Futsal Unisul: Paulinho: “Minha mãe não entende até hoje”

Marco Antonio Mendes
Tubarão

Era mais uma tarde de treino da equipe da Unisul no ginásio Salgadão. O lugar estava bastante silencioso. Os atletas chegavam um a um e encaminhavam-se ao vestiário. Alguns já estavam na quadra; brincavam com a bola.

Enquanto a equipe de reportagem do Notisul aguardava a movimentação que aumentava a cada instante, o preparador físico do time, Marco Freitas, nos direcionou. “Quero contar algo para vocês. Estou nesta equipe desde o começo, acompanhei todo o processo e até agora ainda não vi um treinador como Paulinho Gambier. O trabalho dele é diferenciado. Eu tenho certeza que ele é o grande responsável por estarmos onde estamos”.

Logo em seguida, tentamos conversar com o técnico; conhecer um pouco mais a vida deste carioca que mora em Tubarão desde o começo do ano e tem ajudado a fazer a alegria dos torcedores da cidade. Mas Paulinho não é uma pessoa de muitas palavras. Fala o essencial. Na hora, foi possível apenas saber algumas informações sobre o treino e ‘previsões’ para a próxima partida.

Alguns dias depois, ele nos recebeu. Estava na sala da administração do time. Faltava uma hora para o começo do treino e Paulinho conversava pela internet.
Logo, começou a contar sobre a sua paixão pelo futsal. “Acho que, como todo brasileiro, desde novo eu jogava com os amigos, na escola. Mas meus pais não me apoiavam, aí fiquei só nas peladas mesmo. Depois é que entrei para um time juvenil”.

Começou, de verdade mesmo, na equipe do Bradesco, um dos primeiros times profissionais do Brasil. Aí, resolveu estudar educação física e mudou-se para o Paraná. Desde aquela época, quando tinha 19 anos, nunca mais voltou a morar no Rio de Janeiro. “Até hoje, minha mãe não entende porque saí de casa”, brinca.

Foi justamente lá, no Paraná, que conheceu Fernando Ferreti, um dos mais importantes técnicos de futsal do país. Foi ele que acreditou em Paulinho. Eram parceiros. Trabalharam juntos em algumas equipes, com o carioca em quadra, jogando, e também como auxiliar técnico.

“Em 2000, fomos implantar o futsal na Guatemala. Não tinha nada lá. Até a bola era reciclada. Hoje, o país tem o melhor futsal da América Central”, orgulha-se, como um dos responsáveis pela façanha.