Esta mulher sofre nas mãos de guerrilheiros há muito tempo e ainda não houve uma mobilização mundial para forçar a sua libertação. Outros 700 também sofrem.
Vez ou outra, o tema volta ao noticiário, depois some. Mas a imprensa poderia colaborar mais, intensificar a cobertura, colocar editoriais, mas quem tem a obrigação de libertá-la são os poderes constituídos.
É constante a divulgação de maus-tratos, abusos sexuais, aprisionamento em correntes e todo tipo de tortura. Essas notícias fazem referências a Ingrid Betancout por ser a mais famosa. Não se pode esquecer, no entanto, os mais de 700 sofredores nas mãos dessa organização criminosa.
Todos os estados do planeta precisariam juntar-se às autoridades da Colômbia para combater esse grupo. A Organização das Nações Unidas deveria definir casos que deveriam sofrer combate militar universal. Sem dúvida, o primeiro seria o combate permanente às guerrilhas, a todo tipo de organização criminosa sobre os quais os governos locais já não tivessem mais nenhum controle, como nos morros do Rio de Janeiro e outras cidades onde a barbárie impera.
As instituições não-governamentais, junto aos sindicatos, às igrejas, aos estudantes da América Latina, deveriam organizar manifestações pró-libertação dos aprisionados das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Farc.
Não é concebível uma organização criminosa ultrapassar quatro décadas dividindo o poder, seqüestrando como e quem quiser, sem que haja uma mobilização das forças constituídas para combater com eficiência a organização. Cada estado deveria posicionar-se se é a favor ou contra guerrilheiros. Mesmo que atos isolados sejam inevitáveis. Inadmissível seria a permanência paralela de um “estado” do terror.
O sofrimento desse pessoal nas mãos de bandidos tem que merecer, ao menos, a mobilização mundial. O sofrimento dos familiares e amigos é pior frente a tanta impotência. Isso precisa acabar no mundo, mesmo que ao preço de muitas vidas. A morte não tem forma boa. Pior é estar à espera da morte quando for conveniente a seus algozes, sem saber se morrerá por uma facada, pelo enforcamento, por um tiro; ou queimado, ou afogado. A certeza única é que será da forma que for mais importante para o “proprietário” de sua vida.
Não deverá ser fácil. Mas os “aliados”, que venceram a Segunda Guerra, precisam acabar com o sofrimento das vítimas de quaisquer guerrilhas, com qualquer denominação. Ou o mundo atesta-se da sua incapacidade, ao permitir que pequenos grupos de bandidos continuem ceifando vidas. Ingrid Betancourt poderia ser qualquer um de nós ou dos nossos parentes. A manifestação e a mobilização de cada um se fazem necessárias. É o mínimo que se pode fazer.