É muito comum hoje em dia os pais se questionarem como educar seus filhos. Antigamente, o processo de educação era mais simples, baseado num padrão autoritário onde “eu mando e você obedece sem questionar”. A educação, muitas vezes, era feita com surras e castigos extremamente perversos e desumanos. Em geral, as crianças tinham muito medo e pouco diálogo com seus pais.
Nas últimas décadas, houve muitas mudanças no padrão de educação. Começou-se um movimento de conscientização dos direitos da criança, onde os pais não podem mais agredir e humilhar seus filhos, sendo estas conquistas muito importantes. Mas infelizmente em muitos casos, houve uma distorção desses valores e se acabou dando muita liberdade e poucos limites, formando crianças mimadas e dependentes.
Mas como então impor limites sem bater, agredir ou gritar? Em primeiro lugar, deve-se impor verbalmente e caso não funcione, terá que se impor com algum tipo de punição. Essa punição vai depender da idade e do que é importante para seu filho. Por exemplo, deixar de castigo no quarto durante um tempo ou tirar por um período determinado algo que ele goste muito como computador, internet, vídeo-game, etc. Observe o que é importante para ele e, caso fique sem, se tornará uma punição. Mas isso só vai funcionar se você cumprir o que disser, não adianta ficar ameaçando tirar a internet por uma semana e não cumprir ou cumprir só por um ou dois dias. Assim, não se deve impor punições muito rígidas ou que você sabe que será difícil cumprir.
Uma vez estava observando uma criança com seu pai num mercado. O menino pediu um chocolate e o pai deu um chocolate pequeno. O garoto disse que queria o chocolate grande e o pai se recusou a dar. Então o menino começou a chorar, gritar e se espernear no chão. Berrando cada vez mais alto, até que o pai acabou dando o chocolate grande. Esse pai achou que tomou a decisão certa, evitando problema a curto prazo, mas acabou plantando problemas maiores no futuro, porque toda vez que essa criança querer algo e o pai não quiser dar, ela vai fazer um novo “escândalo” para conseguir o que quer.
Então uma boa educação deve ser acompanhada sempre de uma mistura de amor, carinho, amizade e limites quando necessário. Também é sempre bom procurar educar seus filhos com comportamentos e não só com palavras. Como você vai cobrar do seu filho boas maneiras se você não as tem? Como dizer para seu filho não falar palavrão se você fala? Como dizer para não xingar se você xinga? Ou para ser organizado se você é desorganizado? Ou então para estudar se ele nunca vê você lendo um livro?
Outro fator importante é evitar fazer para seu filho o que ele poderia fazer por si mesmo. Toda vez que você está fazendo algo que ele já teria condições (idade) para fazer sozinho, você está impedindo seu crescimento e sua independência. Por exemplo, se a criança ainda não sabe amarrar o cadarço do tênis, está tudo ok você amarrar para ela, sempre procurando ensinar como se faz. Mas se a criança já sabe ou já tem condições de fazer isso sozinha e você continua fazendo por ela, estará passando a mensagem: “você não é capaz, deixe que eu faço, seja dependente”.
É importante também não ficar só criticando, julgando e acusando erros. Muitos pais dificilmente elogiam e valorizam os pontos fortes de seus filhos. Dessa forma, você se torna uma pessoa chata para seu filho e, além disso, ele ficará com baixa auto estima. Você gostaria de ficar perto de alguém que fica te criticando o tempo todo? Saiba a hora de brincar, de elogiar, de abraçar, de dizer “eu te amo”, de acariciar e também de dizer “não”, impor limites e destacar erros. Então uma boa educação sempre será um misto e um equilíbrio entre amor, carinho, amizade e limites, dizer “não” e de impor regras, sempre estimulando o seu crescimento e amadurecimento e nunca a dependência.
