terça-feira, 30 julho , 2024
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“Queremos que paguem menos. Mas que todos paguem”

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Amanda Menger
Tubarão

Notisul – Como é a tramitação da Reforma Tributária?
Edinho
– Tem uma comissão especial que trata da reforma do sistema tributário brasileiro. A comissão foi instalada em abril, fizemos inúmeras audiências públicas, conferências, visitamos 21 estados brasileiros – não conseguimos ir a todos devido ao tempo e também por ser ano eleitoral. Dividimos as tarefas: o presidente da comissão é o ex-ministro da fazenda, Antonio Palocci (PT/SP); eu sou o primeiro vice-presidente; o segundo vice é Paulo Renato de Souza (PSDB/SP), ex-ministro da educação; e o relator é Sandro Mabel, que é deputado por Goiás (PR). Nós somos em 24 deputados na comissão e, após esses contatos todos, votamos a proposta na comissão. Enviamos para o presidente da câmara dos deputados, Arlindo Chinaglia (PT/SP) para pautar e pôr em votação na câmara. Nesse ínterim, houve um entendimento entre os líderes partidários da câmara para priorizar outras matérias pendentes na casa e que retomaremos as discussões no fim de fevereiro para votarmos a Reforma Tributária. A votação ocorre em dois turnos. Precisamos de 308 votos nos dois turnos para que seja aprovada e aí vai para o senado. Como eles já estão acompanhando as discussões, esperamos que a tramitação lá seja mais rápido.

Notisul – No senado, precisará passar por alguma comissão especial?
Edinho
– Poderá ser constituída uma comissão também, mas poderá com o entendimento entre os partidos e a mesa diretora do senado ser votada diretamente no plenário, uma vez que foi discutido e rediscutida na câmara. Mas há uma tendência de criar uma nova comissão. Costumamos dizer que, lá no senado, são os senadores que votam, não nós, deputados. Só votamos juntos quando há reuniões do Congresso Nacional. O que é essa sessão? Reúnem-se deputados e senadores e votamos juntos, mas depende da matéria, do projeto, um veto do governo, por exemplo. Neste caso, votam separados. Se o senado modificar alguma coisa, volta para a câmara. Se a iniciativa fosse do senado, passasse por lá e nós modificássemos alguma coisa na câmara, teria que voltar ao senado e vice-versa. Só não retorna quando há consenso.
Notisul – O senhor fez um resumo dos trabalhos. Mas, o que exatamente é discutido?
Edinho – O governo federal, depois de um amplo estudo, entendeu, e também por pressão dos parlamentares, dos trabalhadores, sindicatos, autônomos e dos contadores, que reclamavam muito, que é preciso simplificar o sistema tributário brasileiro. Nós temos um sistema atrasado, arcaico. Eu cito como exemplo nas minhas palestras um caso de uma empresa de São Paulo. Eles têm dois mil funcionários na área administrativa, 500 funcionários só cuidando da parte tributária. Isso é um absurdo! O custo só para cuidar, analisar essa parte tributária é 3% do faturamento dessa empresa. Isto diminui a nossa competitividade na hora de vender mercadoria, tanto interna quanto externamente, principalmente nas exportações. Nós temos mais de 50 tipos de tributos, pagamos hoje cerca de 38% do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma das riquezas produzidas no país – só de tributos. Ou seja, do que é produzido no país, 38%, pagamos como tributos. Se nós vamos fabricar e vender, estamos concorrendo com outras empresas e países, ainda mais em era de globalização. Nós precisamos buscar o equilíbrio disso.

Notisul – Como a globalização influi nesse aspecto de tributação?
Edinho
– O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o mundo não viverá sem os Estados Unidos e os Estados Unidos não viverão sem o mundo. Hoje, estamos todos interligados. Quando eu era relator do sistema financeiro nacional, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), visitei diversos países discutindo o sistema financeiro, eu disse em Washington que um dia a bolha iria estourar. Porque são bilhões para cá, bilhões para lá, mas são papéis, títulos, não é dinheiro, espécie circulando. Então, por exemplo, você financia por R$ 100 mil e assina uma cédula hipotecária nesse valor. A Caixa Econômica Federal, e eu fui gerente da Caixa, desembolsa R$ 100 mil e gera uma cédula hipotecária. O que o mundo estava fazendo? Pega essa cédula e passa para frente, e pega mais R$ 100 mil faz dinheiro e financia outra casa, aí pega outra cédula hipotecária e, então, de R$ 100 mil faz um R$ 1 milhão, mas isso é falso, como se tivesse R$ 1 milhão e não tem esse valor, porque o que realmente tem circulando é R$ 100 mil. Chega uma hora que estoura. E quando estoura é uma reação em cadeia. Precisamos ter um sistema tributário que nos permita ter um custo de produção menor para que possamos continuar competitivos, mesmo diante de cenários de crise.

Notisul – Qual é a idéia básica da Reforma Tributária?
Edinho
– Fazer com que todos paguem menos, mas que todos paguem. Essa é a filosofia da nossa reforma. Se vamos conseguir o nosso objetivo? Estamos trabalhando para isso. Todos que nós visitamos, todos os segmentos que discutiram conosco foram favoráveis à reforma. Isso é impressionante. Claro que há pontos dissonantes, que um deputado concorda, que um governador discorda, mas é esse ajuste que estamos tentando fazer. Ninguém se manifestou contra.

Notisul – E isso é uma evolução. Já se tentou diversas vezes fazer a reforma e nunca avançou…
Edinho
– Verdade. O mundo evoluiu e nós continuamos com o sistema atrasado. Por isso, queremos que todos paguem menos, mas paguem. Outro ponto que defendemos é diminuir a burocracia. Nós temos um sistema complexo, mais de 50 tipos de tributos. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cada estado tem uma alíquota, nós vamos unificar, será a mesma alíquota para todos os estados. Isso evita que a empresa tal tenha crédito porque vendeu para tal lugar, o que é uma confusão danada. E vamos acabar com essa quantidade imensa de tributos com a criação do IVA-F, que reunirá outros tributos. Só aí as empresas já vão ganhar, porque simplifica a forma de contribuição. Quando formos aprovar o orçamento da União para o próximo ano, vamos exemplificar, o presidente precisa de R$ 100 mil para tocar o país, então nós vamos aprovar esse orçamento. Com a reforma, todos vão pagar menos, mas vão pagar e isso vai aumentar a arrecadação do governo, toda vez que passar de 100, nós vamos estabelecer uma trava, que ele não pode arrecadar mais. Cada vez que bater nessa trava, diminui a carga tributária para os próximos anos. Com isso, nós teremos ter mais produção, vamos gerar mais emprego, renda e o governo arrecadando sempre a mesma coisa.

Notisul – Para dar certo, o governo terá que frear os gastos públicos. Isso é possível?
Edinho
– Sim, porque quanto mais se arrecada mais se gasta também. E todos os governos fizeram isso, independente de partido político. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo com seus 20 anos de discurso de oposição, foi o que mais criou ministérios. Ele me disse que ‘as pessoas não entendem que quando estamos na oposição, e parte do PT não entende, critica-se o que está errado; quando se está no governo, tem que governar’. Aí eu disse ‘mas toda a oposição tem que ser como a liberdade, tem que ter responsabilidade. Por que o cara vai preso? Porque não teve responsabilidade, fugiu dos limites’. A oposição tem que ter responsabilidade. Ninguém vê o deputado Edinho fazendo bobagem, vocês nunca viram. Quando alguém mexer comigo, vou até o fim, porque não agi com maldade. Essa é a forma de agir.

Notisul – Quais os outros pontos importantes da reforma?
Edinho
– A desoneração em 1% da folha de pagamento ao ano até seis anos. Porque essa reforma será feita gradativamente. Queremos desonerar a folha de pagamento para gerar mais empregos formais e facilitar a vida do cidadão. Se hoje paga-se 20%, por exemplo, no próximo será 19%, até completar os seis anos de prazo. Vai diminuindo para aumentar a formalidade. Vamos ainda desonerar 100% os investimentos. O Brasil é o único país do mundo, ao que me consta, que cobra imposto para investimento. A pessoa vai investir e não vai mais pagar impostos. Também será desonerada a exportação, ou seja, não terá mais que pagar impostos sobre essa exportação.

Notisul – E a Lei Kandir, de compensação das exportações?
Edinho
– Acaba com esta lei. A lei Kandir, que eu ajudei a aprovar, na época era para favorecer a exportação, foi bom. Mas, na prática, não funcionou. Um exemplo, o empresário tem R$ 100 mil de crédito porque ele exportou, mas o governo federal não repassa. Tem que falar com deputado, senador, ministro para que o governo pague algo que é direito dele. Aí o governo federal não passa R$ 100 mil, passa R$ 70 mil para o governo estadual, e aí tem que correr novamente, falar com deputado estadual, secretário, governador para poder liberar, e o governo paga para quem ele quer. A nossa proposta, você é exportador tem direito a R$ 100 mil de crédito, isso vai automaticamente, será constitucionalizado, não tem como o governo segurar. São avanços extraordinários para isso.

Notisul – A guerra fiscal será realmente extinta?
Edinho
– Hoje, é uma vergonha o tipo de incentivo que os municípios, governos oferecem para as empresas. Nós temos empresas, e nem muito grandes não, que deixam de pagar R$ 2,5 milhões de impostos por mês devido aos incentivos que os governos ofereceram. A guerra fiscal nasceu com os incentivos dados pelos governos para que as empresas se instalassem em determinadas regiões. A idéia é que as empresas se instalem em áreas longe dos grandes centros, para que essas regiões também se desenvolvam. Mas não foi o que ocorreu, fugiu do controle. Ocorre mais ou menos assim: uma empresa quer se instalar aqui no sul, aí o prefeito de Tubarão oferece R$ 1 milhão de incentivos ao mês, mas aí o prefeito de Criciúma oferece R$ 1,5 milhão de incentivos ao mês, e aí Imbituba oferece R$ 2 milhões. Para onde a empresa vai? Quem der mais. Isso é um absurdo, porque quem paga por isso é o contribuinte. Para acabar com isso, nós estamos criamos incentivos regionais. Será diferente.

Notisul – E o fundo nacional, como funcionará?
Edinho
– Com a unificação das alíquotas de ICMS, alguns estados poderão ter prejuízo, e este fundo irá bancar isso, até que esteja adequado. É uma forma de compensar. Até hoje, foram 12 tentativas de fazer a reforma. Nunca deu certo, porque é interesse de deputado, de governador, de ministro, de empresário e aí não se tem uma visão macro da realidade.

Notisul – A cesta básica também será desonerada?
Edinho
– O objetivo nosso é desonerar 100% da cesta. Porque quem mais paga imposto hoje é o pobre. Porque se o rico compra um quilo de arroz e o pobre um quilo também, está pagando o mesmo imposto, mas se o rico tem uma renda maior, quem está pagando mais? O pobre. Até porque a alimentação tem um peso maior no orçamento das famílias com menor renda.

Notisul – Qual outra vantagem da reforma?
Edinho
– A segurança jurídica. Hoje, o que tem de processo na justiça sobre tributos. Um bom advogado e um bom contador ‘enrolam’ o juiz. Eu já disse para alguns amigos juízes: ‘vocês têm que usar o bom senso’. Mas aí eles argumentam: ‘nós trabalhamos em cima de papéis, aí o advogado arruma testemunha fria e passa’, aí responsabilidade do advogado. Com esta reforma, queremos simplificar ao máximo para termos segurança jurídica.

Notisul – O que resolveria pendências como essa da cobrança do ISS sobre leasing?
Edinho
– Na nossa reforma, o que vamos fazer agora, (Carlos) Stüpp (PSDB – prefeito de Tubarão) não teria como entrar na justiça. Nós vamos facilitar para evitar essa enrolação. Sabe que quanto mais complexo, melhor para os advogados, aí é que eles vão dentro das falhas. Ações como essa da prefeitura de Tubarão com o ISS dificilmente ocorreriam após a aprovação da reforma. Mas Stüpp foi correto. Foi atrás, parabéns para ele.

Notisul – O senhor falou em algumas palestras sobre a reforma, que ninguém quer perder receita, com a aprovação da proposta, será necessário um novo pacto federativo?
Edinho
– Essa distribuição dos recursos é uma conversa que estamos tendo com o governo federal. Primeiro, nós temos que acertar a arrecadação, o pacto é uma outra história. A maioria está defendendo isso, que venha mais recursos para os municípios, depois para os estados e, por fim, a União. Mas também tem que repassar as responsabilidades para municípios, estados e União.

Notisul – Pagar menos e que todos paguem. Esse é o intuito da reforma. Mas como conseguir que todos paguem?
Edinho
– Nós pensamos em como controlar isso, já que o Brasil é um dos países que mais sonegam. Isso é cultural, e cultura não se muda de uma outra para outra. Então, aí tivemos a idéia, não foi minha, mas acatei, de utilizarmos a nota fiscal eletrônica, até pelo avanço tecnológico hoje no mundo. Se nós implantarmos a nota fiscal eletrônica, dificilmente alguém vai sonegar. Mas, tem que exigir que qualquer empresa, mesmo pequena, tenha esse sistema. Queremos fazer isso gradativamente, queremos implantar 70% da reforma até 2010 e eu não tenho dúvida que vai aumentar a base de arrecadação e todos irão pagar. A nota fiscal eletrônica permite a conferência de informações e o cruzamento de dados incluindo aqueles repassados na declaração de Imposto de Renda para a Receita Federal.

Notisul -Essas medidas propostas pela Reforma Tributária precisarão de regulamentação?
Edinho
– Alguns itens sim. Terão que ser regulamentados antes, não gostaria de adiantar quais, porque dependem de algumas conversas que ainda teremos que fazer na comissão. Porque se nós falarmos agora, segmentos já se mobilizaram. Nós vamos acertar, vamos negociar, isso será implantado em seis meses. Alguém pode perguntar: e se não regulamentar em seis meses? Na Constituição de 1988, tem coisas que até hoje não foram regulamentadas, aí nós estamos colocando a garantia: se não for regulamentado no prazo, não entra em vigor. E terá que ser regulamento em um exercício para entrar em vigor no outro. Não tem que enganar ninguém. O Brasil é nosso, não precisamos disso.

Notisul – Muita pressão, deputado?
Edinho
– Muita. Agora diminuiu um pouco. Tenho que ser sincero. Li, vi, assisti e escutei entrevistas de jornalistas, de comentaristas que diziam bobagens, porque o empresário vai perder, e coisas do tipo. A interpretação das coisas é algo sério. O que houve foi muita distorção da nossa intenção e, com as discussões, foram clareadas as coisas, tiradas as dúvidas. Porque ninguém quer perder, tirar do bolso.

Notisul – Qual ponto da reforma tem gerado mais polêmica?
Edinho
– Um deles é a questão dos royaltes. A Petrobras, por exemplo, no Rio de Janeiro, explora petróleo em alguns municípios e eles vão diminuir um pouco a arrecadação. Não é justo que um município que tem os mesmos problemas que o outro, vizinho, só porque tem a exploração de petróleo, passa a arrecadar 50 vezes mais do que o vizinho. Na nossa proposta, ninguém vai arrecadar mais, mesmo tendo exploração, do que quatro vezes a média do estado. A diferença será distribuída nos demais municípios. Essa é a nossa proposta, mas está dando dor de cabeça, o Rio de Janeiro está esperneando, Manaus também. Nós achamos que temos que buscar o equilíbrio. Hoje, vamos supor que Armazém e Gravatal arrecadem R$ 500 mil por mês, mas aí acham petróleo em Gravatal, e a arrecadação pula para R$ 5 milhões, só que os problemas dos dois municípios são os mesmos. É justo que Gravatal tenha essa arrecadação e Armazém não, se isso está instalado em Santa Catarina, na Amurel? Pela nossa proposta, Gravatal arrecadaria até quatro vezes mais do que a média do estado e uma parte da arrecadação seria distribuída para os vizinhos. Estamos ainda estudando essa possibilidade. A reforma tem que ser para o Brasil e não para o governo.

Campeonato catarinense: Rivais com o mesmo patrocinador

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Marco Antonio Mendes
Tubarão

Os principais rivais do sul do estado serão patrocinados pela mesma empresa. O Grupo Librelato, que já havia confirmado apoio ao Atlético Tubarão, manterá a parceria com o Criciúma para a próxima temporada do Campeonato Catarinense da Divisão Principal.

O Tigre já recebia recursos financeiros da empresa durante o Campeonato Brasileiro da Série B e, o novo contrato com o time tubaronense se estenderá até metade de 2009. Sem falar em valores, o presidente da companhia, José Carlos Librelato, apenas disse que os recursos já são suficientes para montar um bom time.
“A gente ajuda porque gosta de futebol. É um vício que tenho e aliamos isso ao fortalecimento da nossa marca. Se a cidade de Criciúma é bem conhecida hoje, é por causa do futebol. Queremos ajudar a fazer isto com Tubarão também”, conta José Carlos.

Se para a Librelato o valor investido já é suficiente, para o presidente do Atlético Tubarão, ainda falta mais recursos. “A nossa intenção é poder ter uma receita de R$ 60 a 70 mil por mês. Não chegamos neste valor, precisamos de mais alguns parceiros, para isso, continuamos contando com o apoio do empresariado da região”, afirma.

O início dos trabalhos do time tubaronense está previsto para esta sexta-feira, no estádio Domingos Gonzales. Neste ano, os confrontos do Atlético serão realizados no estádio Anibal Costa. O primeiro confronto está marcado para o próximo dia 19, em Florianópolis, contra o Figueirense.

Ano-Novo: Para começar com o pé direito!

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Amanda Menger
Tubarão

Seja na praia, no campo ou na cidade, a virada de ano é um momento especial. Para atrair coisas boas como prosperidade, amor, saúde e dinheiro, muitas pessoas fazem simpatias e pequenos rituais. Entre as pedidas, estão lingeries com cores especiais. “Vendemos bem as taças para champanhe com desejos de saúde, prosperidade, amor e também as calcinhas coloridas, cada uma tem um significado. O branco é paz, o vermelho a paixão, o amarelo o dinheiro. Tem ainda a calcinha de Santo Antônio, para quem está ‘encalhada’ e quer arrumar um namorado”, revela Cíntia Flores, vendedora da Art Mania.

Velas e incensos também foram itens procurados. “Saíram muitos incensos para limpeza, como arruda, sete ervas com sal grosso canforado, alecrim e também velas coloridas e perfumadas, além do olho grego, que é um amuleto de proteção”, relata a vendedora Karina Piovesan, da Decor e Salteado.
A ceia de Réveillon não deixa de ser uma espécie de ritual. Alguns alimentos não podem faltar. “Faço lentilha, arroz, carne de porco. É tudo no capricho”, conta a dona de casa Maria de Lourdes Corrêa. A irmã de Maria de Lourdes, Sílvia Corrêa Ghizzo, gosta de uvas. “Sempre compro uvas para a ceia e faço porco também porque ele fuça para frente. Galinha não pode, porque ela cisca para trás”, afirma a dona de casa.

Algumas pessoas, contudo, não se preocupam com ‘mandingas’. “Sou cético, acredito que o que importa é o esforço da pessoa, o quanto ela trabalha. Gosto de reunir a família para comemorar mais um ano de vida”, argumenta o aposentado Dirton Monteiro.
A professora Indiamara Santiago e o marido, o técnico em agropecuária Ilson de Souza, acreditam que a festa de Ano-Novo é uma forma de encontrar a família. “Nós moramos em Jaguaruna, mas vamos viajar para o interior do Rio Grande do Sul para visitar os parentes, rever os amigos. Isso é o que importa”, conta Indiamara.

Capivari de Baixo: Nenhum setor público funciona no município

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Zahyra Mattar
Tubarão

Um e-mail enviado a vários veículos de comunicação, nesta terça-feira à tarde, trazia a seguinte mensagem: “O novo governo de Capivari de Baixo informa que neste dia 1º de janeiro de 2009 não haverá expediente no Pronto Atendimento (PA) devido à não realização das escalas de serviços e as ESF’s estarem em recesso. A partir do dia 2 (de janeiro), haverá apenas atendimento básico por falta de estrutura, equipamentos, medicamentos e material de consumo”.

O e-mail estava endereçado como sendo o gabinete de imprensa de Capivari. O estranho é que o novo governo não assumiu a prefeitura. O Notisul entrou em contato com o prefeito eleito, Luiz Carlos Brunel Alves (PMDB). Ele diz desconhecer qualquer mensagem, mas adverte que isto realmente deverá ocorrer. “Assumo às 18 horas de quinta e só vou conhecer a real situação da prefeitura na sexta-feira. O PA não funciona desde o dia 6 de dezembro. A porta continua aberta, mas não tem equipamento, não tem médico, enfermeira. Não tem nada”, confere Brunel.

Ele se diz extremamente preocupado com a situação. O atual prefeito, Moacir Rabelo (PP), negou-se a montar uma equipe de transição, nenhum tipo de informação foi repassada. Inclusive, a entrada de Brunel nos prédios públicos foi proibida. “Nos locais em que entrei, foi escondido. Não sei nem o que tenho de dívidas. Todos os compromissos da prefeitura foram transferidos, desde o dia 6 de dezembro, para 5 de janeiro. Não imagino o que me aguarda. Esta foi a pior administração municipal da Amurel nos últimos tempos”, lamenta o prefeito eleito.

Brunel adianta que apresentará, nos primeiros dias de governo, um plano emergencial, com validade de 90 dias, para reeguer a cidade. “Todos os veículos da frota estão sem combustível ou quebrados. E pelo que sei, não há um centavo em caixa. Mas não tem problema. Minha administração será audaciosa. Vamos dar a volta por cima”, aponta o futuro prefeito.

Lei para regular transições em todo o país é elaborada

A presidência da república prepara uma lei que dará caráter institucional às transições de poder, não apenas no âmbito federal, mas também em estados e municípios. O projeto deve ser encaminhado ao congresso no começo de 2009. O objetivo é garantir a continuidade dos serviços, independentemente da troca de governo e evitar, entre outros, a sonegação de informação ao próximo mandatário, algo que hoje é corriqueiro e tido como natural.

Na Amurel, por exemplo, alguns dos prefeitos eleitos tiveram exatamente este tipo de dificuldade. Em Jaguaruna e Capivari de Baixo, por exemplo, nem mesmo equipe de transição foi formada. Já em Grão-Pará, Armazém, Pedras Grandes e São Martinho, as equipes foram formadas, mas os dados financeiros não são conhecidos pelos prefeitos que serão empossados nesta quinta-feira (confira os horários e locais no quadro).

Em Braço do Norte, a situação é ainda mais complicado. O presidente da câmara de vereadores, cujo eleito antecipadamente é Ronaldo Fornazza (DEM), assumirá a prefeitura às escuras. Não porque houve qualquer imbróglio, mas pelo fato de que o teoricamente eleito, Ademir Matos (PMDB), foi impedido pela justiça eleitoral de assumir o cargo.
Estes casos não são isolados. Ocorrem em centenas de outras cidades brasileiras. A falta de regras claras e uniformes faz com que o processo dependa da boa vontade das partes – o que é raro, principalmente logo depois de campanhas eleitorais que acirram rivalidades políticas.

Posse dos eleitos
Gravatal – às 10 horas, no salão paroquial da igreja Sagrado Coração de Jesus, no centro.
Jaguaruna – às 20 horas, no Clube Recreativo 1º de Janeiro.
São Ludgero – às 8 horas terá uma missa na igreja matriz e, às 9h30min, ocorre a posse, no auditório do Samae.
Rio Fortuna – às 10 horas, no centro pastoral São Marcos.
Laguna – às 10 horas, no plenário da câmara, será a posse dos eleitos. Depois, às 19 horas, ocorre a transmissão de cargos de prefeito e vice-prefeito no paço municipal.

Tubarão – às 18 horas, no Espaço Integrado de Artes (EIA) da Unisul.
Imbituba* – às 10 horas, no salão nobre do Imbituba Atlético Clube, no centro.
Grão-Pará – às 8 horas, no ginásio de esportes.
Armazém – às 9 horas, no Clube Alvorada.
Imaruí – às 10 horas, no salão paroquial.
São Martinho – às 9h30min, no salão paroquial.

* A posse seria às 18 horas, mas o horário foi transferido, a pedido do governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que prestigiará a solenidade. Os municípios que não constam na lista não informaram o horário e local de posse.

Sabe o que os astros guardam para você hoje?

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Áries (21/03 a 19/04)
Você vislumbra a importância do conhecimento, do pensamento e do que não pode ser apressado, pois necessita de tempo para consolidar-se. Esta visão de futuro deve ser ampliada.

Touro (20/04 a 20/05)
Momento excelente para estudar, viajar e compreender que seus objetivos exigem tempo, perseverança e maturidade, além de preparação adequada e resitência às dificuldades.

Gêmeos (21/05 a 21/06)
Mercúrio, o planeta mensageiro, está próximo de Júpiter indicando que a mensagem que ele traz é a de visão de futuro, de sentido para os acontecimentos, de vislumbre de possibilidades que o tempo, a experiência e a maturidade materializarão.

Câncer (22/06 a 22/07)
A aproximação de certas pessoas tem o poder de causar profundas mudanças em sua conduta e conscientização de emoções que antes não estavam acessíveis, talvez porque você ainda não estava preparado para assimilá-las.

Leão (23/07 a 22/08)
A mente vislumbra o que a realidade ainda não manifesta. Você pensa em algo que gostaria de realizar, mas talvez esteja mais focado nos obstáculos do que na possibilidade de superá-los. A concretização envolve paciência.

Virgem (23/08 a 22/09)
Mercúrio e Júpiter indicam a necessária conscientização sobre as emoções e o sentido de vocação, que ultrapassa o mero desempenhar de atividades profissionais. É preciso maturidade para lidar com as circunstâncias.

Libra (23/09 a 22/10)
Sabedoria que provém da experiência, eis o que os astros sinalizam aos nativos de Libra. O conhecimento é baseado em tudo o que você já vivenciou e que deixou certas marcas. Tudo acontece no tempo certo, este é o ensinamento aos seres humanos.

Escorpião (23/10 a 21/11)
O momento favorece a preparação para desafios profissionais, que envolvem ter o conhecimento preciso para o que pretende realizar. Construa com perseverança e paciência. O que será materializado necessita deste tempo para se consolidar, escorpiano.

Sagitário (22/11 a 21/12)
Uma atitude sóbria em relação aos seus recursos é importante. Mas não significa ser mesquinho. O dinheiro é uma energia que deve ser utilizada com consciência e equilíbrio.

Capricórnio (22/12 a 19/01)
Mercúrio e Júpiter fazem conjunção em seu signo, representando a força da mente, da sabedoria e da experiência. Situações que envolvem estudos.

Aquário (20/01 a 18/02)
Muitos sinais dos tempos que se aproximam aparecem, sob a forma de intuição, coincidências, sonhos. Dentro de nós toda a sabedoria adquirida com a experiência. Mas às vezes insistimos em fechar os olhos.

Peixes (19/02 a 20/03)
Você vislumbra possibilidades futuras que construirá junto com outras pessoas, pisciano. Cada um contribuirá com seu conhecimento e experiência para formar o amanhã que muitos desejam. Um despertar da consciência ocorrerá.

Luiz Carlos Amorim – Escritor e editor • Florianópolis • Contato: lc.amorim@ig.com.br.

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Um novo ano está chegando e o sol, esplendoroso, mesmo intercalado com a chuva, o jacatirão florido, o flamboiã espalhando vermelho pelas calçadas, me dizem que o novo ano será bom.
Por isso, não desejo muito deste novo ano. Peço apenas o possível: crianças na escola, velhos assistidos, ou seja: educação e saúde neste nosso Brasil e por todo este mundão de Deus; trabalho para todas as pessoas e alimento na mesa de todos, em qualquer lugar; ética e honestidade em todas as atividades do ser humano, principalmente na “política” e conscientização geral de que precisamos preservar a natureza para que o nosso clima não se volte contra nós, como temos visto ultimamente, transformando o fim deste 2008 em tragédia para tantas de nossas cidades, para tantos de nossos irmãos.

Que em 2009 saibamos cuidar melhor do nosso meio ambiente. Que paremos de desmatar, que possamos diminuir a poluição, para que nossos filhos e netos possam ter um mundo viável mais adiante. Não quero, para todos nós, filhos de Deus, uma felicidade instantânea e fácil; quero uma felicidade conquistada, verdadeira e merecida. Uma felicidade perene.

Quero sorriso no rosto das pessoas, mas não sorrisos tristes. Quero sorrisos iluminados, pejados de fé e esperança, que se não os houver, não haverá vida. Quero luz nos olhos de toda a gente, faróis a alumiar o caminho. Quero paz no coração de todo ser humano, quero carinho a semear ternura, quero uma canção em todos os lábios, a propagar a fé.

Quero pedir aos homens, principalmente aos que detém o poder, o fim das guerras, que o seu coração foi feito para abrigar a paz, e seus lábios, suas mãos e seus olhos foram feitos para disseminá-la. O homem não foi feito para deter o poder em suas mãos e com esse poder destruir seu semelhante. Peço à força maior que rege o universo que erradique do coração do homem a ganância, a inveja, o ódio, a indiferença.

Não estou pedindo nada impossível, tudo o que peço pode tornar-se realidade, se todos quisermos. E precisamos querer, para que este próximo ano que se inicia seja bom, para que os nossos sonhos possam continuar, para que possamos ter esperança de realizá-los.
Como já disse o poeta Drummond, para ter “um Ano-Novo que mereça este nome, você tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo. Eu sei que não é fácil, mas tente, experimente. É dentro de você que o Ano-Novo cochila e espera desde sempre.” Devemos pensar nisso.

Eleição em BN: Recomendação é votar na coligação

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Bertoldo Weber
Braço do Norte

A eleição que definirá o prefeito de Braço do Norte, cuja data ainda será marcada pela justiça eleitoral, provavelmente em março, não deverá trazer grandes novidades quanto aos concorrentes. Pelo menos do lado do Democratas. Segundo a presidenta em exercício da sigla no município, a professora Catea Alberton, a recomendação é para votar na mesma coligação de outubro, pela qual Ademir Matos (PMDB) concorreu a prefeito e Charles Bianchini (DEM) a vice.

Catea explica que isto foi decidido na mesma oportunidade em que o vereador reeleito Ronaldo Fornazza (DEM) foi escolhido presidente da câmara de vereadores (consequentemente, será empossado prefeito interino, até que a nova eleição seja feita). “No dia 26 (de dezembro, quando ocorreu o encontro), ficou decidido que, no caso da eleição da câmara, a recomendação era de compor com os partidos da coligação. No caso da nova eleição, manteremos também a coligação já firmada em outubro. O candidato a vice (de Zalene Mattos) continua sendo Charles Bianchini”, reforça Catea.

Sobre as declarações dadas ao Notisul, nesta terça-feira, de que a aceitação do cargo de presidente da câmara de vereadores, por Fornazza, e de vice, por Laércio José Michels Júnior (PSDB), tem o aval do presidente licenciado do Democratas no município, José Nei Alberton Ascari, Catea diz que desconhece a transação. Ela esclarece que conversará com o vereador (Fornazza) sobre o noticiado. “Volto a dizer que o acordado foi para que os votos e as composições fossem feitas com os vereadores da coligação ‘Todos por Braço do Norte’”, repete.
Por outro lado, o vereador reeleito continua a afirmar que houve, sim, o aval de Ascari. “Quando recebi o convite, falei com colegas partidários e, depois, com o presidente do partido. Ele me deu carta branca para negociar. Foi o que ocorreu”, reafirma.

Incêndio destrói loja em Imbituba

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Maycon Vianna
Imbituba

Um incêndio de grandes proporções ocorreu nesta terça-feira, por volta das 13h20min, na rua Nereu Ramos, na loja Eduardo Surfe e Skate Shop, localizada no centro de Imbituba. Ao perceberem os primeiros sinais de fumaça, os comerciantes do local logo acionaram a equipe do Corpo de Bombeiros de Imbituba, que contou com o suporte dos bombeiros de Garopaba e Laguna. Eles atenderam à ocorrência em três caminhões e duas ambulâncias.

Os soldados chegaram ao local logo que as chamas começaram a se propagar. E começaram a apagar. “Intervimos rapidamente e então evitamos que o fogo se expandisse para o andar de baixo da loja. A parte de cima ficou destruída. Ninguém ficou ferido”, detalha um dos bombeiros que atendeu a ocorrência.

De acordo com os bombeiros, ainda não é possível determinar o que provocou o incêndio. Suspeita-se de um curto-circuito na fiação elétrica no televisor de vigilância eletrônica. “Levamos cerca de três horas e utilizamos aproximadamente cinco mil litros de água. O fogo estava confinado, o que dificultou a contenção das chamas, por isso, 90% das roupas e pranchas foram destruídas”, diz o soldado.
O prédio possui quatro andares. O piso térreo e o terceiro e quarto andares não foram atingidos. Na parte de baixo da edificação, funciona uma ótica e joalheria, ‘invadida’ pela água utilizada pelos bombeiros para conter o incêndio.

As prioridades dos eleitos para 2009

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Amanda Menger
Tubarão

Os prefeitos tomam posse nesta quinta e já sabem o que farão nos primeiros dias de governo. A intenção da maioria é pôr em prática promessas feitas em campanha. Entre os municípios que pretendem dar atenção à educação, estão Armazém e Braço do Norte. “Como não sabemos como está a situação da cidade, precisaremos nos adaptar. O ano letivo recomeça em fevereiro e temos que planejar”, argumenta o prefeito Jaime Wesing (PSDB), de Armazém.

A linha de pensamento é a mesma do vereador Ronaldo Fornazza (DEM), que assumirá a prefeitura de Braço do Norte enquanto não é realizada uma nova eleição. “A intenção é manter os serviços de saúde e educação, até mesmo porque as aulas começam em fevereiro, e é preciso organizar o calendário”, justifica.

A saúde terá ênfase em Capivari de Baixo. “Queremos que o prontoatendimento volte a funcionar 24 horas, além de melhorar os serviços dos postos de saúde”, pontua Luiz Carlos Brunel Alves (PMDB). Em Grão-Pará, Valdir Dacorégio (PMDB) também se preocupa com o tema. “Queremos comprar o prédio do pronto-socorro, porque o imóvel pode ser leiloado”, revela.
A saúde também está na lista do prefeito de Tubarão, Dr. Manoel Bertoncini (PSDB). “Quero encaminhar o prontoatendimento 24 horas logo no início. Outra questão é o canil, já temos algumas discussões e esperamos em breve apresentar uma boa proposta”, afirma.

A agricultura terá ênfase em Treze de Maio. “Uma das ações será aumentar o número de horas/máquina para que os produtores que não têm equipamentos possam trabalhar em suas propriedades”, afirma Arilton Francisconi Cândido, o Xela (PP). Em Santa Rosa de Lima, a intenção é agregar valor ao que é produzido no município. “O agricultor só tem a ganhar com isso”, afirma Celso Heidemann (PP). Em Rio Fortuna, o incentivo à produção também receberá atenção do prefeito Silvio Heidemann (PP).

Saneamento e turismo

Santa Catarina tem um dos piores índices de saneamento básico do Brasil. Na Amurel, alguns prefeitos prometem que este cenário será modificado em breve. “Fizemos a primeira etapa em parceria com a Casan. Mas temos que fazer mais, a cidade inteira tem que ser atendida pela coleta e tratamento do esgoto sanitário”, ressalta o prefeito reeleito de Gravatal, Rudinei Fernandes do Amaral, o Nei (PMDB).
Saneamento e turismo estão na lista do prefeito de Jaguaruna, Inimar Felisbino Duarte (PMDB). “Temos que cuidar dos acessos aos balneários, manter a coleta de lixo e planejar o Carnaval. Outra prioridade é o saneamento, que não temos”, diz.

O turismo e a infraestrutura são o foco do novo mandato de Célio Antônio (PT), de Laguna. “Começaremos com dois quilômetros de pavimentação na Estiva, Bananal e Caputera. Além da revitalização do Cine-Teatro Mussi, do Mercado Público e da praça Vidal Ramos. Estamos pensando a cidade para os próximos anos”, relata.
O planejamento do município é prioridade para José Roberto Martins, o Beto (PSDB), de Imbituba. “A região vive um momento privilegiado e temos que preparar a cidade para isso. A infraestrutura precisará contemplar as empresas e também os turistas”, define.

Na pauta: as obras

Para muitos dos prefeitos da Amurel, o início do mandato é o momento de arregaçar as mangas e iniciar obras. “Temos alguns convênios com o governo federal para pavimentação de ruas e vamos licitar as obras que forem possíveis este mês”, revela o prefeito reeleito de Sangão, Antônio Mauro Eduardo (PP).
A pavimentação de ruas é prioridade para Amarildo de Souza, de Imaruí (DEM). “Tivemos problemas com as chuvas e vamos recuperar o que estragou”, adianta. Em Pedras Grandes, as estradas do interior também receberão atenção.

“Precisamos melhorar as vias, porque o agricultor necessita delas para levar os seus produtos”, propõe Antonio Felippe Sobrinho, o Tonho (PMDB).
Uma ponte está no ‘caderninho’ da prefeita eleita de São Martinho, Leonete Back Loffi (DEM). “Vamos buscar parcerias para uma ponte sobre o rio Capivari, que fica próximo ao centro da cidade”, relata.
Em São Ludgero, o prefeito reeleito, Ademir Gesing, o Gogo (PMDB), quer licitar a obra do Centro de Múltiplo Uso. “O estado repassou cerca de R$ 100 mil, perto da eleição e não podíamos licitar. Agora, vamos dar seguimento a este projeto”, diz. A obra está orçada em R$ 3,2 milhões (R$ 2,5 milhão do estado e o restante da prefeitura.

“Queremos que paguem menos. Mas que todos paguem”

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Amanda Menger
Tubarão

Notisul – Como é a tramitação da Reforma Tributária?
Edinho
– Tem uma comissão especial que trata da reforma do sistema tributário brasileiro. A comissão foi instalada em abril, fizemos inúmeras audiências públicas, conferências, visitamos 21 estados brasileiros – não conseguimos ir a todos devido ao tempo e também por ser ano eleitoral. Dividimos as tarefas: o presidente da comissão é o ex-ministro da fazenda, Antonio Palocci (PT/SP); eu sou o primeiro vice-presidente; o segundo vice é Paulo Renato de Souza (PSDB/SP), ex-ministro da educação; e o relator é Sandro Mabel, que é deputado por Goiás (PR). Nós somos em 24 deputados na comissão e, após esses contatos todos, votamos a proposta na comissão. Enviamos para o presidente da câmara dos deputados, Arlindo Chinaglia (PT/SP) para pautar e pôr em votação na câmara. Nesse ínterim, houve um entendimento entre os líderes partidários da câmara para priorizar outras matérias pendentes na casa e que retomaremos as discussões no fim de fevereiro para votarmos a Reforma Tributária. A votação ocorre em dois turnos. Precisamos de 308 votos nos dois turnos para que seja aprovada e aí vai para o senado. Como eles já estão acompanhando as discussões, esperamos que a tramitação lá seja mais rápido.

Notisul – No senado, precisará passar por alguma comissão especial?
Edinho
– Poderá ser constituída uma comissão também, mas poderá com o entendimento entre os partidos e a mesa diretora do senado ser votada diretamente no plenário, uma vez que foi discutido e rediscutida na câmara. Mas há uma tendência de criar uma nova comissão. Costumamos dizer que, lá no senado, são os senadores que votam, não nós, deputados. Só votamos juntos quando há reuniões do Congresso Nacional. O que é essa sessão? Reúnem-se deputados e senadores e votamos juntos, mas depende da matéria, do projeto, um veto do governo, por exemplo. Neste caso, votam separados. Se o senado modificar alguma coisa, volta para a câmara. Se a iniciativa fosse do senado, passasse por lá e nós modificássemos alguma coisa na câmara, teria que voltar ao senado e vice-versa. Só não retorna quando há consenso.
Notisul – O senhor fez um resumo dos trabalhos. Mas, o que exatamente é discutido?
Edinho – O governo federal, depois de um amplo estudo, entendeu, e também por pressão dos parlamentares, dos trabalhadores, sindicatos, autônomos e dos contadores, que reclamavam muito, que é preciso simplificar o sistema tributário brasileiro. Nós temos um sistema atrasado, arcaico. Eu cito como exemplo nas minhas palestras um caso de uma empresa de São Paulo. Eles têm dois mil funcionários na área administrativa, 500 funcionários só cuidando da parte tributária. Isso é um absurdo! O custo só para cuidar, analisar essa parte tributária é 3% do faturamento dessa empresa. Isto diminui a nossa competitividade na hora de vender mercadoria, tanto interna quanto externamente, principalmente nas exportações. Nós temos mais de 50 tipos de tributos, pagamos hoje cerca de 38% do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma das riquezas produzidas no país – só de tributos. Ou seja, do que é produzido no país, 38%, pagamos como tributos. Se nós vamos fabricar e vender, estamos concorrendo com outras empresas e países, ainda mais em era de globalização. Nós precisamos buscar o equilíbrio disso.

Notisul – Como a globalização influi nesse aspecto de tributação?
Edinho
– O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o mundo não viverá sem os Estados Unidos e os Estados Unidos não viverão sem o mundo. Hoje, estamos todos interligados. Quando eu era relator do sistema financeiro nacional, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), visitei diversos países discutindo o sistema financeiro, eu disse em Washington que um dia a bolha iria estourar. Porque são bilhões para cá, bilhões para lá, mas são papéis, títulos, não é dinheiro, espécie circulando. Então, por exemplo, você financia por R$ 100 mil e assina uma cédula hipotecária nesse valor. A Caixa Econômica Federal, e eu fui gerente da Caixa, desembolsa R$ 100 mil e gera uma cédula hipotecária. O que o mundo estava fazendo? Pega essa cédula e passa para frente, e pega mais R$ 100 mil faz dinheiro e financia outra casa, aí pega outra cédula hipotecária e, então, de R$ 100 mil faz um R$ 1 milhão, mas isso é falso, como se tivesse R$ 1 milhão e não tem esse valor, porque o que realmente tem circulando é R$ 100 mil. Chega uma hora que estoura. E quando estoura é uma reação em cadeia. Precisamos ter um sistema tributário que nos permita ter um custo de produção menor para que possamos continuar competitivos, mesmo diante de cenários de crise.

Notisul – Qual é a idéia básica da Reforma Tributária?
Edinho
– Fazer com que todos paguem menos, mas que todos paguem. Essa é a filosofia da nossa reforma. Se vamos conseguir o nosso objetivo? Estamos trabalhando para isso. Todos que nós visitamos, todos os segmentos que discutiram conosco foram favoráveis à reforma. Isso é impressionante. Claro que há pontos dissonantes, que um deputado concorda, que um governador discorda, mas é esse ajuste que estamos tentando fazer. Ninguém se manifestou contra.

Notisul – E isso é uma evolução. Já se tentou diversas vezes fazer a reforma e nunca avançou…
Edinho
– Verdade. O mundo evoluiu e nós continuamos com o sistema atrasado. Por isso, queremos que todos paguem menos, mas paguem. Outro ponto que defendemos é diminuir a burocracia. Nós temos um sistema complexo, mais de 50 tipos de tributos. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cada estado tem uma alíquota, nós vamos unificar, será a mesma alíquota para todos os estados. Isso evita que a empresa tal tenha crédito porque vendeu para tal lugar, o que é uma confusão danada. E vamos acabar com essa quantidade imensa de tributos com a criação do IVA-F, que reunirá outros tributos. Só aí as empresas já vão ganhar, porque simplifica a forma de contribuição. Quando formos aprovar o orçamento da União para o próximo ano, vamos exemplificar, o presidente precisa de R$ 100 mil para tocar o país, então nós vamos aprovar esse orçamento. Com a reforma, todos vão pagar menos, mas vão pagar e isso vai aumentar a arrecadação do governo, toda vez que passar de 100, nós vamos estabelecer uma trava, que ele não pode arrecadar mais. Cada vez que bater nessa trava, diminui a carga tributária para os próximos anos. Com isso, nós teremos ter mais produção, vamos gerar mais emprego, renda e o governo arrecadando sempre a mesma coisa.

Notisul – Para dar certo, o governo terá que frear os gastos públicos. Isso é possível?
Edinho
– Sim, porque quanto mais se arrecada mais se gasta também. E todos os governos fizeram isso, independente de partido político. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo com seus 20 anos de discurso de oposição, foi o que mais criou ministérios. Ele me disse que ‘as pessoas não entendem que quando estamos na oposição, e parte do PT não entende, critica-se o que está errado; quando se está no governo, tem que governar’. Aí eu disse ‘mas toda a oposição tem que ser como a liberdade, tem que ter responsabilidade. Por que o cara vai preso? Porque não teve responsabilidade, fugiu dos limites’. A oposição tem que ter responsabilidade. Ninguém vê o deputado Edinho fazendo bobagem, vocês nunca viram. Quando alguém mexer comigo, vou até o fim, porque não agi com maldade. Essa é a forma de agir.

Notisul – Quais os outros pontos importantes da reforma?
Edinho
– A desoneração em 1% da folha de pagamento ao ano até seis anos. Porque essa reforma será feita gradativamente. Queremos desonerar a folha de pagamento para gerar mais empregos formais e facilitar a vida do cidadão. Se hoje paga-se 20%, por exemplo, no próximo será 19%, até completar os seis anos de prazo. Vai diminuindo para aumentar a formalidade. Vamos ainda desonerar 100% os investimentos. O Brasil é o único país do mundo, ao que me consta, que cobra imposto para investimento. A pessoa vai investir e não vai mais pagar impostos. Também será desonerada a exportação, ou seja, não terá mais que pagar impostos sobre essa exportação.

Notisul – E a Lei Kandir, de compensação das exportações?
Edinho
– Acaba com esta lei. A lei Kandir, que eu ajudei a aprovar, na época era para favorecer a exportação, foi bom. Mas, na prática, não funcionou. Um exemplo, o empresário tem R$ 100 mil de crédito porque ele exportou, mas o governo federal não repassa. Tem que falar com deputado, senador, ministro para que o governo pague algo que é direito dele. Aí o governo federal não passa R$ 100 mil, passa R$ 70 mil para o governo estadual, e aí tem que correr novamente, falar com deputado estadual, secretário, governador para poder liberar, e o governo paga para quem ele quer. A nossa proposta, você é exportador tem direito a R$ 100 mil de crédito, isso vai automaticamente, será constitucionalizado, não tem como o governo segurar. São avanços extraordinários para isso.

Notisul – A guerra fiscal será realmente extinta?
Edinho
– Hoje, é uma vergonha o tipo de incentivo que os municípios, governos oferecem para as empresas. Nós temos empresas, e nem muito grandes não, que deixam de pagar R$ 2,5 milhões de impostos por mês devido aos incentivos que os governos ofereceram. A guerra fiscal nasceu com os incentivos dados pelos governos para que as empresas se instalassem em determinadas regiões. A idéia é que as empresas se instalem em áreas longe dos grandes centros, para que essas regiões também se desenvolvam. Mas não foi o que ocorreu, fugiu do controle. Ocorre mais ou menos assim: uma empresa quer se instalar aqui no sul, aí o prefeito de Tubarão oferece R$ 1 milhão de incentivos ao mês, mas aí o prefeito de Criciúma oferece R$ 1,5 milhão de incentivos ao mês, e aí Imbituba oferece R$ 2 milhões. Para onde a empresa vai? Quem der mais. Isso é um absurdo, porque quem paga por isso é o contribuinte. Para acabar com isso, nós estamos criamos incentivos regionais. Será diferente.

Notisul – E o fundo nacional, como funcionará?
Edinho
– Com a unificação das alíquotas de ICMS, alguns estados poderão ter prejuízo, e este fundo irá bancar isso, até que esteja adequado. É uma forma de compensar. Até hoje, foram 12 tentativas de fazer a reforma. Nunca deu certo, porque é interesse de deputado, de governador, de ministro, de empresário e aí não se tem uma visão macro da realidade.

Notisul – A cesta básica também será desonerada?
Edinho
– O objetivo nosso é desonerar 100% da cesta. Porque quem mais paga imposto hoje é o pobre. Porque se o rico compra um quilo de arroz e o pobre um quilo também, está pagando o mesmo imposto, mas se o rico tem uma renda maior, quem está pagando mais? O pobre. Até porque a alimentação tem um peso maior no orçamento das famílias com menor renda.

Notisul – Qual outra vantagem da reforma?
Edinho
– A segurança jurídica. Hoje, o que tem de processo na justiça sobre tributos. Um bom advogado e um bom contador ‘enrolam’ o juiz. Eu já disse para alguns amigos juízes: ‘vocês têm que usar o bom senso’. Mas aí eles argumentam: ‘nós trabalhamos em cima de papéis, aí o advogado arruma testemunha fria e passa’, aí responsabilidade do advogado. Com esta reforma, queremos simplificar ao máximo para termos segurança jurídica.

Notisul – O que resolveria pendências como essa da cobrança do ISS sobre leasing?
Edinho
– Na nossa reforma, o que vamos fazer agora, (Carlos) Stüpp (PSDB – prefeito de Tubarão) não teria como entrar na justiça. Nós vamos facilitar para evitar essa enrolação. Sabe que quanto mais complexo, melhor para os advogados, aí é que eles vão dentro das falhas. Ações como essa da prefeitura de Tubarão com o ISS dificilmente ocorreriam após a aprovação da reforma. Mas Stüpp foi correto. Foi atrás, parabéns para ele.

Notisul – O senhor falou em algumas palestras sobre a reforma, que ninguém quer perder receita, com a aprovação da proposta, será necessário um novo pacto federativo?
Edinho
– Essa distribuição dos recursos é uma conversa que estamos tendo com o governo federal. Primeiro, nós temos que acertar a arrecadação, o pacto é uma outra história. A maioria está defendendo isso, que venha mais recursos para os municípios, depois para os estados e, por fim, a União. Mas também tem que repassar as responsabilidades para municípios, estados e União.

Notisul – Pagar menos e que todos paguem. Esse é o intuito da reforma. Mas como conseguir que todos paguem?
Edinho
– Nós pensamos em como controlar isso, já que o Brasil é um dos países que mais sonegam. Isso é cultural, e cultura não se muda de uma outra para outra. Então, aí tivemos a idéia, não foi minha, mas acatei, de utilizarmos a nota fiscal eletrônica, até pelo avanço tecnológico hoje no mundo. Se nós implantarmos a nota fiscal eletrônica, dificilmente alguém vai sonegar. Mas, tem que exigir que qualquer empresa, mesmo pequena, tenha esse sistema. Queremos fazer isso gradativamente, queremos implantar 70% da reforma até 2010 e eu não tenho dúvida que vai aumentar a base de arrecadação e todos irão pagar. A nota fiscal eletrônica permite a conferência de informações e o cruzamento de dados incluindo aqueles repassados na declaração de Imposto de Renda para a Receita Federal.

Notisul -Essas medidas propostas pela Reforma Tributária precisarão de regulamentação?
Edinho
– Alguns itens sim. Terão que ser regulamentados antes, não gostaria de adiantar quais, porque dependem de algumas conversas que ainda teremos que fazer na comissão. Porque se nós falarmos agora, segmentos já se mobilizaram. Nós vamos acertar, vamos negociar, isso será implantado em seis meses. Alguém pode perguntar: e se não regulamentar em seis meses? Na Constituição de 1988, tem coisas que até hoje não foram regulamentadas, aí nós estamos colocando a garantia: se não for regulamentado no prazo, não entra em vigor. E terá que ser regulamento em um exercício para entrar em vigor no outro. Não tem que enganar ninguém. O Brasil é nosso, não precisamos disso.

Notisul – Muita pressão, deputado?
Edinho
– Muita. Agora diminuiu um pouco. Tenho que ser sincero. Li, vi, assisti e escutei entrevistas de jornalistas, de comentaristas que diziam bobagens, porque o empresário vai perder, e coisas do tipo. A interpretação das coisas é algo sério. O que houve foi muita distorção da nossa intenção e, com as discussões, foram clareadas as coisas, tiradas as dúvidas. Porque ninguém quer perder, tirar do bolso.

Notisul – Qual ponto da reforma tem gerado mais polêmica?
Edinho
– Um deles é a questão dos royaltes. A Petrobras, por exemplo, no Rio de Janeiro, explora petróleo em alguns municípios e eles vão diminuir um pouco a arrecadação. Não é justo que um município que tem os mesmos problemas que o outro, vizinho, só porque tem a exploração de petróleo, passa a arrecadar 50 vezes mais do que o vizinho. Na nossa proposta, ninguém vai arrecadar mais, mesmo tendo exploração, do que quatro vezes a média do estado. A diferença será distribuída nos demais municípios. Essa é a nossa proposta, mas está dando dor de cabeça, o Rio de Janeiro está esperneando, Manaus também. Nós achamos que temos que buscar o equilíbrio. Hoje, vamos supor que Armazém e Gravatal arrecadem R$ 500 mil por mês, mas aí acham petróleo em Gravatal, e a arrecadação pula para R$ 5 milhões, só que os problemas dos dois municípios são os mesmos. É justo que Gravatal tenha essa arrecadação e Armazém não, se isso está instalado em Santa Catarina, na Amurel? Pela nossa proposta, Gravatal arrecadaria até quatro vezes mais do que a média do estado e uma parte da arrecadação seria distribuída para os vizinhos. Estamos ainda estudando essa possibilidade. A reforma tem que ser para o Brasil e não para o governo.

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