sábado, 27 julho , 2024
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Camila Scussel

Tá fazendo o que na caderneta de poupança ainda?????

Ultimo dia do mês de outubro, ocorreu mais uma reunião do COPOM, Comitê de Politicas Monetárias, e a taxa básica de juros, famosa taxa Selic, foi mantida a 6,5% mais uma vez (Glória a Deuxx). Foi a quinta vez seguida que a taxa de juros é mantida. A expectativa do mercado é que os juros permanecem estáveis até o final do ano.

Não tenho como não lembrar do meme que vi um dia antes, usando uma foto de Ilam Goldfajn, presidente do banco central do Brasil, com a legenda “se eu mantiver a Selic baixa em 2019, promete que tira o dinheiro da poupança?”

Não se trata de implicância com a velha caderneta. Para entender, acompanhe o raciocínio abaixo:
Quando a taxa Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais TR (TR é uma taxinha tão insignificante que talvez a sigla signifique “taxa ridícula”, ou seja, ignore-a). Com Selic a 6,5% ao ano, a poupança paga 4,55% ao ano. Achou pouco? Então senta que vou explicar o pior da história.

Esses míseros 4,55% ao ano é o rendimento nominal. Ocorre que existe a tal da inflação que vai corroendo o seu poder de compra, pois as coisas vão ficando mais caras. Para calcular o rendimento real do seu investimento, pega-se o rendimento nominal e diminui-se a inflação anual. A inflação anual está 4,53%, se a poupança paga 4,55% ao ano, você está tendo um rendimento real de 0,2% ao ano.

Incrivelmente 89% dos brasileiros ainda tem dinheiro na poupança.

Quando sua realidade sugira que é mais prudente ter sua reserva de emergência acessível instantaneamente, inclusive durante finais de semana, deixe na poupança. Mas entenda que caderneta de poupança é meramente um alocador de dinheiro, não um investimento. O único beneficio da caderneta em relação a guardar dinheiro embaixo do colchão é a segurança de não ser roubado e de as baratas não comerem as cédulas, de resto é a mesma coisa.

 Por esse motivo, dinheiro além das reservas sempre deve ser aplicado. Não se iluda com a aparente “pouca diferença percentual” em relação ao outro investimento (ou ao investimento de verdade). Há quem pense “ahh são só 2% a mais por ano”. Faça as contas de quanto isso significa em um prazo maior. Dinheiro parado é dinheiro perdido. O valor na poupança, meramente guardado, renderia se você tivesse aplicado.

Para quem morre de medo de sair da poupança e acha tudo muito complexo, pesquise um pouco sobre títulos públicos, que tem sido a porta de entrada para o mundo dos investimentos. Há diferentes tipos de títulos, mas é bastante simples a compreensão. O site do tesouro direto é bastante amigável e instrutivo, e você pode investir a partir de 30 reais, preço de um lanchão de final de semana). Se quiser mais detalhes, no meu canal tem vídeo explicando sobre.
Pesquise, informe-se e, sempre que precisar, me escreva.

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Observação: Não perca o vídeo da próxima semana, em que tratarei especificamente de dicas práticas de economia de gastos e de trabalho alternativos para desempregados ou para pessoas que pretendem aumentar a renda.

Previdência privada

É, para muitas pessoas, o único investimento conhecido para fins de aposentadoria, mas existem zilhões de outros.

 A previdência privada é um produto financeiro em que você contrata um gestor para compor sua carteira de investimento, e esse gestor vai acompanhando a oscilação de preços do mercado, vai comprando e vendendo títulos, buscando rentabilidade e administrando risco. (Vamos imaginar que o gestor é competente né, o que nem sempre é verdade).

Há dois tipos de planos e dois modelos de tributação: Tipo PGBL – é um tipo indicado para quem faz declaração do imposto de renda pelo modelo completo, porque ele permite deduzir até 12% da base tributável.

Importante: quando você for sacar, vai ter aplicação de IR sobre o valor resgatado, não só sobre o que rendeu! Ou seja, não paga imposto de renda agora para pagar quando saca.
Tipo VGBL – não tem esse benefício da postergação do imposto de renda; No resgate você paga imposto de renda, mas é sobre o rendimento apenas. Em caso de morte, a bufunfa passa para os dependentes sem precisar de inventário (isso justifica muitas vezes idosos fazerem esse tipo de investimento. É para fins de planejamento sucessório).

Modelos de tributação
1) Regressivo: nesse modelo é considerado o tempo da aplicação, quanto mais tempo deixar, menor vai ser o imposto. Ex: abaixo de dois anos paga-se 35%, acima de dez anos paga-se 10%. Normalmente esse modelo é vendido como “o melhor”, na verdade ele começa a ficar bom só depois de oito anos (8 a 10 anos alíquota de 15%).

2) No progressivo, paga o IR com base no valor que foi sacado, conforme tabela do IRPF. A pessoa que contrata o plano paga taxas, duas para ser mais exata:

Taxa de adm: paga-se um percentual sobre o valor do investimento ao gestor. Paga-se independente do resultado. Normalmente a quitação é anual.

Taxa de carregamento: incide na aplicação (em cada aplicação). Ex: aplica R$ 100, R$ 5 é “comido” pela taxa de carregamento e R$ 95 são realmente aplicados. Há alguns planos que não cobram essa taxa – porque não faz muito sentido mesmo – porém, antes de contratar, sempre cheque se o plano é bom ou não.

Pergunta que não quer calar: vale a pena? Resposta de sempre: depende. Se você é do tipo de pessoa que gosta de comodismo e não quer ficar acompanhando seus investimentos, pode ser uma boa opção. Se você tiver pouca de disciplina na hora de poupar e pensar no futuro, pode ser uma boa opção. Desde que tenha uma boa rentabilidade, sempre a verifique. Em uma “googlelada de leve” que dei já achei vários planos de bancos grandes pagando menos que a Selic, ou seja… uma bosta!

Outra observação MUITO IMPORTANTE: jamais confie nos simuladores que os bancos colocam na internet, na verdade não confie em nenhuma simulação de aposentadoria que te apresentarem que não considere o efeito inflacionário embutido no cálculo.

Esse assunto é um tanto extenso, então vou falar mais sobre ele no vídeo da semana. Falarei mais sobre valores e sobre as pegadinhas dos simuladores, que os vendedores de plano de previdência não te contam. Não deixe de assistir.

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Já que estamos em outubro, que tal falar sobre o dinheiro das crianças?

Antes de qualquer outra coisa, já parabenizo os pais que têm a consciência de guardar dinheiro para o estudo de suas crianças. Sei perfeitamente que há aqueles cujas condições financeiras realmente não o permitem, mas também há os que preferem viver o hoje, e o futuro “seja lá o que Deus quiser”…

Há também muitas pessoas com baixa percepção financeira que pensam da seguinte forma: “ah, pra que vou deixar de comprar esse avião pegando fogo? Em que R$ 100 por mês fariam diferença?”.
Pois bem. Segue uma simulação: Se você, papai, poupa R$ 100 por mês desde o nascimento do remelento e aplicar esse dinheiro a uma taxa de 10% ao ano, ao chegar a 18 anos, seu pimpolho crescido terá uma poupança de R$ 57.188,28. Nada mal para começar uma faculdade né?

Agora suponhamos que esse jovem não usou o dinheiro para estudar, porque entrou em uma universidade pública, ou porque custeou seus estudos com a renda de seu trabalho – palmas para esse jovem! E simplesmente manteve esse dinheiro aplicado à mesma taxa e sem adicionar mais nada. Aos 50 anos, poderia se aposentar com uma robusta poupança de R$ 1.207.395,98, dinheiro que só de juros renderia mais de R$ 9 mil por mês (pausa para o arregalar de olhos).

Algo em que muitos papitos do tipo consciente e com percepção financeira ainda acabam falhando é colocar o dinheiro dos pequenos na caderneta de poupança, magrela e raquítica. Se o dinheiro é para o futuro dos filhotes aplique em algum investimento de longo prazo que pague juros maiores. Em especial, aplique em investimentos indexados à inflação, para se proteger dela no longo prazo.
Se não entendeu o que eu acabei de dizer, vou explicar melhor: inflação todo mundo sabe o que é né? São aqueles vírus que ficam escondidos em ambientes como supermercados, farmácias, postos de combustíveis e que alteram os preços das etiquetas, sempre para cima. Hoje, com R$ 200 mil, você consegue comprar um pequeno apartamento. Daqui a 20 anos, a depender de como os vírus da inflação trabalharem, pode ser que você compre no máximo um casal de coelhos.

Para proteger seu capital da inflação no longo prazo, há investimentos que são indexados ao IPCA ou ao IGPM, que são índices inflacionários oficiais. Quando um investimento é indexado a um desses índices, ele paga x% acima do índice inflacionário e, dessa forma, protege seu capital para que ele não seja devorado pelos vírus inflacionários maléficos.

Pergunta que 150% das pessoas fazem: “isso é seguro?”. Há vários tipos de investimentos indexados à inflação, e cada um tem seu nível de segurança. Debentures têm um nível de risco maior, por não contar com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Títulos da dívida pública são garantidos pelo tesouro nacional, por isso são mais conservadores (vulgo seguros) inclusive do que a própria caderneta de poupança. A caderneta não é e nunca foi garantida pelo governo como várias pessoas pensam. Além disso, não se esqueçam que o Collor ainda não morreu.

Pesquise, informe-se, se quiser “trocar uma ideia” me escreva, mas acima de qualquer coisa, nunca menospreze pequenos gastos ou o poder dos juros compostos.

(Camila Scussel nas mídias digitais – Facebook e YouTube: juroquedacerto).
Dando continuidade ao assunto, falarei no vídeo desta semana sobre mesada para crianças.

Assista na página do Jornal Notisul no Facebook na quarta-feira ou nas minhas mídias.

Termos economicos das eleicoes

Nessas épocas de eleições, sempre surge alguns termos do “economes” que deixa muita gente “viajando”.

A bola da vez foi o tal “spread bancario”, todo candidato dava um jeito de enfiar o spread no meio do discurso, parece até que acharam bonito o termo.

Se você é melhor do que eu em inglês (o que nem precisa de muito) sabe que Spread significa “amplitude, largura, envergadura”. Spread bancário, nada mais é do que a diferença entre os juros cobrados pelo banco quando ele te empresta dinheiro, e os juros pagos pelo banco quando você empresta a ele. É por conta desse spread enorme que o banco ganha tanto dinheiro.
Candidatos de diferentes visões politicas faziam promessas de reduzir o spread bancário para diminuir o dinheiro dos bancos. Como? Aumentando os impostos, que afinal de contas é só isso que eles sabem fazer.

A questão é: a medida seria útil, ou os bancos passariam o ônus para o cliente?
Infelizmente nenhum dos nobilíssimos senhores (e senhora) encara de frente a realidade: a maior causa desse spread gigantesco é a falta de EDUCAÇÃO FINANCEIRA da população. O brasileiro empresta suas economias ao banco depositando na caderneta de poupança, que paga a merreca de 4,55% ao ano. Ao precisar de crédito, entra no cheque especial pagando mais de 300% ao ano. Porque?? Porque não sabe que há aplicações tao seguras e bem mais rentáveis que a poupança para aplicar dinheiro e há taxas mais baratas que o cheque especial para captar.
Ressaltamos, nenhum dos candidatos nunca mencionou instituir de uma vez por todas a disciplina de educação financeira nas escolas como matéria básica, o que aliás, já deveria ter sido feito há décadas atrás.

Agora eu pergunto: o banco é do mal??  Sempre tem alguém dizendo que sim, mas se alguém, por acaso bater na tua porta e te oferecer 1000 reais por uma penca de bananas, o que você faria? O que ocorre é que nos grandes bancos de varejo, as pessoas fazem filas enormes pra pagar mil pilas por uma penca de banana podre..

No mais, os grandes bancos têm seus títulos negociados em bolsa, ou seja, se acha que seu banco está lucrando demais, porque não virar sócio dele?

Agora voltando aos nobilíssimos senhores que prometeram reduzir drasticamente com o spread bancário, não vamos esquecer que eles também prometeram tributar dividendos de grandes empresas…

Dividendos é a parte do lucro que as empresas de capital aberto distribuem aos acionistas.
Acompanhe o raciocínio: A empresa compra insumos, produz, contrata funcionários, recolhendo imposto sobre tudo isso…  quem paga essa conta? Nós todos, claro, que compramos os produtos dela. Posteriormente a empresa, calcula o quanto de lucro ela obteve… e paga 25% desse lucro de imposto, o que sobra, ela distribui aos acionistas, em forma de dividendos. Ou seja.. não é tributado sobre os dividendos porque eles já são tributados antes da distribuição.

Propostas como essa vem sempre na forma “ tributar dividendos das grandes empresas”. Em primeiro lugar o dividendo é pago pela empresa ao investidor, então não se tributaria a empresa e sim os investidores, que ao contrário do que sugere o discurso, não são meia dúzia de engravatados bilionários. O mercado está cheio de pequenos investidores minoritários. Esses vão ser os prejudicados, porque a meia dúzia de milionários que controlam das empresas, ensacam a viola e vão empreender em outro país, já que países desenvolvidos estão quebrando a cabeça pra reduzir impostos empresariais, como estímulo ao desenvolvimento.

Pra completar, temos que ter em mente a maldade maior das propostas.. reduzir o spread bancário, significa deixar menos dinheiro pro banco, mas se as pessoas migrarem para e aplicarem seu dinheiro sendo sócio de empresas, também serão tributadas.

Em tempo: não deixe de acompanhar os vídeos postados no facebook e youtube do jornal Notisul toda quarta-feira. Na próxima quarta vou explicar sobre dívida pública, superavit e essa briga de tá paga ou não tá paga.

Para me acompanhar nas redes sociais, facebook ou youtube “juro que da certo”.

Reserva de emergência

Um dos temas preponderantes quando se trata de finanças pessoais é a reserva de emergência. Não invista, não compre, não financie, não viaje, e não tome cerveja artesanal antes de compor a sua!
 
Reserva de emergência nada mais é do que um montante de dinheiro que você deixa guardado para usar apenas em casos de emergência, é o seu colchão de sobrevivência que evita sua vida financeira padeça ou vá a óbito no primeiro imprevisto que acontecer. Imprevistos são previsíveis, e precisamos estar preparados para eles.

Uma “brusinha” nova, um “lanchão” especial porque to triste, uma viagem que sempre quis fazer e surgiu a oportunidade agora… Não, nada disso é emergência. (Obrigada. De nada!)

Problema de saúde, a casa destelhou com o vendaval, o carro quebrou e eu ganho a vida como motorista de uber, fiquei desempregado…  sim, é emergência, use sua reserva e trabalhe para recompô-la o quanto antes.
Pergunta: onde colocar a reserva de emergência.

Resposta: em qualquer lugar seguro e que você resgate a hora que quiser. Há quem deixei no tesouro Selic porque rende mais que a poupança. É coerente, mas quando se fala em reserva de emergência, não se preocupe com a rentabilidade. A liquidez é mais importante. (Liquidez é a rapidez com que se resgata.) Não é raro o tesouro direto “dar uma dormida” e atrasar um pouco para a bufunfa cair na conta. Para reserva de emergência (e só para isso) a caderneta de poupança pode ser útil, porque você pode resgatar em caixa automático, e em qualquer dia.

Que montante devo deixar?
Resposta: Isso varia muito de acordo com a realidade de cada pessoa, ou de cada família. Um padrão mínimo é 3x o gasto mensal da família. Repito padrão mínimo, isso deve ser aumentado de acordo com as vulnerabilidades de cada família. Se a família tiver crianças, se tiver alguém com problema de saúde, se tem baixa empregabilidade, se tem renda variável… tudo isso são pontos que devem ser levados em consideração quando se estipula o montante da reserva de emergências. Não são raras as famílias que tem 12x seu gasto mensal como reserva de emergências.

E eu que sou servidor público com estabilidade?
Resposta: Você tem uma segurança um pouco maior, mas não esqueça dos servidores públicos do Rio de Janeiro, dos Policiais e professores do Rio Grande do Sul entre outros tantos exemplos que nos leva a crer que a estabilidade é de se manter empregado, não de se manter recebendo.

Tenho filhos em idade escolar e consigo um bom desconto se pagar à vista? Uso R.E para isso?
Resposta: Ponto interessante. Usar toda a reserva é tanto arriscado (vai que…), mas usar parte da R.E. para obter um bom desconto ao pagar a vista por algo importante é coerente. Pondere a sua capacidade de recompor a reserva de emergência antes de tomar a decisão.
E você? Já tinha consciência da importância da reserva de emergência? Espero que sim.. se quiser me contar algo ou tirar alguma dúvida acesse minhas redes sociais:
facebook.com/juroquedacerto
youtube: juro que dá certo

Boas escolhas a todos.

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