Criciúma: Atletas pedem esmola para competir

Criciúma

Lutadores de jiu jitsu de Criciúma, campeões brasileiros da modalidade, querem disputar, mais uma vez, o Campeonato Brasileiro de Jiu Jitsu, em São Paulo, nos dias 25 e 26 de abril, mas, sem recursos e sem patrocínios, os atletas foram para as sinaleiras do município pedir esmola. Na manhã de ontem, eles estavam na sinaleira no fim da avenida Centenário, no bairro Pinheirinho, ao lado do Colégio Marcos Rovaris. Eles também desejam participar do Campeonato Europeu e Mundial na Califórnia.

Igor Morgerot Borges e Kauan Eiroff de Souza, 16 anos cada, relatam que contam com o apoio dos pais para participarem das competições, mas que nos campeonatos fora da região, não conseguem participar por falta de dinheiro. “Não conseguimos participar do Campeonato  Europeu neste mês de janeiro porque não tínhamos dinheiro e possuímos grandes chances de conquistar bons resultados”, conta Igor.

Os garotos falaram que não foi a primeira vez que eles foram para a sinaleira tentar levantar recursos. “Já estivemos aqui outra vez, mas ficamos por pouco tempo, porque a fiscalização não deixou a gente permanecer”, disse Kauan. Segundo ele, não foram pedir permissão para fazer o pedágio. Os motoristas até que estavam apoiando a iniciativa dos atletas. Filipe Martins que contribuiu com alguns reais avaliou louvável a atitude dos lutadores.

Igor e Kauan já têm vários títulos no currículo. Igor na categoria até 89 anos já é campeão Catarinense por nove vezes, campeão Sul-Americano NO-GI, campeão World Cup, campeão Floripa Open, campeão geral catarinense por duas vezes e campeão da Seletiva de Abu Dhabi Pro. Já Kauan está na categoria até 80 quilos é campeão Sul-Brasileiro, campeão Brasileiro de Judô, campeão gaúcho e campeão da Seletiva de Abu Dhabi Pro.

Treinamentos no bairro Cidade Mineira

Eles treinam na Academia CT Força Team de Jiu Jitsu, no bairro Cidade Mineira. Para eles, não é vergonha está na sinaleira, porque estão lutando por uma causa. Segundo Igor, o que fica um pouco prejudicado é a preparação, pois tem menos tempo para treinar. “O poder público não está nem ai para o esporte”, critica Kauan.