Iniciam as primeiras exportações

O primeiro contêiner será exportado neste domingo com uma carga de cortes de filé de lombo e sobrepaleta de lombo (copa) de suínos. Foto: BRF/Divulgação/Notisul
O primeiro contêiner será exportado neste domingo com uma carga de cortes de filé de lombo e sobrepaleta de lombo (copa) de suínos. Foto: BRF/Divulgação/Notisul

Eduardo Zabot
Braço do Norte

A realidade da exportação da carne suína catarinense para o Japão chegou e a expectativa de suinocultores da região do Vale do Braço do Norte é que a lei da oferta e da procura já tenha reflexo imediato.
Segundo o presidente regional da associação dos criadores de suíno, Adir Engel, houve um aumento para o produtor de R$ 0,20 nas duas últimas semanas, o que ainda não é o ideal.
“Hoje, o suíno é vendido a R$ 2,50 o quilo. Acredito que haja uma melhora com as primeiras exportações, mas o ideal para o produtor seria a venda por R$ 2,80 e sem aumentar o preço do milho”, afirma Adir.

Os produtores também aguardam com ansiedade a exportação por parte do frigorífico catarinense de Grão Pará. De acordo com Adir, alguns testes ainda são feitos para autorizar a exportação.
“Temos que tirar o excedente para o preço reagir antes do produto embarcar para o Japão ou Ucrânia e isso vai refletir. É a lei da oferta e da procura”, ressalta Adir.
A estimativa dos produtores de Santa Catarina é que o Japão possa comprar em torno de 500 mil toneladas de suínos por ano.

A primeira encomenda foi feita pela Mitsubishi, um dos maiores players do setor de carne que atua no Japão.
Hoje, o estado tem oito frigoríficos habilitados para exportação, porém, neste fim de semana, começam as embarcações dos maiores, BRF – Brasil Foods e Seara Alimentos, com 21 toneladas de carne suína in-natura, que vai sair do Porto de Navegantes neste sábado.

A liberação para o Japão

Santa Catarina já é o maior produtor nacional de carne suína, respondendo por um quarto do total produzido no país. Da média de 800 mil toneladas produzidas por ano no estado, o mercado internacional consome cerca de 200 mil toneladas.
A liberação do mercado japonês foi um longo trabalho, iniciado em 2006. Nos últimos anos, o governador Raimundo Colombo (PSD) priorizou os debates nas negociações, em parceria com os órgãos do governo federal e das próprias indústrias.

O Japão é o maior importador de carne suína do mundo, com o diferencial de que os japoneses pagam melhor do que os outros países porque compram cortes específicos e de valor agregado (sem osso) e fazem contratos de longo prazo, o que vai garantir estabilidade para a suinocultura catarinense. Trata-se também de um mercado que é referência internacional no setor.