STF realiza audiência sobre marco temporal para demarcação de terras indígenas

Foto: Agência Brasil - Divulgação: Notisul Digital
Nesta quarta-feira, 28 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) realiza a segunda audiência de conciliação para discutir o marco temporal para a demarcação de terras indígenas. A tese em questão defende que os direitos indígenas são limitados às terras que estavam em posse dos indígenas ou em disputa judicial na data de 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Controvérsias em torno do marco temporal

A audiência ocorre após críticas da Articulação dos Povos Indígenas (Apib) à condução dos trabalhos na primeira reunião realizada no início deste mês. A Apib havia ameaçado abandonar a comissão, alegando que seus direitos são inegociáveis e que não há paridade no debate. Apesar disso, a entidade confirmou sua presença na audiência de hoje.

  • Tese do marco temporal: Direitos indígenas restritos às terras ocupadas ou em disputa judicial desde 1988
  • Críticas da Apib: Descontentamento com a condução dos trabalhos e falta de paridade no debate

Condução e desdobramentos da audiência

A audiência foi convocada pelo ministro Gilmar Mendes, relator das ações que envolvem o marco temporal. Mendes negou o pedido de entidades para suspender a deliberação do Congresso sobre o marco, o que desagradou aos representantes indígenas. A decisão do STF sobre o marco é esperada para ser discutida até 18 de dezembro deste ano.

  • Convocação de Gilmar Mendes: Relator das ações sobre o marco temporal
  • Decisão sobre suspensão: Pedido de entidades para suspender a deliberação foi negado

Impactos e contexto político

A realização da audiência impede uma nova decisão da Corte sobre a questão e oferece ao Congresso tempo para aprovar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que confirme o marco temporal na Carta Magna. Em dezembro do ano passado, o Congresso derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto que validou o marco. Em setembro anterior, o STF havia decidido contra o marco, influenciando o veto presidencial.

Fonte: Agência Brasil