Atlético Tubarão após o campeonato: Na Vila, agora é tempo de descanso

Marco Antonio Mendes
Tubarão

O cenário no alojamento do Atlético Tubarão, no estádio Domingos Gonzales, é bem diferente de algumas semanas atrás. O campo, que por volta das 16 horas, todos os dias, era usado para os treinos, agora fica vazio neste horário. Os corredores, com as luzes apagadas, dão a sensação que não há mais ninguém por ali.

Pessoas falando ao mesmo tempo já não é fato comum de se ver. Mas, à medida que se caminha, percebe-se que ainda existe movimentação, mesmo que muito inferior que antes.

O escritório do clube é como se fosse uma sala de visitas. Quem chega vai até ao local, que costuma concentrar também alguns atletas em uma boa roda de conversa. Enquanto o pessoal do administrativo trabalha, os jogadores que permaneceram aproveitam para passar o tempo.

É que boa parte do elenco foi dispensada. Uns já fecharam contrato com times de fora, outros estão em negociação. Tem também aqueles que foram para casa e alguns continuam na Vila à espera de uma decisão dos dirigentes, porque tem contrato até dezembro com o time. Paes, Wilson, Samuel e Baiano aguardam uma posição para saber que rumo tomar.
Enquanto nada é decidido, a rotina é diferente. O volante Samuel revela que este é um momento essencial, de descanso.

“O campeonato nos deixa muito cansados. É um desgaste físico e emocional muito forte. Agora, estamos aproveitando para fazer o que antes não dava”, conta.
Na verdade, antes o volante não podia dormir até mais tarde. Para ele, levantar da cama, agora, só na hora do almoço. “Aí a gente almoça, porque a tia (cozinheira) continua nos servindo. Depois, vamos dar uma volta na cidade e não deixamos de fazer uns exercícios; umas corridas”, diz.

O problema é que, quando tem nada para fazer, o jeito é inventar. “Ficamos na internet, jogamos vídeo-game, assistimos televisão”, revela o jogador, que, apesar de ter tempo de sobra, mantém o quarto um tanto bagunçado. Samuel até tentou dar uma ajeitada quando a nossa equipe de reportagem foi conversar com ele, mas não deu muito certo.

Wilson, que também é volante, está ansioso para ver o seu bebê de três meses. O filho ainda era recém-nascido quando o viu pela última vez. “Já deve estar bem maior. Apesar de sempre eu estar em contato por internet e telefone, não é a mesma coisa”, destaca.
Todos os jogadores que permanecem na Vila já estão encaminhados ou com algum outro clube em vista. Aguardam apenas uma posição do Atlético, que deve ser definida até a próxima semana.