segunda-feira, 29 julho , 2024
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Mesa diretora da câmara: Componentes têm mais vantagens

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Amanda Menger
Tubarão

Um dos principais ‘itens’ das discussões entre os vereadores nos últimos dias é a estrutura de trabalho. Até a legislatura anterior, os vereadores que integravam a mesa diretora tinham ‘vantagens’. Entre elas, a possibilidade de indicar um número maior de assessores.

Alguns vereadores contavam com até cinco colaboradores, com salários que variavam de R$ 850,00 a R$ 1,3 mil, além de um adicional que poderia elevar o vencimento para R$ 2 mil. O presidente do legislativo teria ainda outro benefício: 50% a mais de salário, o que representa no total R$ 8.775,00 (valor bruto sem o desconto de 27% do Imposto de Renda, 11% de INSS e 3% de contribuição partidária).

O vereador Edson Firmino (PDT) questiona esse procedimento: “Por que um grupo tem que ser beneficiado em detrimento de outro? Quando me propus a ser presidente da câmara, sugeri que todos os vereadores tivessem a mesma estrutura”.

O presidente da câmara, João Fernandes (PSDB), disse ontem que discutirá essa questão de a estrutura da câmara com os outros membros da mesa diretora. Sobre o salário maior, ele afirma: “Não estou na política pelo dinheiro. Sou empresário e ganho muito mais do que esse valor”.

Já o vice-presidente, Maurício, não sinalizou se haverá mudanças. “Os membros da mesa diretora têm outras atribuições, diferentes dos demais vereadores, portanto, é justo que eles recebam mais ajuda, tenham mais assessores. De qualquer forma, os assessores também auxiliam os colegas. Já o salário maior, é apenas para o presidente, e isso é garantido pelo estatuto da casa e da lei orgânica do município. Essa é uma função que exige dedicação praticamente total, portanto, é justo um salário maior”, avalia Maurício.

Estatuto precisa mudar
Uma das sugestões para acabar com o impasse das indicações de assessores e do uso da estrutura da câmara de vereadores é instituição das verbas de gabinete. O legislativo de Joinville atua com estes recursos. Dois vereadores, Edson Firmino (PDT) e Geraldo Pereira, o Jarrão (PMDB), foram conhecer o modelo adotado no norte do estado.

“Os vereadores não gerenciam o dinheiro diretamente, mas têm um máximo para gastar com os salários de assessores, contas de telefone, fotocópias, diárias, entre outras. Precisaríamos fazer um estudo para determinar o valor”, explica Firmino.
Para implantar este novo modelo, seria necessária uma mudança no estatuto da câmara. “Se aprovado, entraria em vigor automaticamente, não precisaria ser de um ano para o outro”, revela Firmino.

Segundo Jarrão, faltou interesse de alguns vereadores em fazer esta mudança. “Eu procurei o ex-presidente, Felippe Luiz Collaço, o Pepê (PP), para tratarmos disso, mas não evoluiu, não quiseram discutir esse assunto”, relata.

Presidente diz que lutará para manter seu mandato
A possibilidade de ser processado no conselho de ética do PSDB e ser expulso do partido não intimida o presidente da câmara de vereadores, João Fernandes (PSDB). Ele garante que não se arrependeu de ter votado no candidato do PMDB, Geraldo Pereira, o Jarrão, na eleição da mesa diretora, contrariando as indicações do seu partido.

“Eles podem até me expulsar. Vou me defender, quero continuar no PSDB. Agora, se essa for a vontade deles, tudo bem. Mas vou lutar até o fim pelo meu mandato. Eu conquistei 1.790 votos praticamente sozinho, só com o apoio da família e amigos”, observa.

O PSDB deve reunir nos próximos dias a documentação necessária para abrir o processo disciplinar no conselho de ética. O grupo que julgará a questão é formado por: Miguel Popoaski, Gilson Carvalho, Vilson Beckhauser, Washington Adriano e Rui Santos. Se o conselho decidir pela expulsão, o partido poderá solicitar à justiça eleitoral a perda do mandato por infidelidade partidária.

Segundo fontes jurídicas consultadas pelo Notisul, há possibilidade de João perder o mandato, sim. Principalmente porque o estatuto do PSDB prevê, no artigo 15, que os “filiados detentores de mandato eletivo (…) deverão exercê-los com probidade, fidelidade aos princípios programáticos e à orientação do partido”.

A lei da fidelidade partidária define que os políticos que não seguirem o conteúdo programático dos partidos podem ser considerados infiéis e perder o mandato. Há um caso semelhante julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE/MG). Como a justiça eleitoral tem prazos diferentes da justiça comum, a expectativa é que as ações deste tipo sejam julgadas em prazos menores.

“Perdi a confiança no Firmino”, declara João
Com a renúncia de Geraldo Pereira, o Jarrão (PMDB), ao cargo de presidente da câmara de vereadores, ontem, o então vice-presidente, João Fernandes (PSDB), assumiu a vaga. Em entrevista coletiva, ele explicou o acordo feito com o PMDB, contrariando a indicação de seu próprio partido.

“Eu resolvi apoiar a chapa 1, encabeçada por Jarrão, por não concordar com as atitudes de Edson Firmino (PDT). Em nenhum momento, eu apertei a mão e disse que estava fechado. Eu disse que estava com o grupo, porém, perdia a confiança no Firmino. No dia 10 de dezembro, anunciei que estava fora. Pelas minhas costas, o PDT estava negociando um acordo com o PP, para que Dionísio (Bressan Lemos, do PP) ficasse com a presidência em 2011 e 2012. Eu fui falar com Ronério Cardoso, presidente do PDT, e ele disse que esse acordo era um blefe. Já o vice-prefeito, Felippe Luiz Collaço, o Pepê (PP), garantiu que eles tinham um acordo com o PDT”, revela João.

Segundo João, Firmino tentou ainda fazer um acordo com o PMDB. “Além de falar com o PP, ele tentou trazer o PMDB. Mas não teve sucesso”, afirma, e diz ainda que quem lhe procurou foi o PMDB. “Eu já estava conversando com Ivo (Stapazzol – PMDB) sobre a presidência da Cergal, procurei também Nilton (de Campos – PSDB), para compor na cooperativa, mas ele não quis. Depois, passamos a falar sobre a câmara”, relata.

O acordo com o PMDB poderá ser prolongado para o biênio 2011-2012. “Eu saio no fim do ano e Maurício da Silva (PMDB) assume a presidência. Vamos refazer a dobradinha na próxima eleição, Maurício fica 2011 e eu em 2012”, adianta João.

O presidente da câmara afirma que não ‘vendeu a alma ao diabo’, como teria citado o vereador Firmino durante a eleição de sábado. “Eu não me vendi. Cultuo a Deus, ele é que está a minha frente sempre”, diz.

João garante que não haverá problemas para o prefeito, Dr. Manoel Bertoncini. “Não haverá oposição para ele na câmara. Estou trazendo outros quatro vereadores para o prefeito. Minha missão é garantir a estabilidade de governo”, assegura.

Legislativo e executivo: Proposta é de sintonia entre os dois poderes

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Wagner Silva
Braço do Norte

A eleição da chapa 2 para a mesa diretora da câmara de vereadores em Braço do Norte levou o democrata Ronaldo Fornazza a assumir a prefeitura interinamente e Laércio José Michels Junior (PSDB) a presidência da câmara.

No acordo feito dentro da chapa, que teve a participação dos progressistas Cleber Manoel da Silva, Jordão Walter Santana e Maria da Silva Kulkamp, a exigência comum foi a sintonia entre os dois poderes. Segundo Junior, a única prerrogativa do legislativo é atender as necessidades da população. “Fomos eleitos e receberemos salários vindos dos impostos pagos pelo povo e temos que focar o que é melhor a ele”, declara o presidente.

Para Junior, somente com liberdade e harmonia, vereadores e prefeito poderão buscar o melhor ao município. “A cidade é grande e cresce a cada dia, mas temos que evoluir, buscar melhorias em diversas áreas para alcançar o desenvolvimento. Para isso, temos que ter acesso ao prefeito. Para expormos problemas e soluções, liberdade e harmonia são fundamentais”, orienta.

E esclarece que, apesar da indignação de alguns vereadores, não houve mudança na condução de seu voto, definido há mais de 20 dias. “Falei que apoiaria o nome de Salésio e ele mesmo esteve em minha casa afirmando que não precisaria mais de meu apoio. Depois de uma série de fatores e reuniões, tanto ele (Salésio) quanto o partido me deram liberdade para fazer o acerto que eu achava melhor. Mantive minha posição, busquei apoio que não houve do outro lado. Não mudei em cima da hora e declarei isso. Fiz o acerto pensando no melhor para a população”, enfatiza.

A decisão, segundo ele, foi tomada pensando também no partido. “O município não será administrado por uma única pessoa, mas por um grupo preocupado com o que é melhor à população. Não podemos pensar como uma pessoa só, e sim como um partido. Assim foi feito e recebemos este apoio também do prefeito interino”, ressalta.
Junior vem de família com forte participação política em Braço do Norte. O seu pai, Laércio Michels, foi prefeito em duas ocasiões e a sua mãe, Maria Edna de Souza Michels, é ex-vice-prefeita.

Sabe o que os astros guardam para você hoje?

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Áries (21/03 a 19/04)
A Lua na fase crescente indica momento interessante para desenvolver iniciativas e ambições, mas com a consciência de que você deve reorientar o uso do poder, autoridade e habilidades.

Touro (20/04 a 20/05)
Momento propício para envolver-se com estudos, viagens e situações que promovam uma ampliação de horizontes mental, cultural e profissional. Certos conceitos ficaram totalmente para trás, é preciso ver a vida com novos olhos.

Gêmeos (21/05 a 21/06)
Os próximos anos serão de muitas transformações, não apenas no âmbito individual, mas coletivo. Você é um agente dessas mudanças. O que agora sente são sinais do que está por vir.

Câncer (22/06 a 22/07)
Fase lunar crescente que tem um significado especial para os relacionamentos. Indica o tempo oportuno de uma nova consciência e atitude em todas as suas relações.

Leão (23/07 a 22/08)
Saúde e trabalho são pontos essenciais, leonino. Agora, assim como ao longo dos próximos anos, deverá haver uma modificação na forma como você lida com esses temas.

Virgem (23/08 a 22/09)
Uma nova atitude deve ocorrer em relação ao amor. Para que você amadureça e reconheça o que tem receio de aceitar. Tabus a serem reconhecidos e superados. Um novo comportamento afetivo poderia reestruturar a sua vida.

Libra (23/09 a 22/10)
Olhar para dentro é a melhor forma de saber. Baseie-se na experiência do passado, mas não se ancore nele, porque os tempos atuais exigem novas atitudes. Assuntos emocionais, familiares e profissionais pedem de você maturidade e reestruturação.

Escorpião (23/10 a 21/11)
Crescem as oportunidades de expressar positivamente os conhecimentos que possui, com responsabilidade. Afinal, conhecimento é poder. Importância de situações que envolvem pessoas próximas, estudos, viagens, contatos pessoais e profissionais.

Sagitário (22/11 a 21/12)
A Lua crescente indica ser o tempo adequado de motivar-se ao desenvolvimento de seus dons, e de uma nova forma de lidar com a realidade material. Também estão em andamento os novos valores e prioridades.

Capricórnio (22/12 a 19/01)
O Sol em seu signo e a Lua em Áries caracterizam momento ideal às iniciativas. Você está vivenciando uma nova etapa. Uma outra realidade se mostra e depende de perseverança, maturidade e responsabilidade que ela se constitua.

Aquário (20/01 a 18/02)
O período que antecede o aniversário é caracterizado pelo final de um ciclo, com a respectiva colheita do que foi empreendido anteriormente. Uma fase para cultivar o silêncio e orar.

Peixes (19/02 a 20/03)
Mire o futuro baseando-se na experiência alcançada ao longo dos anos. Você está apto a redesenhar a sua função social, unindo-se a pessoas que também tem um pensamento visionário e que querem construir uma nova realidade.

Campeonato Catarinense: Só falta um goleiro para completar

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Marco Antonio Mendes
Tubarão

Os dirigentes do Atlético Tubarão procuram mais um goleiro para completar o elenco. A intenção é que ele esteja ao lado de Marcos Leandro e Wagner para as disputas do Campeonato Catarinense.

“Acredito que ainda esta semana devemos anunciar um terceiro goleiro. É um pequeno problema que vamos resolver logo”, diz o superintendente do time, Marcelo Cury.
Na última sexta-feira, quase todos os atletas apresentaram-se no estádio Domingos Gonzales. Os únicos atletas que ainda faltam são o atacante Marco Brito e o volante Rocha. A previsão é que eles cheguem hoje na cidade.

Mesmo com a chuva que persistiu cair sábado, o time treina em dois períodos. Neste momento, o foco principal tem sido a parte física dos atletas. Otimista, a comissão técnica diz ter adiantado sete dias nestes três primeiros de trabalhos. “É que o grupo está tendo muita garra e determinação. Então, estes trabalhos intensos só têm nos beneficiado”, justifica Marcelo.

A agenda está cheia para toda a semana. Não há previsão de folga pelo menos até o início da competição estadual. Ontem, os treinamentos foram realizados em Gravatal. Hoje pela manhã, o grupo vai a Laguna intensificar o físico na praia. Já os exames médicos dos atletas, devem ser realizados entre quarta e quinta-feira.

A estreia do Atlético Tubarão no Catarinense será no próximo dia 19, uma segunda-
feira, contra o Figueirense, em Florianópolis.

Criciúma aparece entre os 100 da Libertadores
O Criciúma está entre os melhores clubes da história da Libertadores da América. Essa é a informação do ranking divulgado pela Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol). Com apenas uma participação na competição, em 1992, o Criciúma aparece na 89ª posição, com 20 pontos.

A liderança do ranking depois de 50 anos passa do Penãrol para o River Plate.
O São Paulo é a melhor equipe brasileira, na 12ª colocação, com 231 pontos. Os outros cinco melhores clubes nacionais na lista são: Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro e Santos.

Chuvas no sul: Rodoviária é transferida para posto

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Amanda Menger
Tubarão

Quem precisou viajar de ônibus neste fim de semana teve uma surpresa. As ruas próximas à rodoviária de Tubarão foram interditadas pela secretaria de segurança e trânsito da prefeitura. Era impossível chegar de carro ou de moto até o terminal. A solução? Transferir o local de embarque, desembarque e venda de passagens para o posto de combustíveis Fera, próximo à BR-101.

A mudança foi realizada no início da manhã de sábado. O cabeleireiro Sérgio de Bem da Silva, de Blumenau, conseguiu comprar as passagens na rodoviária, mas passou trabalho para chegar ao local. “Tive que ir a pé, com água até o joelho. Lá, me disseram que o ônibus sairia do posto. Foi uma ótima ideia, pelo menos conseguimos chegar sem ter que nos molhar”, avalia Sérgio.

Os funcionários da União tiveram que improvisar. Dentro de um carro, eles aguardavam os passageiros. Com eles, dinheiro para o troco e algumas passagens em aberto. Na agência, ficaram outros colegas. Quando precisavam confirmar horários e lugares, o contato era feito por celular. Os funcionários que ficaram na rodoviária só chegavam e saiam do terminal de ônibus. A expectativa é que ainda hoje as atividades retornem à rodoviária.

A rua Simeão Esmeraldino de Menezes (que passa em frente ao Bloco da Saúde da Unisul), a Padre Geraldo Spettmann (da rodoviária) e outras próximas estão interditadas.

O carreteiro Marcos Antônio Nunes mora no bairro São João margem esquerda e precisou dar a volta pelo centro para conseguir chegar à igreja Mundial do Poder de Deus, na Padre Geraldo Spettmann. “O culto começa às 18 horas, mas vou chegar atrasado. Está impossível passar de bicicleta, vou fazer a volta pelo centro. No meu bairro, está tudo tranquilo. Foi muita chuva”, relata.

Câmara de vereadores: Jarrão renuncia à presidência

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Amanda Menger
Tubarão

Geraldo Pereira, o Jarrão (PMDB), foi eleito presidente da câmara de vereadores de Tubarão durante sessão realizada sábado. Porém, ele não ficará no cargo. Renunciará para que o vice, João Fernandes, assuma a presidência.

“Acordo firmado, acordo cumprido. Vou renunciar para que João assuma o cargo, como combinamos. Vou encaminhar o documento com a renúncia até segunda-feira (hoje)”, revela Jarrão.

A sessão que escolheu a nova mesa diretora durou pouco mais de uma hora e foi tumultuada. Os vereadores trocaram acusações na hora em que apresentaram os seus votos. Uma parte do público chegou a vaiar e a chamar João de traidor quando este passou a explicar o seu voto.

“Não sou traidor, não traí acordo nenhum e muito menos o prefeito Dr. Manoel Bertoncini (PSDB). Dionísio Bressan (PP) pediu a presidência da câmara para o biênio 2011-2012. Falei com o presidente do PDT, o Ronério Cardoso, e ele disse que o acordo com o PP era um blefe para eles conseguirem apoio”, declara João.

Dionísio rebateu as críticas. “Eu nunca pedi para ser presidente. A solicitação foi feita pelo Partido Progressita, para que já deixássemos definido o biênio 2011-2012, mas não que o cargo fosse para mim. Aliás, eu não concordei. Acredito que é melhor definirmos isso mais tarde, porque depende do cenário político”, argumenta.

O placar ficou empatado em 5 a 5. Os vereadores João Batista de Andrade (o Sargento Batista – PSDB), Nilton de Campos (PSDB), Deka May (PP), Dionísio (PP) e Edson Firmino votaram na chapa 2, encabeçada por Sargento Batista e Firmino. Já os vereadores João (PSDB), Jarrão (PMDB), Ivo Stapazzol (PMDB), Maurício da Silva (PMDB) e Evandro Almeida (PMDB) votaram na chapa 1, liderada por Jarrão e João. O critério de desempate previsto no estatuto é a idade. Então, com oito anos a mais que Sargento Batista, o cargo ficou com Jarrão.

João será processado no conselho de ética
Após a sessão que elegeu Gerlado Pereira, o Jarrão (PMDB), como presidente da câmara de vereadores de Tubarão, membros da executiva do PSDB confirmaram que abrirão processo disciplinar no conselho de ética do partido contra o vereador João Fernandes (PSDB).

A justificativa é que João desrespeitou o fechamento de questão, ou seja, a determinação da bancada de votar na chapa 2, formada por João Batista de Andrade, o Sargento Batista (PSDB), e Edson Firmino (PDT).

“Vamos juntar a documentação e abrir o processo. Caberá ao conselho de ética do partido decidir pela possível desfiliação dele e até mesmo a perda do mandato. Temos base legal para enquadrar o caso em infidelidade partidária”, explica o Sargento Batista.

João diz que não se arrepende da decisão e não teme perder o cargo. “Há muitos rumores e poucos fatos. Vamos aguardar e ver o que ocorre”, afirma o vereador.

Segundo João, o prefeito não terá problemas de governabilidade com a mesa diretora sendo do PMDB. “Aliás, eu estou trazendo quatro vereadores para o Dr. Manoel Bertoncini (PSDB). Serei o elo entre ele e o PMDB”, declara.

Briga de vizinhos: Homem é agredido com um machado

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Maycon Vianna
Tubarão

Uma discussão entre dois vizinhos que moram na rua Fredolino Althoff, no bairro Santo Antônio de Pádua, teve sangue, confusão e golpes de machados. O fato ocorreu por volta das 15 horas de ontem. O agressor, de 40 anos, ficou irritado com Latair Damaceno, 45 anos, por causa de uma moto estacionada em frente à casa dele. Outro motivo do conflito: os cachorros passavam pelo local e urinavam em um dos pneus da motocicleta. Segundo testemunhas que presenciaram a briga, o homem já tinha uma rixa antiga com a vítima e foi até a residência solicitar que a moto fosse retirada do local onde estava estacionada. Como ele negou, o homem pegou um machado e agrediu Latair com vários golpes. Policiais militares de Tubarão passavam no local e prenderam o agressor em flagrante.

Latair foi encaminhado ao Hospital Nossa Senhora da Conceição pela equipe do Corpo do Bombeiros com fratura exposta em uma das mãos e também com outros machucados nas pernas. Os médicos de plantão confirmaram que ele terá que ser submetido a uma cirurgia.

Já agressor, vizinho da vítima, foi preso em flagrante e encaminhado juntamente com a arma à Central de Polícia Civil de Tubarão, por volta das 15h30min. Ele foi interrogado pelo delegado Nazil Bento Júnior e, após prestar depoimento, foi levado ao Presídio Regional de Tubarão.

Um outro caso de agressão foi registrado ontem, por volta das 15 horas, no bairro Bom Pastor, em Tubarão, próximo a uma danceteria. Segundo populares, uma briga entre dois irmãos por causa de uma disputa por um terreno terminou com um deles agredido na cabeça, pela própria irmã, com um golpe de um pedaço de ferro. Ele foi encaminhado pelos bombeiros de Capivari de Baixo ao Hospital Nossa Senhora da Conceição com ferimentos no rosto. A família dos envolvidos no incidente não quis registrar boletim de ocorrência.

Chuvas em Tubarão: Precipitação foi de 271 milímetros

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Amanda Menger
Tubarão

O ano mal começou e as chuvas já causam estragos. Desde o dia 1º, já choveu 271 milímetros em Tubarão. Só no sábado, foram 191 milímetros. A média histórica de janeiro é 143 milímetros, portanto, em um único dia, choveu mais do que o esperado para o mês inteiro, e, em quatro dias, o equivalente a dois meses.

“Sábado foi o segundo dia mais chuvoso da história de Tubarão desde 1939, choveu 191 milímetros. O dia mais chuvoso ainda é 24 de março de 1974, semana da enchente, quando a precipitação foi de 200 milímetros”, revela o engenheiro químico Rafael Marques. Ele tem uma estação meteorológica em sua residência, na Vila Moema, em Tubarão, e desenvolve a pesquisa de mestrado sobre a precipitação na Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão.

Em novembro, no dia 21, a precipitação chegou a 103 milímetros e, durante o mês, passou de 315 milímetros. A média para novembro era de 94 milímetros. “A condição atmosférica deste episódio foi a formação de um sistema de baixa pressão, que evoluiu para um ciclone extra tropical sobre o oceano. Em novembro, foi um sistema de alta pressão sobre o oceano, junto com vórtice ciclônico em altitude”, explica Rafael.

Mais uma vez, os tubaronenses escaparam por pouco. “A chuva mais concentrada ficou localizada na parte baixa da bacia hidrográfica do Rio Tubarão, poupando os rios formadores do Tubarão, que não saiu de sua calha”, observa o engenheiro.

Depois de Tubarão, a maior precipitação foi em Jaguaruna, com 255,8 milímetros. A média de janeiro é de 142 milímetros. Em Orleans, choveu 127,8 milímetros, 148,9 em Santa Rosa de Lima e 103,4 em Anitápolis. Até as 20 horas de sábado, a precipitação era de 151,7 em Urussanga e 141,2 em Laguna.

Rio Tubarão fica 4,45 metros acima
A precipitação de 271 milímetros só em Tubarão nos quatro primeiros dias do ano contribuiu para elevar em 4,45 metros o nível do Rio Tubarão. Por volta das 18 horas de sábado, a régua estava próximo à marcação de 4 metros. O ponto máximo foi registrado às 22h30min de sábado. Após às 4 horas de domingo, o nível começou a baixar.

“Ficamos acompanhando a situação, foi muita chuva. Desde sexta-feira, praticamente não parou. Chamamos as equipes da secretaria de desenvolvimento urbano para auxiliar, limpando as bocas-de-lobo que estavam entupidas, a equipe da Defesa Civil do município para ajudar as pessoas a saírem de casa”, relata o ex-vice-prefeito de Tubarão, Ângelo Zabot, o Com.

Em novembro, o nível do rio chegou a 4,8 metros, na madrugada do dia 22. Segundo dados da Defesa Civil do município, a situação começa a ficar crítica quando o rio chega a 5,30 metros. “Chegamos a ficar receosos, porque havia informação de que o vento estava virando para leste e isso dificultaria a vazão do rio, além de atrair mais chuva. Quando chega a 5,30 metros, o rio começa a sair da calha e inunda áreas mais baixas como o bairro Passagem. Desta vez, assim como em novembro, o problema não foi o rio, e sim a quantidade de água. O sistema de drenagem não deu conta”, explica Com.

Desalojados voltam para casa
As fortes chuvas fizeram com que muitas pessoas em Tubarão precisassem sair de suas residências. Algumas tiveram que ser resgatadas de bote pelo Corpo de Bombeiros. As principais áreas afetadas foram Passagem, Área Verde, Vila Padre Itamar, Oficinas, Andrino, Humaitá, Dehon, Monte Castelo e São Cristóvão. Cerca de 75 pessoas foram alojadas na academia Valdir do Karatê, em Oficinas.

“Andei pela cidade e vi que a situação estava feia, fui até a câmara de vereadores, onde estavam realizando a sessão para escolher o presidente, para buscar informações e me coloquei à disposição para abrigar quem precisasse. Os bombeiros, exército e funcionários da prefeitura levaram o pessoal para a minha academia. Alguns voltaram para casa ainda no sábado, mas 55 pessoas dormiram lá”, conta Valdir dos Santos, o Valdir do Karatê.

Mantimentos foram fornecidos pela prefeitura. “Funcionários trouxeram os colchões e fomos ajeitando as pessoas. Hoje (ontem), eu os levei para casa. Fiz dez viagens de carro para levar todos. As residências já não tinham mais água, muitos terão trabalho para limpar”, relata Valdir.

A estimativa é que mais de 200 pessoas saíram de suas casas e foram para residência de familiares. Na rua Simeão Esmeraldino de Menezes, no bairro Dehon, duas famílias levaram móveis e aparelhos eletroeletrônicos para a igreja São Judas Tadeu. “Dois vizinhos precisaram sair. A rua sempre fica alagada, mas nunca tinha chegado tão perto da minha casa. Com essas chuvas todas, estamos pensando em sair daqui, vender e ir para outro lugar”, conta o pintor Neri Luiz Matias.

Certas coisas não acabam após o brinde de champanha

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Sempre tive o hábito de guardar coisas que penso que um dia poderão ter alguma utilidade: ferramentas, objetos, escritos, etc. Diante da resistência em me desfazer de certas tralhas, minha mulher passou até a aceitar essa mania com resignação. Mas o tempo, as traças, a falta de espaço e a maturidade me convenceram de que é necessário e também saudável que, de vez em quando, se faça uma limpeza geral nas gavetas e estantes. Um dia antes de acabar 2008 me vi diante de pilhas e pilhas de coisas que, percebo, tiveram pouca ou nenhuma utilidade, e provavelmente não teriam a menor importância, mesmo que ficassem guardadas por muito mais tempo.

No entanto, algumas folhas “xerocadas”, do tamanho de uma folha de jornal tablóide e dobradas duas vezes me chamaram a atenção: é a fotocópia de uma entrevista de Gershon Knispel publicada na revista Caros Amigos, de junho de 2002. Presente de um amigo, o material seria mais um dos que iriam pro lixo se não se tratasse do que se trata. A entrevista é intitulada “Um judeu das arábias” e teve a participação de nada menos do que oito pessoas (não sei se todas são jornalistas). Gershon Knispel é um judeu alemão. A família fugiu da Alemanha nazista em 1935 e foi para a Palestina quando ele tinha somente 2 anos. Foi educado e cresceu entre os árabes palestinos, em Haifa. Viveu cinco guerras entre Israel e os vizinhos árabes.

Em sete longas páginas de entrevista, Knispel expõe seu ponto de vista sobre diversas faces do conflito entre árabes e judeus. E o interessante é que, por ter toda essa proximidade com o mundo árabe, o judeu Knispel não pensa nem como a maioria do seu povo de origem, tampouco, quem sabe, quanto à maioria dos árabes.

Crítico da política praticada por Israel em relação à Palestina, o professor Knispel se despe da tradicional hipocrisia tão presente em um punhado de homens públicos e faz uma análise capaz de confundir cabeças de judeus e árabes ao mesmo tempo. Sustenta entre tantas coisas que os governos israelenses têm sido formados por militares, o que, segundo ele, explica a maneira truculenta e autoritária com que a questão árabe-judaica tem sido tratada há pelo menos cinco décadas.

Em Israel, os oficiais de carreira quando atingem 43 anos de idade passam por uma seleção. São escolhidos os três melhores e um deles é alçado a chefe do estado-maior. Como muitos oficiais percebem que não têm chance de chegar nem entre os três primeiros ingressam na política e viram ministros no governo. “É um governo militar sem golpe”, diz Knispel. São vários os exemplos, mas me atenho a apenas um: Ariel Sharon. Em 82, foi Sharon, então ministro da defesa, quem costurou um acordo secreto com uma organização fascista libanesa. O exército de Sharon encurralou entre 2,3 mil e 3,5 mil velhos, crianças e mulheres (o grupo de Yasser Arafat já tinha se mandado para a Síria) e a tal organização dizimou um a um impiedosamente.

Foi o conhecido massacre de Sabra e Chatila. Eu tinha apenas 16 anos na época e, até hoje, antes de ler essa “tralha” esquecida na gaveta, o massacre de Sabra e Chatila resumia-se a apenas pequenos flashes na minha memória. Agora, depois de lê-la, e com Israel caminhando rápido para mais uma carnificina, na Faixa de Gaza, a “tralha” passa a ser uma relíquia.

Gabriel Pensador (confesso que estou um pouco encabulado de ter de citá-lo) disse certa vez que “as canções que falam de política e corrupção mantêm-se sempre atuais” no Brasil. Da mesma forma, eu diria que coisas sobre os conflitos no Oriente Médio são sempre atuais, no mundo. Especialmente, porque os homens da guerra não vão mudar de idéia por causa do tilintar das taças. Nem nós ganhamos saúde, dinheiro, prestígio e felicidade em um simples movimento do ponteiro do relógio. Longe de querer ser um artigo anti-semita, isso é apenas a maneira de dizer que certas coisas precisam ser guardadas, para nós ou para nossos filhos, por muitos e muitos réveillons.

“Como enfrentar a crise? É só trabalhar”

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Zahyra Mattar
Orleans

Notisul – Como nasceu a Librelato?
Lussa – Na verdade, herdamos alguma coisa do meu falecido pai (Berto Librelato). Em 1969, iniciamos a fabricação de carroçaria de madeira. Meu pai já era empresário no interior, no tempo em que a indústria era tocada a água. Tínhamos engenho de farinha, de açúcar e serraria. Em 1964, quando as águas estavam diminuindo, viemos para a cidade, para Orleans. O pai, a mãe e os 11 filhos. Iniciamos uma madeira e fabricávamos casas de madeira. Viemos até em Tubarão construir casa. Alguns anos depois, percebemos o crescimento rodoviário e foi onde mudamos o foco da fábrica e começamos a construção de carroçarias de madeira. Levávamos uns 30 dias para fazer uma. Hoje, é uma hora e meia, duas horas.

Notisul – Mas o senhor que fabricava?
Lussa – Sim! Olha aqui (mostra o dedo torto), isto aqui foi em uma das máquinas de processar a madeira. Esmagou meu dedo em 13 de agosto de 1973…

Notisul – O senhor é bom de data…
Lussa – Ah, mas essa data não tem como esquecer. Na verdade, as datas boas e ruins a gente nunca esquece, né!?

Notisul – A empresa continua familiar, como no início?
Lussa – Italiano adora uma família (risos). Somos em 11 irmãos: oito homens e três mulheres. Mas sabe que o italiano tem uma encrenca com mulher, então, somente os homens administram os negócios. Não sou ao mais velho, mas sempre me coube ter o comando. Acho que é uma questão de perfil. Com 9 anos, já escrevia cartas para as embaixadas, para buscar informações do país e do mundo. Morávamos no interior e não tinha outra forma de comunicação. Bem, depois chegou o rádio. Sempre fui ambicioso. Mas não aquela pessoa dinheirista. Só queria ter uma vida boa. Até porque a gente teve uma educação do pai que era assim: “Não adianta ser rico, rodeado por miseráveis. Tem que ser rico e quem o cerca também estar bem”. E foi o que segui. Sempre fui muito persistente, obstinado. Quando fiz 17 anos, fiz uma lista com 17 objetivos na minha vida. Dentre eles, era ser prefeito da minha cidade (risos). Já sou o vice.

Notisul – A empresa do senhor fazia parte destas 17 metas…
Lussa – Faz parte.

Notisul – O senhor não cumpriu todos ainda?
Lussa – Não. O último é comprar um avião. Ainda não deu (risos).

Notisul – Um avião?
Lussa – É! Um aviãozinho. Não um Boing né! Um monomotor só para passear um pouquinho! (risos).

Notisul – Nossa! Qual é o penúltimo?
Lussa – (risos) É ser o presidente do meu time preferido de futebol, que hoje é o Criciúma. Antes, era o Santos. É quando chegou na meta 13, já não tinha mais o que botar. Tinha 17 anos e, naquela época, ter um avião era algo completamente impossível. Graças a Deus, o tempo foi passando e fui vendo que o impossível está na nossa cabeça. Tudo é possível quando se trabalha com determinação e honestidade.

Notisul – O senhor é um homem de sucesso. Qual o segredo?
Lussa – Não tem segredo. É trabalhar mesmo. Trabalhar com honestidade e determinação. Mas não somente para si. Para quem te cerca, como ensinou o pai. Na minha empresa, por exemplo, a telefonista está lá há 25 anos. O financeiro há 28 anos. Você tem que ter o respeito por quem trabalha com você. Acho que vem daí o nosso sucesso. Mas também o empresário tem que descobrir o perfil do trabalhador e incentivar a equipe. Não pode ter vergonha de querer ganhar dinheiro. Eu não tenho e não deixo meus trabalhadores terem. A gente vive em uma sociedade capitalista. Não pode ser hipócrita.

Notisul – O senhor tem alguma formação em nível superior?
Lussa – Tenho um ano e meio em administração de empresas, na Unisul de Tubarão. Não consegui terminar porque minhas atividades eram fisicamente muito forçadas. Eu vinha de ônibus em estrada de chão. Claro que o estudo é algo importantíssimo. Mas também não é isso que divide aqueles que chegam lá dos que não chegam. A força de vontade e a persistência que são decisivos. Meus pais tiveram oito homens e os transformaram em oito líderes.

Notisul – Então, oito donos de uma fábrica de carroçaria. Como vocês conseguiram administrar isso?
Lussa – Com o tempo, percebi que era mesmo muita gente em um único lugar. Foi então que fomos diversificando e criamos o Grupo Librelato. Hoje, temos uma cerâmica de tijolos refratários, em Lauro Müller, uma madeireira e fazenda de gado em Alta Floresta, no Mato Grosso, uma indústria de plástico em Orleans, um britador e uma empresa de terraplanagem também em Orleans. Temos ainda a Rádio Cruz de Malta, fundada em Lauro Müller, em 1949, a Rádio Guarujá, em Orleans, que foi alugada e temos uma proposta de compra para este ano, um jornal semanário, o Hoje, também em Orleans. Também somos sócios do Jornal da Manhã, em Criciúma. Em Içara, temos um distribuidor da Marcopolo (empresa do ramo rodoviário) e uma oficina que dá assistência técnica para os produtos que fabricamos e depois as duas unidades (em Orleans e Capivari de Baixo) da Librelato Implementos Agrícolas e Rodoviários, que eu administro e é o ramo em que mais somos conhecidos, porque é o segmento mais antigo em que a família atua. Em breve, teremos mais uma filial da implementos em Içara.

Notisul – Então é a Implementos que está no roll das empresas que mais cresceram em 2008?
Lussa – É. Hoje, a Librelato Implementos Rodoviários é a quinta maior empresa do ramo no Brasil. A revista Exame de agosto nos apontou como 58ª empresa brasileira que mais cresceu no país em 2008. Em Santa Catarina, somos a terceira empresa que mais registrou crescimento no ano passado, conforme o roll da revista Você S/A. Traçamos o objetivo de crescer 50% em 2008 e conseguimos atingi-lo em novembro. Em dezembro, fomos pegos por essa crise.

Notisul – Pois é. A crise. Como senhor avalia este fim de ano com crise e o começo de 2009 não muito diferente?
Lussa – A crise chegou, mas como o ano foi ótimo para a Librelato, os efeitos foram pequenos. Do Grupo, o setor que mais sentiu foi a Librelato Implementos (Agrícolas e Rodoviários), porque dependemos 100% de financiamentos. As outras ainda não sentiram os reflexos.

Notisul – Mas o senhor chegou a ter reflexos diretos no caixa da empresa?
Lussa – Direto. Tanto é que antecipamos as férias coletivas. Antes da crise, o juro era de 1.1%, o bem era financiado em 36 ou 60 meses e o valor era de 90% a 100% financiado. Aí veio a crise. O juro foi para 2%, o financiamento passou para 24 ou 48 meses e o valor permitido para financiar ficou em 70% a 60%. O suficiente para dar um baque. Um pouco foi psicológico, as pessoas ainda não entenderam de onde veio a crise e onde ela está. O mercado se retraiu. Esta insegurança também refletiu o preço dos insumos e por ser fim de ano.

Notisul – E qual a expectativa para 2009, em virtude deste momento de crise?
Lussa – Continua positiva. Em agosto, fizemos um planejamento estratégico para crescer 30% em 2009 e não abro mão de um número até que me provem o contrário. Sou persistente como todo bom e digno brasileiro, não desisto nunca! (risos). E agora não é momento de grandes análises, porque o caminhão para no fim do ano. Como costumo dizer: o Brasil anda somente depois do Carnaval. No meu setor, é bem isso que ocorre. Acredito que em março tudo comece a entrar, novamente, nos eixos.

Notisul – O senhor não é nem um pouco pessimista.
Lussa – Não. Veja bem. Qual o país do mundo que tem tudo que o nosso tem? Um clima tropical, quatro safras de grão por ano, somos quase autossuficientes em petróleo. Não tem outro país. Não tenho dúvidas de que se os governantes, o congresso fossem mais ágeis, nos tornaríamos a maior potência do mundo em dez anos. A questão ambiental, por exemplo, como somos atrasados. A duplicação da BR-101. Que dilema foi para trazer esta obra.

Notisul – Tem algum ramo que vocês não atuam?
Lussa – (risos) A família tem esta característica. Um sócio descobre um negócio novo e todos vão na onda. Até minha mãe, no alto dos seus 84 anos, tira o dinheirinho da poupança e ajuda. Somos todos sócios e todos do mesmo partido, para não dar briga (risos).

Notisul – Pois é! Como foi esta candidatura de última hora?
Lussa – O candidato que nós apoiávamos (Valmir Bratti – PP) foi impugnado na quinta-feira, dia 2 de outubro. Minha candidatura foi registrada na sexta-feira, às 18 horas. A eleição foi domingo e ganhamos (Lussa como vice e Jacinto Redivo – DEM – como prefeito) nas urnas com 71 votos (risos).

Notisul – E prefeito? Quando o senhor se candidata?
Lussa – Já poderia ter concorrido, mas não podia abrir mão da empresa. Mas agora já vou começar a preparar a empresa para ficar quatro anos sem mim. Deus me deu sabedoria e força e eu quero contribuir mais diretamente com a minha cidade. Hoje, sou vice e ainda vou concorrer a prefeito. Quero transformar meu município em um pólo, como são Criciúma e Tubarão.

Notisul – O senhor começou na política quando?
Lussa – Sempre gostei de política. Sempre coordenava as campanhas, há mais de 30 anos. A nossa família é terrível para a política. Se não tiver alguém para puxar o freio, eles fecham a empresa e vão tudo para a rua pedir voto (risos). E os filhos já vêm com o mesmo ímpeto.

Notisul – O senhor, pelo visto, é bem ligado à família…
Lussa – Ah, sou sim! É uma mistura. Herdamos a agregação familiar dos nossos pais italianos e o carisma do brasileiro (risos). Italianos não são muito de abraçar, reunir a família, ir visitar. A raça é ruim mesmo. A gente costuma dizer que o italiano só se encontra em casamento ou enterro (risos). Mas nossa família mudou isso. Somos muito unidos. Algumas coisas mantemos. Um exemplo são as mulheres. Mulher de sócio não trabalha nas empresas. É proibido porque complica tudo.

Notisul – O senhor é machista?
Lussa – Não. Tanto que nas nossas empresas, a maioria dos colaboradores são mulheres. Eu acredito nas mulheres no trabalho. No nosso governo em Orleans, que assumimos no dia 1º, nomeamos duas mulheres secretárias (saúde e educação), no departamento jurídico também será uma mulher. Mas, nas empresas, temos que evitar porque já somos todos família. Aí fica gente demais e estraga o casamento. Depois, os dois chegam em casa e vão falar de quê?

Notisul – E o futebol. O senhor segue com os patrocínios este ano?
Lussa – Sou santista de coração, Criciúma por opção e agora tubaronense, porque também patrocinaremos o Atlético Tubarão este ano. Este ano, vamos patrocinar o Criciúma e o Atlético Tubarão. Fechamos um contrato de seis meses com as duas equipes. Adoro futebol. É um vício. E também porque tinha o meu sobrinho, Maycon Librelato (jogador do Internacional gaúcho, falecido em 2005, em um acidente de carro), então, sempre fui ligado ao esporte. Futebol é uma das coisas que me tiram do sério. Brigo e xingo (risos). Acompanho os jogos. Coisa de louco. Fui na copa da Argentina com a Brasília emprestada do meu irmão, e na da França, onde vi a seleção perder naquele jogo de dar ódio a qualquer torcedor. Que absurdo!

Notisul – O senhor pode adiantar alguma coisa do contrato?
Lussa – Não. Cifras não vêm ao caso. Só posso dizer que não é barato. Mas o investimento maior é na socialização com a população, tanto em Criciúma quanto em Tubarão. O futebol tem a façanha de unir todos, independente de situação financeira, raça, credo. E é disso que gosto. Estar no meio do povo. Além disso, no domingo, não tem nada melhor do que ver um futebolzinho na TV. É melhor do que o mala do Faustão (risos).

Notisul – O senhor joga?
Lussa – Não. Meu negócio é ser torcedor. Morávamos no interior e não tinha essa de brincar de futebol. Naquela época, se começava a trabalhar muito cedo. Com oito anos, eu saía do interior e ia para a cidade vender leite. Era quatro quilômetros a pé, descalço. Não tinha dinheiro para comprar sapatos. Não é a facilidade que é hoje. Íamos à missa com o sapato na mão, chegava na igreja, lavava o pé, e colocava o sapato. A volta: pé no chão. Se chegasse em casa com o sapato calçado, apanhava. E isso ocorreu ontem. Por isso que eu digo: o Brasil começou ontem, há 30 anos. As pessoas têm mania de comparar com a Europa, mas a Europa existe há séculos. Temos que dar mais crédito para nós mesmos. Confiar mais no nosso país e lutar por ele. Quem fabricou esta crise, por exemplo, foram os poderosos do mundo. Não podemos pagar a conta.

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