A (L)ira de Netuno

Netuno é o regente dos dons artísticos e musicais, ele tem o poder de ligar a mente inferior a superior. Num mundo real, somos algo, que obrigatoriamente se relaciona, para fazer parte de algo maior ainda, o todo. Assim sendo, fica praticamente impossível que nossa sociedade melhore sem a melhora de seus indivíduos.

Por aqui houve um processo de supressão cultural, anterior ao desmantelamento institucional, onde nossas características étnicas, culturais e individuais foram anuladas com vários estereótipos, preconceitos e palavras de ordem de todo gênero. Isso começou com o entretenimento meticulosamente realizado, com adultos e crianças.

Os primeiros com aqueles programas terríveis, sexistas de objetização do corpo da mulher, pegando sabonetes em banheiras. Para as crianças, não se deixou por menos, em programas de baixíssimo nível e altíssimo grau de erotização feito “só para baixinhos“.
E já na esteira final desse processo, tinha-se que anular uma das mais nobres expressões desse povo, a sua música.

Isto levou ao surgimento de coisas como o movimento sertanejo universitário, que tanto faz o nome, o que importou aqui foi a missão de acabar com o espaço da verdadeira cultura musical. Indo de Villa Lobos a Chicos e Caetanos, “E só Carolina não viu” que, o objetivo era acabar com qualquer noção identitária, nos fazendo invisíveis em nossa própria terra, aculturalizados, assim como fizeram com os índios.

Sem nossa cultura, sem territorialidade nenhuma.  E dá-lhe “Ilariê”, e “mãozinhas prá cima com chapéu de cowboy”, entre tapas e beijos, seguiu-se o fúnebre cortejo do enterro da cultura de uma nação.

A depredação que daí seguiu-se, só foi possível, pela negação dessa particularidade riquíssima e incrível que somos, cada um de nós. O respeito às diferenças, entender a pluralidade da forma mais ampla possível, é a única coisa que poderá impedir de nos degradarmos de vez.

Então, sem uniformização, nem palavras de ordem, o que faz com que uma sociedade se revitalize é a capacidade de cada pessoa se autodefinir. Precisamos fazer isso, o quanto antes. Resgatar nossa autonomia emocional, através de um choque de realidade entre o que é apenas aparência, e o que é realmente verdade.

Diante de tudo isso, surge a necessidade de uma nova ética, num novo espaço habitável dentro de nossas cabeças, onde o outro esteja contemplado. Na sequência de um eclipse que tivemos a três semanas atrás, vamos agora para os três meses do solstício em Câncer.

Desde 2020, estamos num processo de ruptura que nos coloca frente a frente com nós mesmos, com nossos anseios e defeitos. Netuno aspecta forte com esse momento, acelerando as dissoluções, o derretimento de padrões arraigados e desgastados pelo tempo.

A partir desta segunda (21), é prudente estarmos preparados para o período de maior fricção entre a mentalidade e os verdadeiros valores da vida e da consciência. Autonomia emocional, consciência espaço temporal. Interpretação arquetípica dos aspectos formados pelo planeta Netuno durante o solstício de Câncer a partir do dia 21.

 

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