Ademir Schmoeller: Funcionário público e candidato a prefeito de Braço do Norte.

Amanda Mneger
Braço do Norte

Notisul – Por que o seu partido optou por sair com chapa-pura? Como o senhor avalia esta situação?
Ademir
– Nós não coligamos porque os demais partidos já tinham formado as suas parcerias. A nossa coligação é com o povo. O nosso interesse é com o povo de Braço do Norte.

Notisul – Quais projetos estão englobados em seu plano de governo?
Ademir
– Uma das prioridades é a infra-estrutura, especialmente relacionada às pavimentações e ao saneamento básico. Outro foco de atuação serão as vias de acesso às localidades do interior. Com relação à saúde, estamos propondo continuar com alguns programas e iniciar outros, principalmente convênios com o hospital Santa Teresinha. Queremos dar prosseguimento à construção dos postos do Programa Saúde da Família (PSFs) no Rio Bonito, São Basílio, Bela Vista e São Januário. Queremos buscar recursos em Brasília para aumentar essa rede de atendimento. Na educação, algumas escolas precisam de reformas. Além disso, vamos manter as creches atendendo as crianças de 0 a 5 anos o dia inteiro, com cinco refeições e sem custo algum, diferente do que foi feito na administração passada, em que os pais precisavam pagar para deixar os filhos nas creches.

Notisul – Em sua visão, qual a maior necessidade de Braço do Norte hoje?
Ademir
– Acredito que hoje são duas: saneamento básico e a pavimentação de ruas. Vamos priorizar a pavimentação. Nós temos ruas no centro que são de chão batido. A atual administração preocupou-se muito com isso, começou algumas obras e nós vamos dar continuidade.

Notisul – Como o senhor avalia os investimentos feitos pelos governos federal e estadual no município?
Ademir
– Com relação ao governo federal, os programas que são mantidos por eles estão de acordo com as necessidades do município. Mas queremos mais recursos, para que possamos fazer as obras de infra-estrutura. Os do governo estadual são mantidos apenas àqueles que são de obrigação do estado. Até por que a atual administração não recebeu sequer um tijolo quebrado do governo do estado.

Notisul – Como o senhor avalia o contrato com a Casan para realização do esgoto sanitário na cidade? As obras são feitas? Existe a possibilidade de municipalização da água, caso a Casan não cumpra o contrato?
Ademir
– É uma situação complexa. A Casan está no município há quase 30 anos. Temos uma rede de abastecimento de água com alguma deficiência, mas já melhorou bastante. No saneamento, não temos absolutamente nada. Já no início do ano, queremos, por meio da assessoria jurídica, estabelecer um prazo para que a Casan comece as obras do saneamento. Caso isso não ocorra, nós iremos, sim, rever esse contrato e, se não houver outra solução, vamos cancelá-lo e fazer com que o próprio município seja o responsável pela distribuição de água, coleta, tratamento e destino dos dejetos.

Notisul – É possível fazer uma avaliação positiva da atual administração?
Ademir
– Eu faço uma avaliação positiva, sim. Porque, quando a atual administração começou, os problemas eram muitos: na ocasião, o prédio da prefeitura estava em ruínas, as máquinas da secretaria de obras, transporte e agricultura estavam no ‘seco’, os demais veículos estavam sucateados, sem bateria, com multas e com a documentação atrasada. A administração anterior não fez o plano de carreira do magistério, como foi prometido. O plantão 24 horas do hospital Santa Teresinha também não foi mantido. As estradas estavam abandonadas. Era para ter começado a elaboração do plano diretor, mas nada foi feito. O cemitério da cidade estava lotado, as pessoas precisavam levar os familiares para outros municípios. Era cobrada a mensalidade das crianças que ficavam nas creches. Fora que a prefeitura era guarnecida por policiais militares, devido às promessas feitas que não foram cumpridas. Essa ‘herança’ foi resolvida. Hoje, as contas da prefeitura estão em dia. Por isso, já no início do ano, poderemos fazer as obras que planejamos.

Notisul – Com base no atual governo, que é do seu partido, o que o senhor manteria e o que faria diferente?
Ademir
– Com certeza, vou manter e melhorar algumas questões relacionadas à saúde e à educação. Tem dois pontos que quero fazer diferente: o relacionamento prefeito – cidadão e prefeito – imprensa. O atual prefeito deixou um pouco a desejar nesta parte do atendimento. E com a imprensa também, porque as ações foram mal divulgadas. Vamos também nos empenhar mais ainda na busca de recursos, tanto do governo estadual quanto federal, para que possamos resolver as situações que se fazem necessárias em Braço do Norte.

Notisul – Uma grande parcela da economia do município está diretamente ligada à agricultura, à suinocultura e às indústrias de molduras. Quais as propostas para desenvolver ainda mais estas áreas?
Ademir
– Na agricultura, tenho como prioridade manter as estradas do município em condições de trafegabilidade. A partir de janeiro de 2009, queremos, junto com a câmara de vereadores, assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP) para que possamos fazer melhorias nas estradas que passam dentro das propriedades rurais. Queremos fazer todos os acessos às propriedades com patrolamento e lastreamento. Não iremos diferenciar nenhum dos produtores. Com relação à suinocultura, queremos incentivar o nosso parque de exposições para que possamos divulgar nacional e internacionalmente os potenciais da suinocultura e da agroindústria. Há que se ponderar que a suinocultura não depende exclusivamente de uma política municipal, e sim de uma política federal e até internacional de sanidade animal. Com relação às indústrias de molduras, o problema é reflexo da economia mundial, da baixa do dólar e ainda da concorrência da moldura chinesa. Mas acredito que o parque de exposições é uma possibilidade de realizar feiras e, assim, mostrar os nossos produtos, incluindo aí as molduras.

Notisul – Qual a sua avaliação a respeito da instalação de uma secretaria de desenvolvimento regional em Braço do Norte?
Ademir
– É difícil fazer uma avaliação, porque ainda é recente, não chega a dois anos. Mas, até a presente data, não tenho recebido boas notícias com relação ao desenvolvimento da região, porque, mesmo com essa SDR, o município não vem recebendo recursos do governo estadual. Faço aqui uma proposta ao governo do estado: transferir o dinheiro gasto com a SDR diretamente para os municípios. Assim, a partir de 2009, vou mostrar aos braço-nortenses o que é investir o dinheiro público com responsabilidade.

Notisul – Se o senhor não for eleito, que rumos seguirá profissionalmente? Continuará na política?
Ademir
– Acredito muito na minha eleição. Se, por algum motivo ou outro, a população não quiser que eu seja o prefeito, a partir de 6 de outubro retomo as minhas atividades profissionais como servidor público federal do INSS, onde trabalho há 25 anos. E, com certeza, vou continuar na política, não apenas partidária, porque acredito que fazemos política em todos os ramos, setores, na família, no bairro, nas entidades.