quinta-feira, 1 agosto , 2024
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Divisão Principal: Mudanças no Catarinense de 2009

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Marco Antonio Mendes
Tubarão

Com pouco mais de um mês para o início do Campeonato Catarinense da Divisão Principal, os clubes já começam a se preparar à disputa estadual. Na temporada que inicia em 18 de janeiro, apenas dez clubes competirão, diferente deste ano, quando 12 times entraram em campo para brigar pelo título.
Se de 12 foram rebaixados três equipes em 2008 (Guarani, Juventus e Brusque), em 2009 dois cairão para a Divisão Especial. Os rebaixados deste ano tiveram a sorte de disputar o campeonato da segunda divisão e, o Brusque, que levou o título, já poderá voltar à elite no próximo ano. No entanto, uma alteração no regulamento da Federação Catarinense de Futebol (FCF) define que aqueles times que caírem jogarão pela Divisão Especial apenas em 2010, podendo voltar à primeira divisão somente em 2011.

Para ocupar a vaga dos rebaixados do Catarinense de 2009, os times da segunda divisão terão mais chance. É que sobem o campeão e o vice-campeão da Divisão Especial. Está aí uma oportunidade do Hercílio Luz subir, já que este ano apenas o campeão conquistou a vaga.
Um benefício que os clubes da elite terão na temporada de 2009 é que o melhor colocado ganhará uma vaga na Série D do Brasileirão. Como algumas equipes catarinenses já estão entre as Séries A e D, automaticamente a vaga vai para aquele que ainda não tem (mais uma chance para o Atlético Tubarão, se fizer um bom campeonato).

“É claro que vamos buscar o título do estadual, mas, se conseguirmos esta vaga para jogar o Brasileiro, já estará muito bom. Todos sabem que queremos um calendário de competições para o ano todo”, declara o presidente do Atlético, Pedro Almeida, que faz os preparativos à competição em busca de parcerias para montar a equipe.

Quatro fases para o campeão

O primeiro jogo do Atlético Tubarão no Catarinense 2009 será contra o Figueirense, no estádio Orlando Scarpelli. Serão disputadas quatro fases. No turno, as equipes jogam entre si. A que tiver maior pontuação classifica-se ao quadrangular da terceira fase. Da mesma forma será o returno, com o mando de campo invertido.

Além dos campeões do turno e returno, outras duas equipes com os melhores índices técnicos também passam à terceira fase. Nesta fase da disputa, as quatro equipes voltam a jogar entre si em turno e returno e se classificarão as que tiverem maior pontuação. No entanto, as campeãs da primeira e segunda fase terão bonificação de um ponto. Da mesma forma será a final, em jogo de ida e volta. Vence o clube que somar maior pontuação.

“Só não enxerga quem não quer a transformação”

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Amanda Menger
Tubarão

Notisul – Como você avalia a gestão Carlos Stüpp e Ângelo Zabot, nestes oito anos como prefeito e vice de Tubarão?
Com
– Positiva. Até porque você não era nem nascida e eu já era vice-prefeito de Tubarão (risos), em 1976. Fui eleito vice de Paulinho May e fizemos um mandato de cinco anos. Depois, tive um mandato de prefeito de oito meses, porque Paulinho renunciou para concorrer a deputado estadual. Fiquei parado em torno de oito anos. Voltei como vereador e, quando era presidente da câmara, fui convidado para compor uma chapa encabeçada por Carlos Stüpp (PSDB). Nesta época, eu estava no PP. Disputamos uma eleição contra o prefeito que tentava a reeleição, Genésio Goulart (PMDB). Foi uma eleição difícil, ganhamos por 290 votos. Os primeiros quatro anos foram para acomodar, organizar a casa. Porque nós queríamos fazer aquilo que estamos fazendo hoje. Infelizmente, os recursos eram muito poucos. Fomos buscar essa adequação, principalmente dos impostos, que estavam muito defasados. A arrecadação era de R$ 25 milhões e hoje é em torno de R$ 100 milhões. Só não está satisfeito, não enxerga quem não quer a transformação que é Tubarão hoje. A beira-rio, o asfalto no Rio do Pouso, na Pedro Zapellini, na Sílvio Cargnin. Eu fiquei muito satisfeito, porque em 1976 o bairro de Oficinas não tinha 20% do calçamento que tem hoje. E hoje tem quase 100%, falta pouco. Com planejamento, tenho certeza que a administração do Dr. Manoel e Pepê Collaço finalizará as obras.

Notisul – Nestes oito anos, você tem alguma frustração?
Com
– Sim. Muitas decepções, frustrações, não apenas na vida política, pública, mas também na vida pessoal. Mas eu penso que nós superamos isso porque temos muitas alegrias, amigos, pessoas que dão força. É muito comum as pessoas dizerem que têm no máximo uma mão cheia de amigos; eu posso dizer que eu tenho muitas mãos de amigos! Tenho consciência que tenho erros, mas Jesus, que era perfeito, foi injustiçado, sofreu críticas. Temos que aceitar as críticas e utilizá-las de forma positiva. Vou continuar, mesmo sem ter nenhum cargo eletivo, ajudando as pessoas, sendo uma voz presente, cobrando, ajudando a cidade.

Notisul – Teve algum ponto que a administração Stüpp-Com errou?
Com
– Sim. Mas não intencionalmnete. Procuramos fazer o certo. Sempre digo: se há divergências entre marido e mulher, também há entre prefeito e vice; entre prefeito, vice e população. Tenho certeza que não fomos unânimes, mas acredito que boa parte da população nós agradamos.

Notisul – Você acredita que esta dificuldade de investimentos na infra-estrutura, em obras, foi o ponto que mais gerou críticas?
Com
– Temos que analisar. Tínhamos poucos recursos, além disso, o governo do estado era oposição, tivemos divergências e não teve um investimento grande. Nós buscamos, fomos criticados e processados, por causa das ações do Imposto Sobre Serviços (ISS). Mas foi o que deu cara nova para a cidade. Tenho certeza que Dr. Manoel e Pepê administrarão muito mais recursos. E Tubarão precisa muito de infra-estrutura. Com esta chuva mesmo, indagaram-me por que regiões alagaram… é difícil. Tubarão é uma cidade muito baixa, tivemos sorte. Não há vazão. Encheu o rio da Madre, de Congonhas, encheu o rio, a água vai para onde? A tendência é alagar.

Notisul – Você, que presenciou a enchente de 1974, ficou receoso no último fim de semana?
Com
– Sim. Na madrugada de sábado para domingo, acompanhamos. Estávamos no local e o rio chegou a 4,8 metros (acima do nível). Ainda faltou muito: para o rio começar a transbordar precisava chegar a 5,7 metros, 5,8 metros. Mas a enchente de 1974 também foi assim, ninguém acreditando, foi indo, indo e deu no que deu. No fim de semana, as pessoas faziam procissão ali na régua. Um outro lugar que as pessoas foram muito foi a ponte do Morrotes. Nós fizemos um investimento grande para elevar a ponte. Eu acho que, se ainda estivesse baixa, desta vez a água passava da ponte. Graças a Deus, e algumas melhorias que fizemos no sistema de drenagem, teria que chover mais um tanto daquele para que nós nos preocupássemos.

Notisul – O monitoramento do rio e os investimentos nessa área da Defesa Civil municipal é um desafio para a próxima administração?
Com
– É obrigado. Quanto ao monitoramento do rio, nós só temos uma régua. Nós temos que ter a tranquilidade de poder acompanhar o rio via internet. Nós estamos ainda na era do ‘olhômetro’, de achar o quanto está subindo. A nossa preocupação é que já houve ação de vândalos contra a régua. A próxima administração precisa preocupar-se com isso.

Notisul – A Defesa Civil está preparada para uma nova enchente? As pessoas saberiam como agir?
Com
– Eu acompanhei a enchente de 1974 e bem pouca gente no centro da cidade morreu. A maioria estava na rua, preocupada, mobilizou-se e foi para os pontos mais altos, Morro do Becker, Hercílio Luz, Catedral. Mas, no interior, o problema foi maior. Ainda falta alguma coisa, nós não estamos preparados 100%. A sociedade tem que se unir. A Defesa Civil tem que ter local próprio, equipamentos. Não só em tempos de chuva, mas nós temos que ter planejamento, saber como agir, para onde ir. Assim como o exército, temos que fazer exercícios. Eu diria até que deveríamos fazer simulações. É obrigado a se estruturar. Sem alarde, mas a nossa cidade está em uma área de risco.

Notisul – Como você avalia a campanha eleitoral deste ano?
Com
– As composições que fizemos foram importantes. Partido que sai desunido pode até ganhar, mas é difícil. E os partidos que estavam conosco estavam comprometidos. Acho que o único que não estava muito à vontade, era um estranho no ninho, era eu, porque pertenço a outro partido e fui a dissidência. Seria incoerente da minha parte, eu não estaria indo contra o Dr. Manoel, mas contra a administração que eu fiz parte durante oito anos. Na vida pública, temos que lutar, trabalhar. Eu não gostei de atitudes radicais tanto de um lado quanto de outro, eu acho que o político tem que ir lá e mostrar o que vai fazer e não criticar, baixar o nível. Eu, graças a Deus, saí satisfeito dessa eleição.

Notisul – Por falar em questão partidária, você continuará no Democratas? Como está a sua relação com o partido?
Com
– Temos que fazer uma análise. Eu estou fazendo reuniões com pessoas que me ajudaram. Tem aí umas 400, 500 filiações que nós fizemos conjunto ao PFL, eu e Eza, minha esposa. Temos que analisar. Pode ser que eu não saia candidato, mas a minha esposa, meu filho, algum parente, amigo, vamos analisar para ver onde vamos nos acomodar.

Notisul – Qual a sua avaliação sobre o Democratas hoje?
Com
– Eu acho que saiu muito. Já se esperava essa divisão. Essa divisão começou na hora da eleição, inclusive na hora que colocaram esse cidadão como presidente (o presidente eleito pelo Democratas em 2007 foi César Damiani; como assumiu a secretaria de desenvolvimento regional em Tubarão, repassou o cargo a Dalton Marcon) ele procurou não só dividir, como deixou de lado os amigos. Eu saí muito chateado. Estou muito chateado. Não com esse atual presidente, mas com o que foi eleito.

Notisul – Esse foi um dos motivos pelos quais Eza não foi candidata e você também recuou em uma nova candidatura?
Com
– Foi um dos motivos. Nós tínhamos análises, pesquisas que indicavam até uma boa votação. Mas, como podemos ser candidatos por um partido que estava apoiando um determinado candidato que era contrário à administração que fazemos parte? Deixamos então de pensar na proporcional. Nos preocupamos mais com a majoritária.

Notisul – Em diversas análises, o Democratas aparece como o partido que mais perdeu nestas eleições. Você também pensa deste modo? E os demais partidos, quem ganhou, quem perdeu?
Com
– Não precisa nem de análise. Isso é evidente. E não é só porque não elegeu nenhum vereador. Na outra eleição, o então PFL também não elegeu ninguém. O vereador do DEM, Jairo Cascaes, elegeu-se pelo PDT em 2004. É público e notório que foi o que mais perdeu. Quanto ao PT, às vezes, as pessoas dizem a porque o PT quer isso, quer aquilo, aquilo que Olávio (Falchetti) quer eu também acho que tem que ser: partido individual. Isso para sabermos quem é mais forte, como é nos Estados Unidos. Hoje, lá quem é o mais forte? Os Democratas! Os Republicanos estão em baixa. Para fazer uma avaliação correta, precisamos ter os partidos concorrendo sozinhos. Acho que coligação deveria ser feita depois, como é no segundo turno.

Notisul – Qual é a expectativa para o governo de Dr. Manoel e Pepê Collaço?
Com
– Muito boa! Esperança de ser a transformação de Tubarão. Infelizmente, o problema de saúde do Dr. Manoel nos pegou de surpresa. Tenho certeza que ele se recuperará. Ele está muito otimista. Nas vezes que conversei com ele, disse que irá voltar e cumprir aquilo que prometeu durante a campanha. E eu tenho certeza que Tubarão terá uma transformação, e que eles irão superar a administração Carlos Stüpp- Ângelo Zabot.

“Só não enxerga quem não quer a transformação”

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Amanda Menger
Tubarão

Notisul – Como você avalia a gestão Carlos Stüpp e Ângelo Zabot, nestes oito anos como prefeito e vice de Tubarão?
Com
– Positiva. Até porque você não era nem nascida e eu já era vice-prefeito de Tubarão (risos), em 1976. Fui eleito vice de Paulinho May e fizemos um mandato de cinco anos. Depois, tive um mandato de prefeito de oito meses, porque Paulinho renunciou para concorrer a deputado estadual. Fiquei parado em torno de oito anos. Voltei como vereador e, quando era presidente da câmara, fui convidado para compor uma chapa encabeçada por Carlos Stüpp (PSDB). Nesta época, eu estava no PP. Disputamos uma eleição contra o prefeito que tentava a reeleição, Genésio Goulart (PMDB). Foi uma eleição difícil, ganhamos por 290 votos. Os primeiros quatro anos foram para acomodar, organizar a casa. Porque nós queríamos fazer aquilo que estamos fazendo hoje. Infelizmente, os recursos eram muito poucos. Fomos buscar essa adequação, principalmente dos impostos, que estavam muito defasados. A arrecadação era de R$ 25 milhões e hoje é em torno de R$ 100 milhões. Só não está satisfeito, não enxerga quem não quer a transformação que é Tubarão hoje. A beira-rio, o asfalto no Rio do Pouso, na Pedro Zapellini, na Sílvio Cargnin. Eu fiquei muito satisfeito, porque em 1976 o bairro de Oficinas não tinha 20% do calçamento que tem hoje. E hoje tem quase 100%, falta pouco. Com planejamento, tenho certeza que a administração do Dr. Manoel e Pepê Collaço finalizará as obras.

Notisul – Nestes oito anos, você tem alguma frustração?
Com
– Sim. Muitas decepções, frustrações, não apenas na vida política, pública, mas também na vida pessoal. Mas eu penso que nós superamos isso porque temos muitas alegrias, amigos, pessoas que dão força. É muito comum as pessoas dizerem que têm no máximo uma mão cheia de amigos; eu posso dizer que eu tenho muitas mãos de amigos! Tenho consciência que tenho erros, mas Jesus, que era perfeito, foi injustiçado, sofreu críticas. Temos que aceitar as críticas e utilizá-las de forma positiva. Vou continuar, mesmo sem ter nenhum cargo eletivo, ajudando as pessoas, sendo uma voz presente, cobrando, ajudando a cidade.

Notisul – Teve algum ponto que a administração Stüpp-Com errou?
Com
– Sim. Mas não intencionalmnete. Procuramos fazer o certo. Sempre digo: se há divergências entre marido e mulher, também há entre prefeito e vice; entre prefeito, vice e população. Tenho certeza que não fomos unânimes, mas acredito que boa parte da população nós agradamos.

Notisul – Você acredita que esta dificuldade de investimentos na infra-estrutura, em obras, foi o ponto que mais gerou críticas?
Com
– Temos que analisar. Tínhamos poucos recursos, além disso, o governo do estado era oposição, tivemos divergências e não teve um investimento grande. Nós buscamos, fomos criticados e processados, por causa das ações do Imposto Sobre Serviços (ISS). Mas foi o que deu cara nova para a cidade. Tenho certeza que Dr. Manoel e Pepê administrarão muito mais recursos. E Tubarão precisa muito de infra-estrutura. Com esta chuva mesmo, indagaram-me por que regiões alagaram… é difícil. Tubarão é uma cidade muito baixa, tivemos sorte. Não há vazão. Encheu o rio da Madre, de Congonhas, encheu o rio, a água vai para onde? A tendência é alagar.

Notisul – Você, que presenciou a enchente de 1974, ficou receoso no último fim de semana?
Com
– Sim. Na madrugada de sábado para domingo, acompanhamos. Estávamos no local e o rio chegou a 4,8 metros (acima do nível). Ainda faltou muito: para o rio começar a transbordar precisava chegar a 5,7 metros, 5,8 metros. Mas a enchente de 1974 também foi assim, ninguém acreditando, foi indo, indo e deu no que deu. No fim de semana, as pessoas faziam procissão ali na régua. Um outro lugar que as pessoas foram muito foi a ponte do Morrotes. Nós fizemos um investimento grande para elevar a ponte. Eu acho que, se ainda estivesse baixa, desta vez a água passava da ponte. Graças a Deus, e algumas melhorias que fizemos no sistema de drenagem, teria que chover mais um tanto daquele para que nós nos preocupássemos.

Notisul – O monitoramento do rio e os investimentos nessa área da Defesa Civil municipal é um desafio para a próxima administração?
Com
– É obrigado. Quanto ao monitoramento do rio, nós só temos uma régua. Nós temos que ter a tranquilidade de poder acompanhar o rio via internet. Nós estamos ainda na era do ‘olhômetro’, de achar o quanto está subindo. A nossa preocupação é que já houve ação de vândalos contra a régua. A próxima administração precisa preocupar-se com isso.

Notisul – A Defesa Civil está preparada para uma nova enchente? As pessoas saberiam como agir?
Com
– Eu acompanhei a enchente de 1974 e bem pouca gente no centro da cidade morreu. A maioria estava na rua, preocupada, mobilizou-se e foi para os pontos mais altos, Morro do Becker, Hercílio Luz, Catedral. Mas, no interior, o problema foi maior. Ainda falta alguma coisa, nós não estamos preparados 100%. A sociedade tem que se unir. A Defesa Civil tem que ter local próprio, equipamentos. Não só em tempos de chuva, mas nós temos que ter planejamento, saber como agir, para onde ir. Assim como o exército, temos que fazer exercícios. Eu diria até que deveríamos fazer simulações. É obrigado a se estruturar. Sem alarde, mas a nossa cidade está em uma área de risco.

Notisul – Como você avalia a campanha eleitoral deste ano?
Com
– As composições que fizemos foram importantes. Partido que sai desunido pode até ganhar, mas é difícil. E os partidos que estavam conosco estavam comprometidos. Acho que o único que não estava muito à vontade, era um estranho no ninho, era eu, porque pertenço a outro partido e fui a dissidência. Seria incoerente da minha parte, eu não estaria indo contra o Dr. Manoel, mas contra a administração que eu fiz parte durante oito anos. Na vida pública, temos que lutar, trabalhar. Eu não gostei de atitudes radicais tanto de um lado quanto de outro, eu acho que o político tem que ir lá e mostrar o que vai fazer e não criticar, baixar o nível. Eu, graças a Deus, saí satisfeito dessa eleição.

Notisul – Por falar em questão partidária, você continuará no Democratas? Como está a sua relação com o partido?
Com
– Temos que fazer uma análise. Eu estou fazendo reuniões com pessoas que me ajudaram. Tem aí umas 400, 500 filiações que nós fizemos conjunto ao PFL, eu e Eza, minha esposa. Temos que analisar. Pode ser que eu não saia candidato, mas a minha esposa, meu filho, algum parente, amigo, vamos analisar para ver onde vamos nos acomodar.

Notisul – Qual a sua avaliação sobre o Democratas hoje?
Com
– Eu acho que saiu muito. Já se esperava essa divisão. Essa divisão começou na hora da eleição, inclusive na hora que colocaram esse cidadão como presidente (o presidente eleito pelo Democratas em 2007 foi César Damiani; como assumiu a secretaria de desenvolvimento regional em Tubarão, repassou o cargo a Dalton Marcon) ele procurou não só dividir, como deixou de lado os amigos. Eu saí muito chateado. Estou muito chateado. Não com esse atual presidente, mas com o que foi eleito.

Notisul – Esse foi um dos motivos pelos quais Eza não foi candidata e você também recuou em uma nova candidatura?
Com
– Foi um dos motivos. Nós tínhamos análises, pesquisas que indicavam até uma boa votação. Mas, como podemos ser candidatos por um partido que estava apoiando um determinado candidato que era contrário à administração que fazemos parte? Deixamos então de pensar na proporcional. Nos preocupamos mais com a majoritária.

Notisul – Em diversas análises, o Democratas aparece como o partido que mais perdeu nestas eleições. Você também pensa deste modo? E os demais partidos, quem ganhou, quem perdeu?
Com
– Não precisa nem de análise. Isso é evidente. E não é só porque não elegeu nenhum vereador. Na outra eleição, o então PFL também não elegeu ninguém. O vereador do DEM, Jairo Cascaes, elegeu-se pelo PDT em 2004. É público e notório que foi o que mais perdeu. Quanto ao PT, às vezes, as pessoas dizem a porque o PT quer isso, quer aquilo, aquilo que Olávio (Falchetti) quer eu também acho que tem que ser: partido individual. Isso para sabermos quem é mais forte, como é nos Estados Unidos. Hoje, lá quem é o mais forte? Os Democratas! Os Republicanos estão em baixa. Para fazer uma avaliação correta, precisamos ter os partidos concorrendo sozinhos. Acho que coligação deveria ser feita depois, como é no segundo turno.

Notisul – Qual é a expectativa para o governo de Dr. Manoel e Pepê Collaço?
Com
– Muito boa! Esperança de ser a transformação de Tubarão. Infelizmente, o problema de saúde do Dr. Manoel nos pegou de surpresa. Tenho certeza que ele se recuperará. Ele está muito otimista. Nas vezes que conversei com ele, disse que irá voltar e cumprir aquilo que prometeu durante a campanha. E eu tenho certeza que Tubarão terá uma transformação, e que eles irão superar a administração Carlos Stüpp- Ângelo Zabot.

Atlético Tubarão: Time em andamento com novas parcerias

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Marco Antonio Mendes
Tubarão

Uma reunião na tarde de ontem pode ter definido o início da preparação do Atlético Tubarão no Campeonato Catarinense da Divisão Principal. O presidente Pedro Almeida e o diretor de futebol Robertinho Rodrigues receberam Sérgio Rodrigues. Ele é um dos representantes da empresa Olé Esportes, do meia Renato, ex-jogador do Flamengo que agora joga em Dubai.

A proposta parece ser das melhores. Junto com o Clube de Futebol Zico (CFZ), ajudaria o time tubaronense na montagem do elenco que defenderá as cores da cidade na próxima temporada do Estadual.
Robertinho, inclusive, confirmou a parceria com o clube carioca e a vinda de alguns atletas. Além disso, há nomes que seriam emprestados de times como o Fluminense, Madureira e Boa Vista. “Temos que ter um time bom para não corrermos riscos”, salienta o diretor de futebol. Para 2009, o Catarinense terá dez times e dois serão rebaixados.

Com estes reforços e as parcerias firmadas na formação da equipe do Atlético Tubarão, que inclusive já teria até treinador (Gilmar Silva foi com Sérgio Rodrigues na reunião de ontem e foi proposto como o novo comandante), o presidente Pedro Almeida segue em busca de recursos para bancar um nome que, conforme as definições de ontem, será capaz que ganhar uma vaga na Série D do Brasileirão de 2009.

“Fazer estas parcerias é importante. Mas precisamos de recursos. Estamos em busca disto para ter uma equipe de qualidade”, afirma o dirigente.
As atividades no estádio Domingos Gonzales, em preparação ao campeonato estadual, devem iniciar ainda esta semana.

Chuvas em Santa Catarina: Precisa-se de mais voluntários…

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Tatiana Dornelles
Tubarão

As doações para os desabrigados e desalojados com as chuvas no norte de Santa Catarina não param de chegar no ginásio Paulo Jacob May, em Tubarão. Consequentemente, os trabalhos também não cessam e mais voluntários são necessários para agilizar o serviço de triagem (separação de alimentos, roupas e outros produtos). A assistente social Fabiana Sá Pichini aproveitou a folga no trabalho, ontem, e foi para o ginásio ajudar na triagem. “Sinto-me muito realizada. Deixei meus filhos na escola e vim para cá”, conta.

A todo momento, carros param no local para descarregar. Três caminhões repletos de donativos já saíram rumo ao norte do estado. No ginásio, no bairro Humaitá, alimentos são depositados em um lado, roupas e sapatos em outro. Depois, tudo é separado conforme tamanho, se é de verão ou inverno, feminino ou masculino. Dos alimentos, cestas básicas são montadas para serem enviadas às milhares de pessoas de pessoas que ficaram sem nada.
O 9º Grupo Escoteiro Tubarão também está no local ajudando na triagem. Segundo a diretora financeira do grupo, Iracy Machado Emerich, não há palavras para definir o sentimento de poder ajudar quem precisa. “Tubarão já passou por isso e sabe como é a dor de quem perde tudo. Estamos aqui com 15 pessoas, entre escoteiros e lobinhos”, ressalta.

Além das doações, que ainda são bem-vindas, precisa-se de mais voluntários para ajudar no local. De acordo com a advogada Silvana Zardo Francisco, governadora assistente da área 12 do Rotary Club Tubarão Luz, quem quiser auxiliar na triagem basta comparecer no ginásio. “Precisamos de pessoas para agilizar o trabalho. A todo momento, chegam mais doações e precisamos separar tudo rapidamente, uma vez que os caminhões nem sempre podem esperar muito tempo. Enquanto for necessário, estaremos aqui para ajudar, tanto com donativos quanto com o trabalho manual (triagem)”, acrescenta Silvana. Bombeiros e também atuam no local.

Materiais de limpeza, de higiene pessoal e alimentos são itens essenciais para doar

Na verdade, para quem perdeu tudo nas enchentes ocorridas no norte do estado, tudo é necessário: de roupas de verão às de inverno, alimentos, água, materiais de limpeza e de higiene pessoal, calçados. Entre os produtos de higiene pessoal, são necessárias mais doações de sabonetes, escovas de dente, creme dental, rolos de papel higiênico, caixas de cotonetes, xampus, pentes, toalhas de rosto, pacotes de absorventes e fraldas geriátricas.

No que se refere aos produtos de limpeza, ainda são necessários: vassouras, rodos, panos de chão, baldes, sabão em pó, água sanitária e sacos de lixo (50 e 100 litros). “As pessoas estão em um momento em que precisam limpar as suas casas. Por isso, estes materiais são importantes também”, explica a advogada Silvana Zardo Francisco, governadora assistente da área 12 do Rotary Club Tubarão Luz.
Para as crianças e bebês, ainda são essenciais doações como mamadeiras com bicos, fraldas e brinquedos. “A todo momento chegam donativos. É impressionante a solidariedade das pessoas”, considera.

Outros materiais, como velas, fósforos, travesseiros, cobertores, pratos e copos de plástico, talheres, colchões, lonas plásticas e sacos de plástico de três e cinco litros também podem ser doados, assim como roupas. Um caminhão foi cedido pela Magazine Luiza.

Reflexos da chuva: Abastecimento no sul continua comprometido

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Zahyra Mattar
Tubarão

As empresas e os motoristas que utilizam o gás natural como combustível terão que ter ainda mais paciência. Em Tubarão, por exemplo, não há GNV disponível nos postos há quase uma semana. As obras de recuperação dos dois pontos do gasoduto, que romperam em Gaspar, devido às enchentes que destruíram o Vale do Itajaí há quase duas semanas, ainda não terminaram. A situação agravou-se ontem, quando ocorreram novos deslizamentos de terra no local.

Dois rompimentos – um no dia 22 e outro no dia 23 do mês passado – interromperam o fornecimento de gás para o sul catarinense e Rio Grande do Sul. O primeiro ocorreu no km 41,5 da BR-470, em Gaspar, cujo trecho é de responsabilidade da SCGás. As obras de reparo já foram feitas e o gasoduto está em fase de testes. A expectativa da concessionária é liberar o fornecimento para a região de Itajaí entre amanhã e sexta-feira.

No trecho pertencente à Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), na localidade de Cananéia, no Bairro Belchior, também em Gaspar, a situação é mais crítica. A Defesa Civil de Santa Catarina alertou para novos rompimentos em um gasoduto na cidade de Luís Alves, devido à ameaça de deslizamentos em áreas próximas à tubulação. A região é atingida por deslocamentos de terra desde o fim da tarde de sábado. Equipes de resgate tiveram que deixar o local por causa da ameaça de soterramentos.

Uma ‘estrada’ de dez quilômetros foi aberta em meio à mata fechada para liberar caminho aos funcionários da TBG, para que chegassem por terra ao local onde um duto de gás da empresa rompeu. Cem pessoas trabalham, revezando-se em turnos de 12 horas. A previsão é que o abastecimento seja normalizado nos próximos 15 dias no sul catarinense e Rio Grande do Sul. Desde o rompimento, são liberados apenas através do gasoduto 30 mil metros cúbicos de gás por dia, para atender a áreas residenciais, comerciais e hospitalares.

Impacto no turismo soma R$ 120 milhões de prejuízo

Apesar do apelo do governo catarinense para que os turistas não deixem de visitar Santa Catarina nesta temporada de verão, é grande o cancelamento de pacotes turísticos para o estado devido às enchentes que atingiram o Vale do Itajaí. Ainda que o litoral – inclusive no norte – não tenha sido afetado, muitos visitantes preferem não correr o risco.

A Santa Catarina Turismo (Santur), empresa ligada à secretaria do turismo do estado, estima que a tragédia provocada pelas chuvas já causou prejuízos de R$ 120 milhões para o setor. O presidente do órgão, Valdir Walendowsky, revela que as chuvas esvaziaram cerca de 50% da rede hoteleira. Ainda assim, não há espaço para o pessimismo: “As praias e os aeroportos não foram atingidos, o que possibilita a chegada de turistas. O governo catarinense e o federal já declararam que os investimentos estão garantidos para recuperar a infra-estrutura a tempo”, contrapõe Valdir.

Para tentar minimizar o impacto das chuvas sobre o turismo, representantes do Convention Bureau de Tubarão e Região, da Associação Empresarial de Tubarão (Acit), secretaria de cultura, esporte e turismo da prefeitura de Tubarão e secretaria de desenvolvimento regional em Tubarão reuniram-se, ontem, para tratar da questão.
Uma das alternativas apontadas pelo grupo foi lançar campanhas a fim de reforçar que, mesmo com a tragédia, o sul está em plenas condições de receber o turista, o que contribuirá com a movimentação da economia em todo o estado e a reconstrução da região norte.

“O sul passa a ser uma alternativa àquele turista que tinha expectativas de vir a Santa Catarina. Aqui ele encontrará várias opções sem os riscos que acometeram o norte”, analisa o presidente do Convention Bureau, João Marcelino de Carvalho Junior.
Amanhã, as lideranças da região reúnem-se em Florianópolis com o presidente da Santur, a fim de reforçar a necessidade de apoio na divulgação da região sul como opção turística. O secretário de articulação nacional de Santa Catarina, Geraldo Althoff, também garantiu viabilização de uma campanha nacional para reforçar o convite ao turista.

Trânsito continua bloqueado em seis rodovias estaduais

Seis rodovias permanecem bloqueadas em Santa Catarina, 12 dias após o início dos problemas decorrentes da chuva. Apesar dos trabalhos feitos quase que ininterruptamente, concessionárias e governo do estado não conseguem liberar totalmente as pistas. Ontem, a situação agravou-se, especialmente na região de Tijucas do Sul, Brusque e Gaspar. Novas quedas de barreiras obstruíram trechos liberados há poucos dias.

Nas estradas federais, o mesmo ocorre. O acesso mais rápido para o sul do estado – e também o mais precário – ainda é pela BR-101. As outras ligações, em sua maioria, ainda estão total ou parcialmente obstruídas. As condições do solo, ainda muito encharcado, não apresentaram alteração, conforme a Defesa Civil, mesmo com os dias de sol.

Paralelamente, a operação de recuperação de asfalto, especialmente na região do Morro dos Cavalos, em Palhoça, deverá deixar o tráfego ainda mais lento, e totalmente interditado em alguns horários a partir de hoje, quando o Departamento Nacional de Infra-estrutura em Transportes (Dnit) iniciará uma operação emergencial de recapeamento entre os quilômetros 222 e 237 da BR-101.

Os trabalhos serão realizados até o próximo dia 19, das 8 às 18 horas, inclusive nos fins de semana. Para isso, a pista será parcialmente interditada e o trânsito será intercalado. As obras deverão gerar filas nos dois sentidos. Na manhã de ontem, já foram registrados congestionamentos cujos reflexos puderam, inclusive, ser observados no trecho sul da rodovia. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez novo alerta para que os usuários tentem reagendar qualquer viagem marcada ao norte do estado.

Sabe o que os astros guardam para você hoje?

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Áries (21/03 a 19/04)
Compreenda o seu papel na comunidade humana. Realizando os seus potenciais e compartilhando com as pessoas você pode auxiliar a construir um futuro melhor.

Touro (20/04 a 20/05)
A sensibilidade, a intuição, a inspiração, a empatia, a arte, a criatividade e a imaginação podem fazer parte do seu trabalho. Assim você realiza o seu propósito e se aproxima do aspecto divino.

Gêmeos (21/05 a 21/06)
Os sonhos, as coincidências e a intuição informam coisas que estão além de explicações racionais, mas que você sente serem verdadeiras. Abra a percepção, a inteligência humana pode se expandir muito além do que até aqui conhecemos.

Câncer (22/06 a 22/07)
A intimidade proporciona uma experiência sublime. Você pode perceber a dimensão sagrada dos sentimentos e da sexualidade. De um compartilhar profundo que quebra barreiras. Muito a partilhar e a ganhar abrindo o coração.

Leão (23/07 a 22/08)
Os relacionamentos expandem os sentimentos e nos fazem compreender como todos estamos interligados. Este é um Universo inclusivo e não há sentido em bradar por independência quando o que mais se quer é união.

Virgem (23/08 a 22/09)
O trabalho e a saúde se beneficiam de técnicas alternativas, do reconhecimento da influência das emoções e de uma atitude mais compassiva e criativa. Trabalho não é somente um meio de subsistência.

Libra (23/09 a 22/10)
Sentimentos são uma forma humana de encontro com o divino. Este é um aprendizado aqui na Terra. Significa desenvolver afeto incondicional e por meio do amor colaborar para que o planeta seja mais pacífico e harmonioso.

Escorpião (23/10 a 21/11)
Individualidade e intimidade envolvem uma dança constante, um desafio de harmonização. Você sabe disso e é no âmbito familiar e emocional que vivencia esta questão. Necessita de um espaço que seja sagrado, fonte de comunhão com a vida.

Sagitário (22/11 a 21/12)
Você estabelece uma comunicação sutil com as pessoas. A intuição é a forma com que o divino se expressa. Há ordem no Universo, nada acontece por acaso. Evoluir é perceber esta sintonia.

Capricórnio (22/12 a 19/01)
Perceba que os valores mais importantes são emocionais e espirituais. A realidade material da vida humana caminha para uma nova forma, completamente diferente.

Aquário (20/01 a 18/02)
Lua, Netuno e Quiron estão em seu signo, simbolizando um momento único na evolução aquariana, relacionado à percepção de energias espirituais, mentais e emocionais que antes não eram acessíveis à consciência.

Peixes (19/02 a 20/03)
Os piscianos percebem com facilidade energias que estão presentes nas pessoas e nos ambientes. Percebem também a natureza de possibilidades futuras. Devem utilizar essas qualidades para auxiliar na evolução humana.

Tragédia anunciada

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Só Deus! Essa expressão é muito utilizada quando uma pessoa sente-se impotente diante de um fato dramático ou injusto. Vale para as duas catástrofes de Santa Catarina. A das chuvas, que competiria somente a Ele; e a da cobertura da mídia, que não coloca nenhum ponto para discussão sobre as responsabilidades pelas mortes. Chuva não deve ser encarada como sinônimo natural de morte nunca! Nem mesmo no Brasil, onde tudo pode.

Quando se constroem casas em locais inadequados e são levadas pelas enxurradas, algum órgão seria responsável por impedir, já que a maioria é construída em áreas públicas. Mesmo uma construção em imóvel particular, tem que respeitar todas as normas legais de segurança. Autoridades atuais culpam as anteriores que deixaram construir, mas não se apercebem de que agora deveriam retirar as pessoas das áreas de risco. O argumento vulgar de que não é fácil não pode caber aos órgãos e servidores públicos, sob pena de responsabilização civil e penal, conforme cada caso. Quem tem por dever agir somente deve agir de acordo com sua obrigação. O fácil ou difícil fica para o campo de análise subjetiva. A responsabilidade do estado é objetiva.

Grande parte dos órgãos de comunicação enviou jornalistas para cobertura da tragédia. Eles narram com vozes pausadas. Muitos devem chorar de verdade; outros pela audiência. Pessoas desesperadas são imagens mais comuns. A solidariedade do povo brasileiro é sempre enaltecida. Tudo certo. Só que, numa cobertura de alguma atividade esportiva, sempre levam “especialistas” de cada modalidade para comentar. Neste caso, nenhum veículo de comunicação consultou um geólogo, engenheiro civil, arquiteto, sobre o tipo e a estrutura das casas para determinado solo; sobre a distância dessas casas das eventuais correntezas e encostas, sobre orientação prévia de como agir em casos de chuvas intensas. Nada, absolutamente nada, se fala sobre isso.

Fica clara a omissão quando dinamitaram uma pedra gigante para desobstruir uma estrada. A pergunta óbvia, lógica, cristalina, seria indagar por que a pedra não fora dinamitada antes de causar prejuízo a milhares de pessoas. A resposta é tão óbvia quanto a pergunta. Cada um dá a sua em particular.
Já falaram que o apagão de energia elétrica fora obra da imprevisibilidade. Para as chuvas, esse argumento não serve; mas, com certeza, vão dizer que choveu acima do previsto.

A imprensa brasileira precisa cobrir certos fatos com mais tecnicidade, com maior senso crítico, com maior razão e menos emoção. Ela ajudaria na formação de um senso mais crítico e aguçado nas pessoas. Pela cobertura da mídia em Santa Catarina, passa a certeza de que as mortes são inevitáveis. Mesmo mais de uma centena de pessoas mortas não foram capazes de merecer a crítica contumaz em editorial. Definitivamente, “nada ocorre por acaso”.

Meio ambiente: Pilhas e baterias: destino correto

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Wagner da Silva
Braço do Norte

A consciência de separar o lixo reciclável e tóxico do orgânico é tema de debate entre pesquisadores, ambientalistas e população. As campanhas são intensas, mas se não houver persistência não saem do papel.
Esta realidade começa a mudar quando pessoas comuns tomam consciência e executam algo. Foi em um trabalho de pesquisa que este olhar foi despertado na aluna do 6º semestre de direito da Unisul, Maria Goreti Kuenten Costa, de Braço do Norte.

O tema escolhido foi A coleta do lixo radiativo e trata do destino dado a pilhas, baterias (de relógio, celular, câmeras fotográficas), fontes de impressoras e de aparelhos eletro-eletrônicos. O objetivo era apresentar em sala de aula, mas despertou tanto interesse na aluna que virou campanha para conscientizar a população sobre o destino correto e dos problemas que traz ao meio ambiente. “Fui despertada para o assunto pelo dano que causa o lixo radioativo ao meio ambiente”, conta.
O conteúdo foi apresentado à juíza da 2ª vara da comarca de Braço do Norte, Lara Maria Souza da Rosa Zanotelli, representante do Ministério Público, ao presidente da Cerbranorte, Evânisio Uliano, e ao prefeito Luiz Kuerten, que confirmaram apoio, assim como empresários e outros setores públicos.

A idéia é cadastrar e implantar postos de coletas em diversos locais. A prefeitura ficará responsável pela coleta, todo dia 20 de cada mês, ou no primeiro dia útil subsequente à data. Os três pontos de maior arrecadação, em peso, receberá premiação em dinheiro, que vai de R$ 200,00 a R$ 500,00.
Para não haver alterações, os pacotes serão lacrados e terão a assinatura do cadastrado e do recolhedor. “O prêmio servirá para despertar nas pessoas a consciência de recolher estes materiais que prejudicam o meio ambiente por muitas gerações. A partir disso, incentivará as pessoas a guardar este material e descartá-lo nos locais corretos”, enfatiza.

Goreti diz que há lei e punição para quem abandonar este tipo de material em lugares que não atendam às normas de segurança. A lei ambiental nº 9605 trata da pena de um a quatro anos de reclusão para quem cometer o crime. “Espero, com a campanha, que as pessoas pensem melhor sobre onde depositar estes materiais e decidam ajudar as futuras gerações, formadas por seus filhos, netos, bisnetos e assim por diante”, finaliza.

Perigo! Rio não é dragado desde 1978

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Amanda Menger
Tubarão

Levantamento feito pela Defesa Civil de Tubarão aponta que de 30% a 40% da calha do Rio Tubarão está comprometida com o assoreamento. Entre os motivos que levam a esta situação, está o desmatamento das margens (mata ciliar), a erosão e ainda a falta de dragagem. Desde 1978, não são feitos trabalhos específicos, apenas pontuais pela Cidasc e pelas mineradoras.

O assoreamento diminui a capacidade de escoamento das águas do rio, o que é um fator para a ocorrência de enchentes. Exatamente por isso, uma dragagem foi realizada após a enchente de 1974 (leia mais no texto ao lado). “A dragagem é fundamental para evitar ou reduzir os problemas causados pelas cheias do rio”, ressalta o coordenador da Defesa Civil municipal, Edvan Nunes.

A chuva, de certa forma, também contribui para o assoreamento do rio, pois a correnteza arrasta sedimentos e lixo. E com o volume de precipitação acima da média nos últimos meses, a preocupação com a dragagem do rio volta à discussão. “Um projeto foi enviado para o Ministério da Integração Nacional. A intenção é termos uma draga de grande porte dragando permanentemente o rio”, explica o engenheiro da Defesa Civil do município, Antônio Carlos dos Santos, o Caito.

O projeto está orçado em R$ 12 milhões, 20% do valor de contrapartida do município. “Temos um cálculo de que seria necessário retirar cinco milhões de metros cúbicos de areia, em diversos pontos do rio. Cada metro cúbico está estimado em US$ 10”, revela o engenheiro.
Para que o projeto saia do papel, é necessário força política. “É só com pressão das autoridades e da sociedade que vamos conseguir os recursos necessários. A dragagem é necessária não apenas para Tubarão, mas para toda a região”, observa Edvan.

Grande dragagem foi feita somente em 1978

Com a enchente de 1974, os órgãos públicos realizaram diversos estudos e até alguns projetos. O extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS) apresentou, em 1976, o Projeto de Aproveitamento Múltiplos dos Recursos Hídricos e Controle de enchentes. Este projeto envolvia três obras: a dragagem e retificação do Rio Tubarão; a construção de três barragens; e ainda a abertura das barras do Camacho e de Laguna.

“O único trabalho executado foi a dragagem do rio, que levou quatro anos para ficar pronto. Os demais ficaram no papel. A dragagem foi muito importante e aliviou a situação, assim, acharam que já estava resolvido. Faltou vontade e pressão política para pôr em prática as outras obras”, lembra o historiador Amadio Vetoretti, que foi fotógrafo oficial da obra.
O trabalho foi feito por um consórcio formado por quatro empresas – três delas responsáveis pela retirada de areia e retificação das margens e outra pelos projetos de engenharia.

Entre 1978 e 1982, foram retirados 16 milhões de metros cúbicos de areia entre a ponte pênsil (em frente à Unisul) e a foz do Rio Tubarão, na lagoa Santo Antônio dos Anjos, em Laguna, um trecho de aproximadamente 27 quilômetros.
Segundo Amadio, não é possível estimar o valor investido, pois os documentos não ficaram em Tubarão. “Foi tudo levado para Florianópolis. Muitas coisas foram perdidas com a extinção do DNOS no governo do presidente Fernando Collor, na década de 1990”, conta o historiador.

Trabalho pontual foi realizado há 11 anos

Depois de 19 anos, o rio Tubarão passou por uma nova dragagem. Em 1997, a Cidasc extraiu areia em pontos considerado críticos em termos de assoreamento. Foram retirados 155 mil metros cúbicos de areia entre as pontes Manoel Alves dos Santos (Morrotes) e Orlando Francalacci (quartel) e no encontro dos rios Tubarão e Capivari de Baixo.

“Este foi um trabalho pontual, mas é preciso fazer mais. Tem que monitorar o assoreamento do rio, saber quais são os pontos críticos, onde as dragagens devem ser constantes”, avalia o gerente regional da Cidasc, Claudemir dos Santos.
Duas obras previstas pelo projeto do Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS) na década de 1970 começaram a ser feitas há poucos anos. Uma delas, a abertura da barra do Camacho, foi concluída há pouco mais de um ano. “Foram retirados 76 mil metros cúbicos de areia. Essa obra é importante porque a barra recebe as águas do rio Congonhas, que, por sua vez, devido à geografia de Tubarão, recebe as águas das chuvas dos bairros Vila Moema, Monte Castelo, Santo Antônio de Pádua, entre outros”, explica Claudemir.

A outra obra é da retificação e prolongamento do molhe sul da barra de Laguna. A obra foi contratada pelo Ministério dos Transportes ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), porém, até hoje não foi concluída. O trabalho é feito por um consórcio formado por três empreiteiras. A remoção das rochas e do banco de areia permitirá o aumento do calado dos barcos e ainda dará maior vazão as águas do rio Tubarão, já que a foz é na lagoa.

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