Alegação será de insanidade

Silvana Lucas
Imbituba

Após o acusado de 23 anos confessar que matou o menino Vitor Pinto, de 2 anos, em Imbituba, e  o delegado Raphael Giordani trabalhar na finalização do inquérito policial, os advogados do suspeito devem alegar que o rapaz tem problemas psiquiátricos. Os magistrados alegam que durante o depoimento ele gargalhou, chorou, riu e apresentou uma série de discordâncias de comportamento.

“Requeremos ao delegado que aceite e peça uma verificação clínica pelo Instituto Geral de Perícias ao rapaz. Percebemos em contato com ele, que o mesmo não se encontra mentalmente saudável. Posição que não somos nós que definiremos e sim especialistas”, informou o advogado Guilherme Silva Araújo.

O defensor aguarda a realização dos exames médicos antes da conclusão do inquérito, mesmo que este procedimento não faça parte do processo. “Nosso único caminho para a contestação será encontrar a doença que o atinge. Não apenas como uma insanidade mental. Encaminhamos ao Instituto Geral de Perícias umas 15 questões que podem indicar que ele apresenta problemas como esquizofrenia, depressão ou outros transtornos psiquiátricos”, completou.

Os advogados Guilherme e Fillipi Rodrigues Sandini  sabem que têm muito trabalho pela frente, primeiramente para conseguir tirá-lo da Unidade Prisional Avançada (Upa)  e encaminhá-lo a um hospital psiquiátrico.

“Não serão somente os resultados deste primeiro exame que comprovarão se ele tem ou não algum distúrbio. Várias outras análises e juntas médicas terão que dar seus pareceres. Temos esperança que a conclusão do inquérito demore um pouco mais para que, neste tempo, seja possível buscarmos mais indícios do comportamento do rapaz”, concluiu Guilherme.

A confissão
Na quarta-feira, o suspeito confessou ter matado o menino. Ele viu as imagens registradas pelas câmeras de segurança, mostradas pelo delegado, e confirmou ser o responsável pelo homicídio. “O rapaz alegou que degolou a vítima motivado por influências de uma religião. Também declarou que, segundo promessas de espíritos, se ele matasse uma criança poderia alcançar seus anseios profissionais e ser aceito perante a sociedade”, relatou Raphael.

A morte do menino
Vitor foi assassinado por volta das 12 horas do último dia 30, quando se alimentava no colo da mãe. Os dois estavam à sombra de uma árvore, próxima à rodoviária. O suspeito aproximou-se e cortou o pescoço do menino, que morreu na hora. O garoto era de uma família de índios kaingangues e vivia na aldeia Condá de Chapecó. Eles estavam na cidade para vender seus produtos artesanais.