Gastronomia e cidadania – trabalhadores intelectuais no varejo, gastronomia

Sobre o artigo Garçons e copeiros são tão importantes quanto bons cozinheiros, o amigo Mello Jr., escreveu: “Grande Fábio Bento! Parabéns pelo artigo: gostei muito! (…) Tenho defendido, e faz tempo, que está na hora de Tubarão criar a universidade do varejo: três mil lojas e em torno de dez mil profissionais diretamente trabalhando no comércio local. (…) O que adianta – na hora de selecionar uma gerente para uma loja – desejar que ela entenda de pessoas, produtos, vitrine, vendas, perfil de clientes, moda, etc., não formando profissionais com estas habilidades? Lembrando que a formação acadêmica deverá vir acompanhada de conhecimentos técnicos vivenciados no chamado chão de loja. Aliado a muito treinamento. Amigo! Abraços! Mello JR”.

Treinamento pode ser entendido como paliativo, adestramento (o que rejeito) ou como exercitação específica, num contexto mais amplo de formação, como ponderou Mello sabiamente. Minha colega Vivian Mara lembrou outros profissionais das empresas de gastronomia, além de garçons, copeiros e cozinheiros: “Brilhante! E bacana é que vale também para a turma da faxina, que lava as panelas, os pratos e as latrinas do restaurante”.

Cláudia G., consultora brasileira que circula entre Porto Alegre, Montevidéu e Punta del Este, escreveu: “Concordo em gênero e número. Santa Catarina, particularmente, é uma tragédia no quesito serviço de restaurante. Eu já desisti algumas vezes de jantar em algum lugar por causa do serviço, e olha que o estado se propõe a ser turístico e ignora o básico referente à infra-estrutura. E não é só em restaurante pequeno, não. Em locais considerados de alto nível é igual e com a agravante que se acham o máximo! Abs. Cláudia”.

De Manaus, meu amigo carioca Rogério Cunha, proprietário da excelente rede de pizzarias Loppiano, escreveu: “Grande Fabio! Seu artigo servirá como base de uma revisão/formação com a equipe de vendas. Poderia ter acontecido conosco. (E será que não acontece?). Obrigado! Um abraço. Rogério”.

De Florianópolis, recebi e-mail do competentíssimo coordenador do curso superior de tecnologia em gastronomia da Unisul (campus Grande Florianópolis), que está revolucionando, pela qualificação, serviços em gastronomia: “Caro amigo e colega Fabio. Muito claras e ilustrativas as suas considerações. Houve um tempo em que eu me recusava a ir a um restaurante em minha cidade (Florianópolis), pois muitas vezes a experiência era mais negativa do que um momento de lazer. Não foram poucas as vezes que o prato chegou frio, ou mesmo que não recebia a bebida até a hora da sobremesa. Perguntar sobre o prato? Já havia desistido há muito tempo! Mas agora sinto que, após dez anos de trabalho, as coisas estão mudando. Não somos pretensiosos querendo imaginar que somos os únicos promotores das mudanças, pois o que mudou foi nossa sociedade. A estabilidade financeira, a facilidade de viagens e a popularização dos bons costumes, fizeram com que a televisão e os meios de informação refletissem a nova realidade… Em poucos anos, evoluímos para uma cultura do slow food… do comer pelo prazer e pela consciência de que somos o que comemos, que ingerimos nossa cultura, nosso território e nosso passado. Esta nova realidade não busca somente os alimentos saudáveis que nutrem o corpo, mas alimenta também o espírito. Essa realidade exige um novo pensar também para os serviços. O garçom não é mais o entregador de comida, mas sim o facilitador, o organizador do salão. É o anfitrião… Infelizmente, alguns empresários ainda não se deram conta que a realidade exige muito mais do que um cardápio atrativo e um cozinheiro ‘do bom’. Mas as coisas vão mudar. Consumidores exigentes fazem um mundo melhor: com melhores produtos, melhores serviços e, antes de tudo, com responsabilidade social e ambiental. Vamos seguindo, fazemos hoje o possível, e o impossível a gente faz em 2009. Um grande abraço. Guilherme Buchmann”.