, no auge da Segunda Guerra Mundial:
 
“Praia Balneária de Tubarão – Não constitui nenhuma temeridade afirmar-se que Tubarão poderá, como muitas outras cidades, ter a sua praia de banho. Afastada cerca de 10 quilômetros do Atlântico, não custaria muito alto uma estrada de rodagem até suas praias. 
 
Partindo de Tubarão, a rodovia iria até Congonhas e, dali, demandaria às vizinhanças do Farol de Santa Marta, de onde as mais lindas praias se estendem até Araranguá. De Tubarão a Congonhas são apenas 7 quilômetros, e dali até a praia pouco mais de três. O próprio município poderia realizar esta obra. O terreno por onde terá de passar a estrada é todo plano.
 
Como metade do trajeto fica em Jaguaruna, este, ao que nos parece, não poria obstáculo na construção de uma estrada que desse às praias do Farol. Tubarão, que será no futuro uma cidade de turismo, dada às diversas fontes de águas termais existentes em diversos pontos do município, sendo a sua maioria no distrito da cidade, precisa, também, ter a sua praia de banho.
 
Não será uma obra dispendiosa, como também, presentemente, não trará vantagem econômica para o Município, mas será um empreendimento confortável para a população. Os prefeitos não devem ter em mira, só a exploração das fontes de rendas, mas dar aos seus munícipes, um pouco de conforto e de bem-estar. Araranguá, criciúma, Jaguaruna e Laguna têm suas praias de banho; Tubarão também poderá ter a sua. Depende somente da vontade de seu prefeito.
 
Cidade sem conforto, possuindo para sua diversão, apenas, um cinema. Tubarão necessita e pode ter uma praia de banhos onde a sua população possa divertir-se nos meses de intenso calor”.
Logo, pela longa luta por esta conquista, vale todo esforço, ainda que, é claro, tardiamente, pois nada menos que 70 anos nos separam do primeiro grito de alerta.