Greve dos caminhoneiros: Manifestantes protestam em rodovias da região

Em Tubarão, foram queimados pneus e a BR-101 foi fechada no início da noite de ontem  -  Foto: André Fernandes/Divulgação/Notisul
Em Tubarão, foram queimados pneus e a BR-101 foi fechada no início da noite de ontem - Foto: André Fernandes/Divulgação/Notisul

Tubarão/Imbituba/Jaguaruna

A paralisação nacional de caminhoneiros deflagrada ontem teve adesão da categoria em boa parte dos Estados. Segundo balanço da Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam), houve participação em 17 unidades da federação. Foram realizadas diversas manifestações, desde pontos de concentração de motoristas à interdição de rodovias. Já o levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou mobilização maior, em 21 Estados.

Na região Sul de Santa Catarina, houve grande paralisação de caminhoneiros autônomos em Imbituba. Os motoristas pararam na SC-437, em frente às Malhas Ferju, embaixo de um viaduto por onde passa o fluxo da BR-101. Os manifestantes ainda colocaram fogo em pneus nos dois lados da rodovia, e a fumaça chegava até a BR-101.

No início da tarde, os atos iniciaram em Jaguaruna. Dezenas de tratores ocupam postos de combustíveis e trechos na BR-101 para apoiar a classe. Em Jaguaruna, o trânsito na BR-101 seguiu em meia pista em ambos os sentidos, e o tráfego foi liberado somente para veículos de passeios, oficiais e ônibus. A interdição ocorreu no quilômetro 354, próximo ao Posto Nápoles. Conforme informaçõe’s da categoria, dezenas de caminhões se aglomeram no pátio do posto junto com o maquinário agrícola.

Em Tubarão, o movimento se intensificou no início da noite, também na BR-101. No bairro São Cristóvão, por volta das 19h, a cerca de um quilômetro do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram queimados pneus e os manifestantes bloqueavam a passagem na pista principal no sentido Norte. Já na marginal, no mesmo ponto, os caminhões que tentavam atravessar o protesto eram apedrejados e o motorista obrigado a estacionar no pátio do Posto de Combustíveis Osório, que já estava lotado. Na Cidade Azul e em todo o país as manifestações devem continuar hoje.

A ABCam reivindica a isenção de PIS, Cofins e Cide sobre o óleo diesel utilizado por transportadores autônomos. A associação também propõe medidas de subsídio à aquisição de óleo diesel, que poderia ser por meio de um sistema ou pela criação de um Fundo de Amparo ao Transportador Autônomo.

A categoria alega que os caminhoneiros vêm sofrendo com aos aumentos sucessivos no diesel, o que têm gerado maiores custos para a atividade de transporte. Segundo a associação, o diesel representa 42% dos custos do negócio e 43% do preço do combustível na refinaria vêm do ICMS, PIS, Cofins e Cide.


Petrobras anuncia novo aumento para diesel e gasolina

Mesmo com as manifestações, os preços do diesel e da gasolina voltam a subir nas refinarias a partir de hoje. Segundo informações do site da Petrobras, a gasolina subirá 0,9% e o diesel 0,97%. Com a alta, valor do litro da gasolina passará a custar R$ 2,0867, enquanto o do óleo diesel sobe para R$ 2,3716. Este é o 11º aumento do preço da gasolina nos últimos 17 dias.

A exceção ocorreu entre os dias 12 e 15 deste mês, quando a estatal interrompeu a sequência de altas ao manter o preço da gasolina em R$ 1,9330, e entre os dias 19 e 21, quando os preços passaram para R$ 2,0680. Ao longo de maio, o preço da gasolina subiu 16,07%.
A Petrobras rebate as criticas às altas constantes dos derivados e a atribui as elevações de preços às oscilações do preço do barril do petróleo no mercado externo.

Segundo a estatal, os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm os seus preços atrelados aos mercados internacionais e que as cotações variam diariamente, para cima e para baixo. Segundo a companhia, a variação dos preços nas refinarias e terminais é importante para que a empresa possa competir de forma eficiente no mercado brasileiro.