Chuteira e salto alto

Ketlen defende as cores do Vitória, de Pernambuco  -  Foto:Vitória das Tabocas/Notisul
Ketlen defende as cores do Vitória, de Pernambuco - Foto:Vitória das Tabocas/Notisul

 

Thiago Oliveira
Tubarão
 
Quem vê a menina Ketlen Wiggers, de 20 anos, não imagina que por trás dos cabelos ruivos e dos olhos azuis está uma das maiores promessas da nova geração do futebol feminino. Nascida em Rio Fortuna, a jovem, que hoje atua pelo Vitória, de Pernambuco, ganhou projeção nacional no Santos e veste a camisa amarelinha mais famosa do esporte.
 
A atacante conta que desde pequena preferiu o esporte mais popular do Brasil do que outros considerados mais indicados para uma menina. “Desde criança, sempre tive o sonho de me tornar uma jogadora de futebol profissional, e para mim nunca importou o preconceito, e sim realizar um dos meus objetivos”, salienta.
 
Desde os 8 anos em uma escolinha de futebol, foi aos 15 que a sua vida virou o futebol. A atleta realizou uma peneira para a equipe feminina do Santos, em 2007, e foi aprovada. No Peixe, ganhou tudo que o Santos disputou.
 
“O Santos sempre foi a referência do futebol feminino, e era onde todas as meninas gostariam de jogar. Então ter um currículo desses me ajudou a abrir as portas, principalmente para a seleção brasileira”, afirma.
 
O sonho de vestir a amarelinha foi realizado mais rápido do que ela esperava. No primeiro ano de Santos, Ketlen já foi convocada para a seleção sub-17.
 
Para o futuro, a jovem sonha em ser campeã mundial com a equipe sub-20 da seleção (a edição deste ano será realizada em agosto, no Japão) e, depois, ganhar destaque no time principal. “Infelizmente, não fui convocada para a preparação das Olimpíadas, treino muito para ter essa oportunidade”, revela.
 
Musa dos gramados
Além dos gols, a atacante riofortunense Ketlen Wiggers ganhou destaque por outro motivo quando se transferiu para o Vitória, de Pernambuco. A atleta é conhecida no nordeste, como a musa do tricolor. E o rótulo orgulha a garota. “Acho maravilhoso esse carinho que as pessoas têm por mim e, sempre que estou em campo, eles já me conhecem por musa, então eu acho super legal”, explica.
 
Musa no Vitória, e também na seleção brasileira. Foi na equipe nacional que Ketlen viveu momentos distintos na carreira. O primeiro foi no Pan-americano do ano passado. Na final da competição, o Brasil vencia o Canadá até os 42 minutos do segundo tempo, mas cedeu o empate e perdeu nos pênaltis. 
 
A volta por cima veio no início deste ano. Ketlen foi a artilheira do grupo que se sagrou campeão sul-americano sub-20. “Eu fui muito criticada pela minha atuação no Pan, e todas as críticas serviram de incentivo para eu poder ir bem no sul-americano”, desabafa.
 
O sucesso no Vitória chamou a atenção de clubes de fora do país. Ela já recebeu propostas da Coreia do Sul, e do Lyon, da França. Mas reitera que no momento sua concentração está no clube pernambucano.
 
Ketlen afirma que os pais e os irmãos são os maiores apoiadores da sua carreira, e destaca o carinho que recebe sempre que volta para casa. “A recepção é a melhor possível. As pessoas querem sabem como foi na seleção, me dão um abraço de parabéns, e ver algumas pessoas cresceram comigo, dizendo que tem orgulho de mim, é a melhor sensação que alguém poderia ter”, conclui.