A ti, mamãe

Ah! Eu quisera
Subir no espaço!
E lá, bem do alto,
Jogar sementes,
Muitas e muitas
Cobrindo a terra
Se tornariam
Tão belas flores!
Somente flores,
Pelos caminhos
Jamais espinhos!

Ah! Eu quisera
Olhar os homens
Sem lhes ver a raça.
Todos irmãos
Ninguém ter cor!
E mãe nenhuma
Vendo seu filho
Ser desprezado,
Ser humilhado,
Por um destino
Do Deus Senhor!

Ah! Eu quisera
Ver a abundância
Cobrindo a terra!
Tanta fartura!
Ninguém sem pão.
Miséria e fome.
Monstros horrendos,
Bem longe estão!

Ah! Eu quisera
Ver o amor
Brotando em jorros
Dos corações!
É o fim das guerras
A humanidade canta!
As criancinhas
Sempre a sorrir.
Pra juventude,
Não mais temores,
Somente flores
No seu porvir!

Oh! Mãe querida!
Se estes meus sonhos,
Pura utopia,
Me roubam a paz,
Eu tenho ainda
Motivo forte
Para cantar
Em estribilho. Estou feliz!
Muito feliz!
Estou feliz!
Por ser
Teu filho!