Arte milenar da falcoaria é tema de palestra em universidade

A utilização desse método pode reduzir de 30% a 40% a probabilidade de colisões entre pássaros e aeronaves

Jailson Vieira
Orleans

As aves de rapina possuem algumas características que as tornam diferenciadas, principalmente por serem eficientes e ágeis na captura de sua presa. Esses pássaros carnívoros e caçadores têm excelente visão, audição, além disso, tem bico curvo, afiado e garras fortes. Há uma estimativa que existam pouco mais de 550 espécies de rapinantes no mundo. As mais populares são as águias, os gaviões, os falcões e, ainda, algumas espécies de corujas e abutres.

Para levar um pouco mais de conhecimento sobre a ‘arte milenar da falcoaria, seu uso e aplicação na modernidade’, o médico veterinário Valdizar Albuquerque e Silva Júnior, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, palestrou ontem na 8ª Semana Acadêmica de Medicina Veterinária (Sacamave), do Unibave, em Orleans. Além dele, a médica veterinária MCA Medical Veterinária, Carina Freccia, de Tubarão, ministrou sobre os ‘Princípios da cirurgia oncológica em cães e gatos’.

Conforme o profissional, a prática milenar tem sido muito utilizada para aumentar a segurança da aviação em todo o país. Suas aves, por exemplo, realizam o monitoramento das pistas do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na capital do Estado vizinho. Como tem sido considerada uma forma de arte, esporte e manifestação cultural, a falcoaria tem protegido aeronaves por diversos países em dois momentos mais necessários de um voo: na decolagem e também no pouso.

Tanto na palestra com os alunos quanto em entrevista ao Notisul, Valdizar salientou que as aves devem ser oriundas de criadores comerciais legalizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Seria um crime, segundo a Lei Federal 9.605 – de crimes ambientais – qualquer pessoa ter um animal desses em sua casa para treiná-los, para falcoaria, para criá-los como animal pet ou para qualquer outra coisa sem autorização. No Brasil temos três principais fornecedores de financiamento ilícito: tráfico de drogas, de armas e de animais silvestres para obtenção de dinheiro sujo”, alerta.

Foto: Jailson Vieira/Portal Notisul