Testemunha do caso ‘Campeiro’ pode ter forjado o próprio assassinato

Tubarão

Um empresário catarinense, encontrado morto na empresa de arroz a qual era proprietário, em Barra do Ribeiro, município gaúcho, pode ter cometido suicídio. O inquérito foi entregue pela Polícia Civil ontem. Ele era apontado como testemunha no processo do escândalo financeiro registrado em 2009, quando a Campeiro Produtos Alimentícios Indústria e Comércio, de Tubarão, decretou falência.

O corpo foi encontrado em abril do ano passado, com dois tiros no peito e os pés e a mão esquerda amarrados. Segundo o delegado Luis Ricardo Bykowski, antes de morrer, o empresário havia feito, em fevereiro de 2011, um seguro de vida no valor de R$ 1 milhão.

Para o policial, o assassinato foi forjado para garantir o seguro à família. Colecionador de armas e praticante de tiro, o empresário endividou-se e sofria de depressão. Como ele era testemunha do caso Campeiro, na época, especulou-se que o crime teria sido uma “queima de arquivo”.

Agora, com a conclusão do inquérito, a hipótese é que ele tenha forjado a própria morte. Conforme a investigação, a empresa dele não foi arrombada, não havia ninguém no momento dos disparos e as portas permaneceram trancadas. Para o delegado Bykowski, o fato de ele ter utilizado uma pistola semiautomática explica os dois tiros dados, o que é incomum em suicídio.

Quando a Campeiro decretou falência, 130 funcionários foram demitidos. A dívida ultrapassa os R$ 40 milhões. Os problemas financeiros teriam sido causados por fraudes. A empresa contraía empréstimos em vários órgãos e dava como garantia o mesmo produto. O esquema teria sido comandado pelo ex-administrador, Alexandre Tavares.