Ressaca deixa muitos prejuízos e sujeira

Lysiê Santos
Laguna

Rastros de sujeira, de destruição, mas sem feridos. Esse foi um dos resultados deixados pela ressaca provocada pelo ciclone extratropical, registrada no litoral catarinense sexta-feira e neste sábado. A invasão do mar causou alagamento de ruas e avenidas, e acúmulo de lixo, galhos, entre outros objetos. O tempo estável do fim de semana foi favorável para a limpeza e recuperação de parte dos danos consequentes do fenômeno climático. Em Imbituba, foram comunicadas ocorrências de estragos na Praia da Vila, no Centro, Canto, Itapirubá, Vila Esperança e Barra de Ibiraquera. 

O coordenador regional da Defesa Civil, em Tubarão, Anderson Martins Cardoso, relata que a equipe de coordenadores municipais realizou o trabalho de monitoramento das orlas acompanhando as principais avarias.  “Houve alagamentos nas vias em toda a faixa litorânea. Na praia do Cardoso e Prainha, em Laguna, o mar batia muito forte próximo aos postos de guarda-vidas e o passeio, causando a queda de alguns galpões na vila dos pescadores”, detalha. Ele complementa que ontem não houve agravamento de danos e os municípios seguem na recuperação dos estragos.      

O morador e surfista do Farol de Santa Marta, em Laguna, João Baiuka, acompanhou os pescadores na recuperação dos galpões. “Na noite deste sábado, a maré voltou a encher, e os pescadores ficaram acordados durante a madrugada para proteger seus equipamentos. Agora, o momento é de reconstruir”, enfatiza.

Força das ondas atrai surfistas à Laje da Jagua

A força das águas elevou muito as ondas na região e, claro, chamou a atenção de surfistas de diferentes lugares. Neste sábado, por exemplo, a equipe da Associação de Tow-In, de Jaguaruna (Atow-INJ) saiu cedo para desbravar as ondas da Laje da Jagua, conhecida como uma das maiores do Brasil. A onda quebra a cerca de cinco quilômetros da costa, na praia do Arroio Corrente, em Jaguaruna. 

O surfista pernambucano Paulo Moura, da equipe Rip Curl, conhecido nacionalmente na modalidade, veio de Florianópolis para acompanhar a equipe jaguarunense. “Sempre venho participar com a galera da Atow-inj e a Laje da Jagua é um lugar especial. Quando soube da alta da maré me organizei para pegar essas ondas”, relata o profissional do surfe. 

Fenômeno é contemplado por moradores

A notícia de que a ressaca transformou o cenário nos balneários chamou a atenção dos moradores que se deslocaram até as margens do mar para admirar a beleza e se espantar com a força das águas. O contador de Jaguaruna, Dhiogenes Gentil Côrrea, saiu cedo para contemplar o mar na Praia do Cardoso, em Laguna. “Sou um apreciador da natureza e estava curioso para ver as ondas que atingiram quase cinco metros na sexta-feira”, conta. O jaguarunense escolheu um local estratégico onde as ondas quebravam nas pedras. “Olhar o mar é revigorante”, resume.