Juventude livre do tabaco

Como em todo dia 31 de maio, comemora-se o Dia Mundial sem Tabaco. O tema escolhido para a campanha de 2008, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é Juventude Livre do Tabaco.

Estima-se que, no Brasil, há cerca de 30 milhões de fumantes e estes estão suscetíveis a mais de 50 doenças provocadas pelo tabaco e seus derivados, citam-se de forma especial as doenças cardiovasculares, câncer e as doenças respiratórias.
Os dados tornam-se ainda mais alarmantes quando falamos de crianças e adolescentes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o tabagismo uma doença pediátrica, pois a maioria dos fumantes experimenta o primeiro cigarro e torna-se dependente deste antes dos 18 anos.

Estima-se em números que cerca de 90% dos indivíduos fumantes experimentou o primeiro cigarro entre 5 e 18 anos. E ainda que cerca de 100 mil jovens começam a fumar todos os dias.
Os jovens estão mais suscetíveis ao consumo do tabaco e seus derivados, tendo em vista alguns fatores:
• É uma droga lícita (socialmente aceita), há a facilidade de acesso (todo lugar vende) e apresenta um baixo custo (tendo como base outras drogas, como o álcool, cocaína, etc);

• O tabaco e seus derivados podem ser uma maneira de “enturmação”, relaxamento e status. Além do prazer que os usuários relatam que este propicia;
• Estilo de vida, humor deprimido ou depressivo e hábitos familiares;
• Promoção e marketing. Sabe-se que o tabaco e seus derivados são a segunda droga mais consumida entre os jovens do mundo e do Brasil. Propagandas relacionadas ao cigarro, geralmente, estão associadas a beleza, sucesso, liberdade, poder e inteligência.

• Eduardo Barreto, neurocirurgião, membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Funcional, doutor pela Universidade de Berlim, refere que o cérebro dos jovens é mais tolerante à nicotina. Isso se explica pelo fato do cérebro mais jovem ter receptores menos corrompidos que dos adultos.
Para pensar:
Estudos revelam quadros de dependência prematura. Em áreas mundiais, como na Polônia, Zimbábue e China, é possível, com facilidade, encontrar crianças de 10 anos já dependentes.

Estudos com escolares no Brasil (7 a 14 anos) revelam que jovens do sexo masculino (36 a 58%) e do sexo feminino (31 a 55%) já experimentaram ou fazem uso do tabaco ou seus derivados.
Não se falou aqui do tabagismo passivo, que é a inalação da fumaça de derivados do tabaco por indivíduos não fumantes que convivem com fumantes em ambientes fechados. E, com base no acima exposto, ainda vivemos em um lugar de fumantes.

Fica aqui o convite para que, neste dia 31 de maio, você, que é fumante, ao menos pense sobre os males que está causando diretamente e indiretamente a sua saúde e a dos que estão próximos a você. E, se você ainda não experimentou, busque experimentar outras coisas, mais saudáveis e menos nocivas à sua saúde, que poderão lhe propiciar tal prazer o ainda maior do que o trazido pelo tabaco, como a prática de atividades físicas, atividades de lazer (pintura, crochê, tricô, passeios, encontro com amigos), uma alimentação saudável, entre outros.

Hoje, existem tratamentos medicamentosos e psicoterápicos para tratamento da dependência química à nicotina, mas o primeiro e maior passo é a tomada de decisão do usuário e o real desejo de parar. Vamos lá! Quem sabe dia 31 de maio seja o primeiro dia sem cigarro!?