‘Lei seca’: Pode ser coincidência, mas são menos acidentados

Zahyra Mattar
Tubarão

Entre o dia 20 de maio e 19 de junho deste ano, o setor de emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), em Tubarão, registrou 261 atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito. Já do dia 20 de junho, data em que entrou em vigor a ‘Lei Seca’, até o dia 8 de julho, foram 164 atendimentos pelo mesmo motivo. A diminuição, obviamente, precisa ser comemorada. Mas será que o número reflete a aplicabilidade da nova lei? Impossível responder à pergunta.

Os dados coletados pelo hospital não detalham se houve consumo de álcool. Na Delegacia da Polícia Rodoviária Federal em Tubarão, também não há dados suficientes que corroborem a funcionabilidade da lei. “Duas semanas é um tempo muito curto para um balanço específico. Além disso, quando ocorre um acidente, o foco é salvar o cidadão e não verificar se houve abuso de álcool ou então apurar culpa. Ontem (quarta-feira), por exemplo, a PRF não registrou nenhum acidente no trecho de Tubarão. Hoje (ontem), já foram oito (até as 16 horas), mas nenhum por conta do álcool”, explica o inspetor da PRF para a região sul catarinense, Lauro Silveira Filho.

Ainda que não haja números que confirmem a necessidade da lei, tanto os profissionais do HNSC como as autoridades policiais – e neste grupo inclui-se, além da PRF, as polícias Militar e Civil e Guarda Municipal de Tubarão- acreditam que há, sim, redução no número de colisões pelo uso excessivo de bebidas alcoólicas. Outro ponto importante é que diminuiu também a gravidade dos acidentes, inclusive no número de mortes no trânsito.