Domingo tem eleições para os Conselhos Tutelares nos municípios catarinenses

No dia 1º de outubro, os eleitores devem ir às urnas para escolher os novos conselheiros e conselheiras tutelares de suas cidades. Até lá, é importante acompanhar a campanha dos candidatos e se certificar de que estejam agindo dentro das regras. Para facilitar, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que fiscaliza todo o processo eleitoral, lista aqui algumas condutas permitidas e vedadas aos candidatos.

Vale esclarecer que todos os custos da campanha devem ser suportados pelo candidato, que deverá fazê-la dentro das normas, podendo também ser responsabilizado por abusos praticados por seus apoiadores.

Segundo a Resolução n. 231/2022 do CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), compete à Comissão Especial dos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente processar e decidir sobre as denúncias referentes à propaganda eleitoral e demais irregularidades, podendo, inclusive, determinar a retirada ou a suspensão da propaganda, o recolhimento do material e a cassação da candidatura.

CONDUTAS PERMITIDAS NO PERÍODO DE CAMPANHA

– A propaganda eleitoral na internet poderá ser realizada, desde que não cause dano ou perturbe a ordem pública ou particular e dentro das seguintes regras:

  • em página eletrônica do candidato ou em perfil em rede social, com endereço eletrônico comunicado à Comissão Especial e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no país;
  • por meio de mensagem eletrônica para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, vedado o disparo em massa;
  • por meio de blogs, redes sociais, sites de mensagens instantâneas e aplicações de internet assemelhadas, cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos ou qualquer pessoa natural, desde que não utilize sites comerciais e/ou contrate impulsionamento de conteúdo.

– A propaganda eleitoral poderá ser feita com santinhos, materiais impressos, constando apenas número, nome e foto do candidato e curriculum vitae. Essa regra não necessariamente se aplica aos conteúdos produzidos em meio digital.

– A veiculação de propaganda eleitoral pelos candidatos somente é permitida após a publicação, pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), da relação final e oficial dos candidatos considerados habilitados.

– É permitida a participação em debates e entrevistas, desde que se garanta igualdade de condições a todos os candidatos, ou seja, devem-se aplicar todos os esforços para viabilizar a participação de todos os candidatos habilitados, como realizar os convites e agendamentos com antecedência, por exemplo.

CONDUTAS VEDADAS NO PERÍODO DE CAMPANHA

– Propaganda em locais de acesso público, como lojas, restaurantes, bares, estádios, escolas particulares, hospitais, ginásios, shoppings, academias e clubes.

– Propaganda em árvores, jardins e outros ambientes localizados em áreas públicas.

– Propaganda em igrejas e templos de qualquer denominação religiosa.

– Propaganda na Câmara de Vereadores ou Prefeitura.

– Propaganda enganosa, promessa de resolver eventuais demandas que não são da atribuição do Conselho Tutelar, criação de expectativas na população e qualquer outra conduta que induza dolosamente o eleitor a erro, com o objetivo de obter vantagem a determinada candidatura.

– Propaganda eleitoral em rádio, televisão, outdoor, carro de som, luminosos, bem como por faixas, letreiros e banners com fotos ou outras formas de propaganda de massa.

– Abuso de propaganda na internet e em redes sociais. A livre manifestação do pensamento do candidato e/ou do eleitor identificado ou identificável na internet é passível de limitação quando ocorrer ofensa à honra de terceiros ou divulgação de fatos inverídicos.

– Abuso do poder econômico na propaganda feita por meio dos veículos de comunicação social.

– Abuso do poder político-partidário, como a utilização da estrutura e financiamento das candidaturas pelos partidos políticos no processo de escolha.

– Abuso do poder religioso, como o financiamento das candidaturas pelas entidades religiosas.

– Aliciamento de eleitores por meios insidiosos, doação, oferta, promessa ou entrega ao eleitor de bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor.

– Participação de candidatos em inaugurações de obras públicas nos três meses que precedem o pleito.

– Favorecimento de candidatos por qualquer autoridade pública ou utilização de espaços, equipamentos e serviços da administração pública.

– Distribuição de camisetas e qualquer outro tipo de divulgação em vestuário.

– Os custos de campanha eleitoral devem ser suportados pelos candidatos. Não pode haver financiamento externo, nem mesmo do município. Não há orçamento municipal para a campanha dos candidatos, e o FIA (Fundo para a Infância e Adolescência) não pode ser utilizado para nenhum custo do processo de escolha.

– Não pode haver formação de chapas ou combinações entre candidatos para realização de campanha conjunta. A campanha deverá ser feita de forma individual por cada candidato.

NO DIA DAS ELEIÇÕES

– Vedada utilização de espaço na mídia.

– Vedado transporte aos eleitores.

– Vedado uso de alto-falantes e amplificadores de som ou promoção de comício ou carreata.

– Vedada distribuição de material de propaganda política ou a prática de aliciamento, coação ou manifestação que influencie na vontade do eleitor.

– Vedado qualquer tipo de propaganda eleitoral, inclusive boca de urna.

– Permitido a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos.