domingo, 1 setembro , 2024
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Dengue hemorrágica: Casos aumentaram mais de 1.000%

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Natal (Rio Grande do Norte)

A epidemia de dengue que assola o Rio de Janeiro há meses começou a se alastrar fortemente para outras regiões do país. Locais que antes as autoridades tinham como áreas de surto. Um exemplo é o Rio Grande do Norte. O estado decretou, nesta sexta-feira, alerta máximo na saúde. O número de casos de dengue hemorrágica aumentou 1.000% em relação ao mesmo período ano passado.

Já são 453 casos de dengue hemorrágica, com 21 óbitos. Quinze municípios estão com a epidemia. O problema da dengue não se resume apenas ao tipo hemorrágico. O número de notificações do caso clássico cresceu 200% em relação ao mesmo período de 2007: são 12.317 casos confirmados. A situação mais grave está na região da capital, Natal, onde foi registrada metade dos casos notificados em todo o estado. A prefeitura decretou estado de emergência e um processo seletivo para a contratação de médicos e agentes de saúde foi aberto.

A preocupação é que o número de vítimas no Rio Grande do Norte seja ainda maior do que o registrado. A secretaria de saúde do estado admite que ocorre uma subnotificação, onde os médicos e pronto socorros de hospitais da rede estadual ainda não estão preenchendo o formulário da notificação dos casos suspeitos da doença.

No Ceára, já são 9.388 casos. Destes, 2.142 foram registrados esta semana. No mesmo período do ano passado, foram confirmados 8,2 mil casos. Sobre a dengue hemorrágica, 122 casos foram confirmados. Eram 109 há uma semana. São 32 casos a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

Em Sergipe, 20 municípios decretaram estado endêmico considerado crítico. Ao todo, 1.929 casos de dengue, e sete mortes causadas pela doença, foram registrados. A secretaria de saúde do estado argumenta que, como a dengue esteve sob controle nos último anos, muitos municípios descuidaram das ações de prevenção da doença.

Agora, tanto estado quanto os municípios mais atingidos, o que inclui a capital, Aracaju, promovem um remanejamento de pessoal para agir no controle emergencial da dengue, até que seja feito o recrutamento e a capacitação de novos profissionais.

São Ludgero: Sinaleiras são inauguradas

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São Ludgero

Os primeiros semáforos instalados no município de São Ludgero foram inaugurados nesta sexta-feira. Os equipamentos foram colocados nas esquinas da rua Padre Roher com a avenida Monsenhor Frederico Tombrock e ruas João Wessler e Irmã Teofana. Além da sinalização para os motoristas, os semáforos possuem os alertas para travessia de pedestres, o que aumenta significativamente a segurança no local, o mais movimentado da cidade.

A solicitação para a instalação dos equipamentos partiu da própria comunidade. O projeto foi elaborado no segundo semestre do ano passado. Após os trâmites burocráticos, a empresa Sinasc foi a escolhida para efetuar a obra. O pagamento ficou a cargo da prefeitura: R$ 116 mil foram investidos. A verba é exclusivamente de recursos arrecadados com impostos, a exemplo do IPTU.

Para adequar o funcionamento dos semáforos às características e necessidades do trânsito, foi contratada uma empresa especializada em engenharia de segurança viária. Aspectos como estrutura viária, sentidos do fluxo, sinalização indicativa e outros serão analisados, ao custo de R$ 4 mil.

Centro de Operações: São mais de mil ligações por dia ao 190

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Zahyra Mattar
Tubarão

Se a rádio patrulha é a linha de frente da Polícia Militar e o Pelotão de Policiamento Tático (PPT) o time de combate, o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) é o coração, que faz ambos os setores funcionar. É através de linhas telefônicas, fones de ouvidos, computadores e um ser humano hábil e de raciocínio apurado que o cidadão é atendido e as ocorrências são geradas.

É o trabalho de policiais conhecidos apenas por suas vozes que direciona o atendimento dos rádio-patrulheiros e também do PPT. A quantidade de ligações diárias ao telefone de emergência da PM, o 190, é grande e crescente. Há cerca de um mês, os chamados pularam de aproximadamente 600 a 700 por dia para 1,2 mil a 1,3 mil. Nesta sexta-feira, por exemplo, durante a tarde, foram contabilizados quase que um chamado por minuto.

O número tanto preocupa quanto é um bom índice de credibilidade e aprovação do trabalho da PM. O trabalho do Copom é feito por equipes formadas por cinco policiais em turnos de 12 a 13 horas diárias. Haja estrutura psicológica, mental e auditiva para tantos chamados, reclamações, pedidos de socorro, comunicações de crimes. Paralelamente ao atendimento à população, a equipe do Copom é responsável por fornecer o suporte necessário ao PPT e às rádio patrulhas. Cabe a eles verificar placas de veículos, registros de possíveis furtos e de pessoas.

E tudo rapidinho. Uma ligação, em teoria, não deve ultrapassar 20 segundos. Mas muitos dos policiais confessam que, às vezes, isso é impossível. “Já fiquei mais de 40 minutos com uma pessoa. Uma senhora. Estava desesperada porque o ex-companheiro corria atrás dela com um machado. Estava nervosa e não conseguia me dizer onde morava. É uma tensão permanente”, admite o soldado Mário, no Copom há 14 anos. Ele é o que está há mais tempo na função.

Conforme as estatísticas do próprio Copom, a maioria das ligações não é relacionada a algum crime, e sim a algum problema que o cidadão passa naquele momento. Em menos de 7% dos casos, há necessidade de deslocamento da rádio patrulha. Na maioria, a situação é resolvida pelo telefone mesmo.

Unisul: Escolha do novo reitor gera protesto

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Amanda Menger
Tubarão

O Diretório Central dos Estudantes da Unisul deverá solicitar ao Conselho Universitário, nos próximos dias, a realização de uma audiência pública. O objetivo é discutir o processo eleitoral da universidade. Na semana passada, a reitoria da Unisul anunciou a composição da chapa para eleição para reitor.

Os candidatos oficiais da reitoria são para reitor Aílton Nazareno Soares, atual diretor do campus da grande Florianópolis, e para vice-reitor Sebastião Salésio Herdt, que já ocupa o cargo.
O Conselho Universitário aprovou na mesma semana a antecipação da eleição, para maio. A previsão inicial era setembro.

E esta antecipação é um dos questionamentos do DCE. “Queremos saber o porquê de adiantar este processo. No dia da reunião do Conselho, como representante dos estudantes, eu participei do encontro e só foi colocado em votação, não houve explicações. Aliás, praticamente não houve espaço para questionamentos”, declara o presidente Rafael Menegaz.

Os investimentos da Unisul nos campi sul (Tubarão e Araranguá) e norte (Grande Florianópolis e Norte da Ilha) foram motivo de discussão na reunião do conselho, entre o reitor, Gerson, e o presidente do DCE. “Eles apresentaram a prestação de contas dos sete anos de mandato do reitor. Neste tempo, Tubarão recebeu em torno de R$ 16 milhões de investimentos e Florianópolis, R$ 19 milhões. Só que, no último ano, a diferença entre os campi é grande: Tubarão cerca de R$ 1,7 milhão e Florianópolis R$ 9 milhões, aproximadamente. Eu questionei a diferença e o reitor não respondeu e chegou a alterar a voz”, relata.

Justiça proíbe Belo de cantar com Padre Marcelo

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A juíza Cristina de Araújo Góes Lajchter, da Vara de Execuções Penais do Rio, indeferiu o pedido do cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, para participar do show de gravação do DVD do Padre Marcelo Rossi, segunda-feira, no autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Em seu despacho, nesta sexta-feira, a juíza afirmou que o que está estabelecido no trabalho extra-muros é que o cantor saia para fazer dois shows mensais, mediante prévia comunicação à Vara de Execuções Penais). Belo já atingiu o limite este mês.

Campeonato Catarinense: Agora, sim, é hora de decisão!

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Marco Antonio Mendes
Tubarão

Perguntado se o Atlético Tubarão está preparado para o jogo de domingo, o treinador Arnaldo Lira responde sem pensar duas vezes: “Estamos prontos”. A opinião de jogadores, dirigentes e comissão técnica é unânime. Todos estão confiantes nas chances de vencer a partida e manter o clube na elite do futebol catarinense.

A equipe entra em campo a às 16 horas deste domingo, contra o Guarani, no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis. Será a última rodada do Campeonato Catarinense da Divisão Principal de 2008. Se o time tubaronense vencer o de Palhoça escapa do rebaixamento. E vice-versa.

Já se houver empate, aí será necessário combinação de resultado. O Tubarão terá que torcer por uma vitória do Joinville, caso contrário, o Juventus ficará com 23 pontos, um acima do Tubarão e do Guarani.

O atacante Carlinhos lamenta que o Estadual esteja no fim. “Se houvesse mais três ou quatro jogos, com certeza não precisaríamos nos preocupar com este fantasma”, analisa. Permanecer na primeira divisão, para o jogador, será uma forma de valorizar todo o trabalho que o time do ano passado teve em levar o clube para a elite.

O zagueiro Jairo Santos revela que, entre os jogadores, há grande expectativa para domingo. “Vamos lutar para que o time não seja rebaixado. Acreditamos que o esforço será recompensador”, diz.
E não é para menos. Na tarde de ontem, o presidente Pedro Almeida e o diretor de futebol, Roberto Luiz Rodrigues, estiveram na Vila para quitar os pagamentos.

“Nós estamos pagando o que foi reivindicado. Estamos completando a folha”, afirmou Pedro. Agora, os salários estão pagos. Uma pequena parcela ficou pendente, referente a atletas antigos.
Além disso, foram arrecadados R$ 20 mil em incentivos para caso o Peixe ganhe. “A diretoria colocou R$ 17 mil do próprio bolso. Depois a gente vai captar esse dinheiro investido”, justifica o presidente.

Fórum catarinense: Reforma política tem que ser ímpar

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Amanda Menger
Tubarão

No encerramento do Fórum Catarinense sobre Reforma Política, nesta sexta-feira à noite, foram abordadas cláusula de barreira, fidelidade partidária e as relações entre executivo e legislativo. Os palestrantes foram o deputado federal Edson Bez de Oliveira (PMDB-SC) e o ex-governador do Ceará, Gonzaga Mota (PMDB).

Para o deputado Edinho, a reforma é necessária porque os partidos estão descaracterizados. “As pessoas votam hoje no candidato e não no partido. Isso fragiliza o sistema partidário, porque não há compromisso dos políticos com a ideologia”, avalia. A conseqüência é a pouca participação da população. “O jovem não se sente à vontade em participar e depois não tem o que reclamar”, afirma.

O ex-governador defende a realização das reformas, tanto política quanto tributária, em anos ímpares. “Escrevi um artigo com o título de a ‘Reforma tem que ser ímpar’, porque tem que ser diferente, mudar a estrutura e feita em anos ímpares, porque senão compete com a eleição e, no fim, nunca sai nada”, adverte.

Mota diz ainda que é a reforma precisa respeitar pressupostos básicos, como a democracia e a harmonia entre os três poderes: executivo, legislativo e judiciário. “E ainda garantir a democracia”, afirma.
O deputado Edinho adiantou que Tubarão deverá sediar um evento com a participação do senador Fernando Collor de Mello e com o senador Pedro Simon.

Sabe o que os astros guardam para você hoje?

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Áries (21/03 a 19/04)
O Sol percorre hoje o último grau do seu signo, indicando um dia interessante para finalizar questões pendentes e para se conscientizar de como tem utilizado a sua energia.

Touro (20/04 a 20/05)
Momento interessante para se retirar e para dar mais valor ao que se passa dentro de você, taurino. Refletir sobre as suas ações, sobre o que precisa iniciar e também terminar.

Gêmeos (21/05 a 21/06)
Dia interessante para atividades sociais e culturais com grande dinamismo. Oportunidade de expressar suas características pioneiras dentro de um grupo ou junto de amigos.

Câncer (22/06 a 22/07)
Energia que você pode direcionar para atividades ousadas e dinâmicas. Das intenções e ações atuais se fará o seu futuro. Hoje, especialmente, poderá concluir com êxito algum projeto ou ação que esteja pedindo um fecho de ouro.

Leão (23/07 a 22/08)
Visões, intuições: o universo aponta o rumo, mas apenas aos que prestam atenção. Não deixe escapar a oportunidade de dar uma nova diretriz à sua vida, a partir do que vem percebendo serem os seus novos sonhos, ideais e buscas.

Virgem (23/08 a 22/09)
Conscientizar-se de sua individualidade é o fator mais importante atualmente. Significa aceitar certas emoções e situações que antes eram inacessíveis, talvez porque você as reprimia, mas que revelam como você se sente em essência.

Libra (23/09 a 22/10)
Percepção de que algo está chegando ao final e isso envolve a equação individualidade e relacionamento. Este final precede um novo começo, mas envolve fortes emoções e por isso a dificuldade de agir.

Escorpião (23/10 a 21/11)
Fase de ajustes em que você se aprimora para uma nova realidade nos relacionamentos. O momento atual favorece as atividades profissionais e um bem-estar que represente ter renascido de condições anteriores.

Sagitário (22/11 a 21/12)
O envolvimento com projetos criativos, que você faça com prazer, está estimulado. Hoje é um dia interessante para dar retoques finais nesses projetos.

Capricórnio (22/12 a 19/01)
Percepção de como você deve ser autônomo, independente e de ações firmes. Uma firmeza que reflete que está acessando uma energia de luta pelo seu espaço, auto-afirmação e individualidade.

Aquário (20/01 a 18/02)
Atividades com potencial dinâmico estão enfatizadas. Necessidade de dizer o que pensa, de uma forma tão assertiva, que chega a ser incomodativa para os outros.

Peixes (19/02 a 20/03)
Resolva pendências, o dia favorece isso. Mas cuidado para não se precipitar ou agir imprudentemente. Há uma tendência atual para agir sem medir as conseqüências, gerando prejuízos.

“Não deixaremos a cultura indígena morrer”

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Amanda Menger
Tubarão

Notisul – Como é ser índio hoje? Tem muito preconceito?
Floriano
– Não é fácil. Para ser índio, tem que ter terra boa, aldeia. Porque nós não temos terra hoje, faltam alimentos. Porque a terra não é suficiente e isso dificulta a nossa sobrevivência.
Jaci – Acredito que ainda há muito preconceito. Ainda somos remanescentes daquele esteriótipo de que índio é vadio, indolente, mendigo, ignorante. Aqui na região do litoral, temos percebido que há uma mudança neste olhar. Tudo pelo uso da estética, da produção estética do artesanato, vídeos, CDs, da presença dos grupos indígenas na mídia, mostrando toda uma sabedoria, cultura profunda. Outro aspecto que tem favorecido uma mudança de olhar é a visitação de escolas, de estudantes às aldeias e os corais guarani visitando as escolas.

Notisul – Vocês são em quantos índios na aldeia? Como são as condições de vida?
Floriano
– Somos em 150 pessoas, a maioria crianças. Para nós, (as condições) poderiam ser melhores se tivéssemos mais terras.
Jaci – Nesse momento, já temos a alegria de ver que os índios não estão mais morrendo de fome. No entanto, a precariedade é grande. Só no ano passado é que foram compradas três aldeias com dinheiro de duplicação da BR-101, por exigência do Banco Mundial, que diz que é necessário devolver terras para os indígenas. Mas, estas três áreas são insuficientes, precisariam de no mínimo mais quatro propriedades para que eles possam voltar para a floresta. Eles dizem para mim assim: “A floresta que estamos recebendo vai nos ensinar a viver na floresta de novo”. A situação é séria, é grave. Índio sem terra não consegue sobreviver, porque a terra não lhe dá só o alimento para o corpo, mas também para a alma.

Notisul – Com a falta de terra, vocês precisam vender artesanatos nas cidades. Como funciona isso, é possível conseguir uma renda a mais?
Floriano
– Praticamente todos ajudam a fazer o artesanato. Mas, para fazer este artesanato, também precisamos de terra, porque retiramos da floresta o material para fazer as peças, que são variadas: cestas de diversos tamanhos, pequenas estátuas de animais, entre outros. Quem vai para a cidade vender, vende não apenas as suas peças, mas as dos outros também, e o dinheiro é todo devolvido para quem fez a peça. Com este dinheiro, é possível comprar roupas para as crianças, alimentos, material escolar…

Notisul – E as pessoas nas cidades tratam vocês bem? Valorizam o trabalho artesanal?
Floriano
– Nem sempre. Tem pessoas que nos odeiam, tratam mal. Tem outras que param, olham, elogiam e compram algum produto. Mas o que conseguimos com o artesanato é muito pouco, porque não temos lugar para vender. No período do inverno, fica ainda mais difícil; no verão, nós vendemos mais.

Notisul – Como vocês mantêm a cultura?
Floriano
– É de pai para filho. Os mais velhos ensinam os mais novos, assim que nós mantemos a nossa cultura. Entre nós, só falamos guarani. As crianças aprendem o português quando vão para a escola, e falam quando estão lá e quando precisamos ir a cidade para vender os nossos produtos.
Jaci – O movimento de devolução deles para eles mesmos, no sentido de revalorizar sua auto-estima, autonomia e a condição de auto-sustentação, que é um tripé que o programa “Revitalizando culturas” usa, é o caminho para que eles possam devolver a eles mesmos a sua cultura. O grande passo é a manutenção da língua, porque é o ponto de identificação do grupo.

Notisul – A escola auxilia vocês a manterem a cultura?
Floriano
– Ajuda porque tem o professor bilíngüe, que geralmente é um índio também, e ele conhece a cultura, os valores, aquilo que acreditamos, e ele repassa isso para os alunos.
Jaci – A volta da escola bilíngüe em 1998 é uma primeira obediência que o governo fez a Constituição de 1988. Só que tudo é muito novo, os professores guarani estão sendo formados ainda. Há um movimento de recuperação da cultura, ele é iniciante e precisa ser fortalecido não apenas dentro do grupo indígena, mas também no Brasil. Precisamos aprender sobretudo a língua guarani.

Notisul – As pessoas ainda ficam surpresas quando se fala em povos indígenas?
Jaci
– Realmente, quando nós olhamos o diferente cultural, o japonês, o chinês, o coreano e os índios, achamos que são todos iguais. As palavras indígenas e índio são erradas, isso não existia, surgiu apenas há 500 anos, com o descobrimento do Brasil, com a invasão cultural feita pelos portugueses, que achavam que estavam chegando à Índia, e eles chamaram a todos de índios. E isso prejudicou a visão que se tem destes grupos. Em 1500, eram 900 grupos com mais de 300 línguas diferentes e com uma língua inter-tribal que era o tupi-guarani, e eles tinham muitos dialetos. Hoje, ainda existem mais de 180 línguas faladas, existe a dicionarização do mbya-guarani, do tupi-guarani. Infelizmente, a gente estuda mais o grego, o latim, o inglês do que o guarani. Cada povo tem sua cultura, sua língua, seus costumes, culinária, arquitetura, gostos, valores diferentes, como qualquer outro grupo humano.

Notisul – Qual é a diferença entre o pajé e o cacique? Como eles são escolhidos?
Floriano
– O pajé é como se fosse um médico, ele vive na casa de reza e ajuda a curar as pessoas com as ervas, com produtos que estão na mata. É um conhecimento repassado dos mais velhos para os mais novos. O cacique é como se fosse um prefeito, governador, ele que decide o que os índios vão fazer, as regras conforme as tradições. Eles são escolhidos pela comunidade. O meu irmão, Eduardo, é cacique e é bem jovem. Tenho 27 anos, e ele é mais novo do que eu. Todos gostam dele e confiam nele, por isso ele foi escolhido para ser o cacique.

Notisul – Qual é a expectativa de futuro para estes grupos indígenas?
Floriano
– Nós vamos continuar vivendo, procurando manter nossas tradições e cultura. E a Semana dos Povos Indígenas, que termina no dia 19 (este sábado), serve para falar dessa cultura que não vai desaparecer não. Não vamos deixar.
Jaci – Acredito no que Floriano disse. Eles vão continuar vivendo, sim, e tenho bons motivos para crer nisto. Existe um movimento internacional. No dia 13 de setembro de 2007, a Organização das Nações Unidas (ONU) sancionou o documento com a “Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas”, assinado por 128 nações. Isso significa uma luta de mais de 30 anos e que 302 milhões de indígenas no mundo têm a sua declaração garantida. Os países estão admitindo que existem povos dentro de seus territórios. Uma série de reivindicações que os movimentos estão fazendo dentro dos países tem o respaldo da ONU. É uma consistência jurídica que dá condições de criar leis, no caso brasileiro, algumas já estão previstas na Constituição de 1988.

Eleições, retrocesso e democracia

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Sempre que se fala em eleições para a reitoria da Unisul, presenciamos debates calorosos entre os defensores do modelo atual e os contrários. Quero opinar com a visão do acadêmico, livre de interesses particulares, e que, apesar de ser afetado de forma direta pelas decisões do reitor, “participa” de forma indireta na escolha do mesmo.

A democracia, que é a questão mais levantada pelos debatedores nesse caso, poderia ser analisada de diversos ângulos. O único destes que eu não usaria é o significado científico da palavra porque, infelizmente, a prática e o significado real de muitas palavras do nosso vocabulário se distorceram – e muito – dos seus conceitos científicos.

Vou falar da democracia que percebemos, sentimos. Essa é incontestável. E, infelizmente, para os acadêmicos da Unisul, inexistente. A forma indireta ou representativa de eleição que vivemos na universidade não é – nem de longe – uma democracia.
Infelizmente, no movimento estudantil, presenciamos a realidade do voto por representação, os estudantes elegem os delegados que votam nos congressos. Mas, na Unisul, ainda é pior. Nós não escolhemos quem serão as pessoas que votam nas eleições da reitoria.

Não sejamos ingênuos para acreditar que a eleição da forma direta é uma garantia da qualidade do eleito. Mas, na minha cidade, eu presencio as eleições para coordenador de curso e reitor da universidade. Posso afirmar com propriedade que a forma direta beneficia a instituição de ensino, bem como professores, funcionários e estudantes.

O candidato a reitor apresenta propostas de gestão. Debate com acadêmicos e outros candidatos. Os estudantes, os funcionários e professores conhecem quem ocupa a cadeira da reitoria, como ele pensa e o que ele prometeu para chegar até ali. E o principal: o movimento estudantil pressiona o eleito para cumprir as promessas de campanha. Caso isso não aconteça, nós teremos a próxima eleição para corrigir o erro, trocar o reitor. Isso não força uma melhor gestão dos ocupantes do cargo?

Somado a isso, existe o exercício da cidadania, a sensação de progresso no âmbito da democracia. E reafirmo a questão de progresso porque, em relação aos estudantes que votam para reitor e coordenador de curso, nos vemos num retrocesso histórico, implorando por “Diretas Já”!

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