Mais testemunhas serão ouvidas

Mirna Graciela
Sangão

As investigações em torno do pastor de 31 anos preso por estupro quinta-feira, em Sangão, prosseguem segunda-feira. Neste dia, mais pessoas serão intimadas a comparecer à delegacia da cidade para prestar depoimentos.
O pastor está no Presídio Regional de Tubarão, com prisão preventiva decretada, até que se conclua o inquérito policial. Depois, o resultado será remetido ao fórum da comarca de Jaguaruna. “Daí, o caso ficará sob a responsabilidade do poder judiciário, que definirá se ele vai a julgamento ou não”, informa o agente da Polícia Civil, Alex Etevaldo de Souza, responsável pela delegacia de Sangão.

Nesta sexta-feira à tarde, outro menor de 16 anos prestou depoimento. Mas defendeu o pastor, negou que sofria abuso sexual, e disse que ele é como um pai. O adolescente morava com o acusado há um ano e dois meses. Ele contou que veio de Porto Alegre para se recuperar do vício das drogas. O garoto foi encaminhado ao Conselho Tutelar de Sangão. Existe a suspeita de que há mais jovens, inclusive crianças e adultos, que também foram vítimas do agressor, forçadas ativa e passivamente.
Segundo o agente, a expectativa é de que, agora, com a prisão, apareçam mais testemunhas do caso. “Já temos quatro nomes, inclusive dois são adultos que residiam com ele. Serão notificados a vir à delegacia imediatamente”, informou o policial.

Como ocorreu a prisão

Um adolescente de 16 anos e um jovem de 22 foram, por conta própria, à delegacia de Sangão e, acompanhados de seus pais, confirmaram em detalhes que eram violentados sexualmente pelo pastor. Ele foi preso por meio de um mandado. O mais velho sofria nas mãos do acusado há cinco anos, já que morava em sua casa. O mais novo tentou suicídio por causa da violência cometida pelo homem. As vítimas eram forçadas a fazer o que o pastor lhes obrigava e ameaçadas (junto com os seus parentes) caso revelassem a alguém. A maioria é de famílias de baixa renda, que possuem muitos filhos. O pastor dava-lhes abrigo e os convidava para ‘retiros espirituais’. Ele era investigado pela Polícia Civil desde o início deste ano por conta de denúncias anônimas recebidas pela polícia.