Festas de final de ano aumentam os riscos e as chances de neurotraumas

Restando poucos dias para o início do Ano-novo, encontros de confraternização entre amigos, colegas de trabalho e familiares seguem disputando espaço nas agendas de todos. A sequência de programas, na maioria dos casos, vem com comida e bebida demais e sono de menos, combinação que pode trazer prejuízos irreversíveis ao organismo e até mesmo ter desfecho fatal. O neurotrauma, conforme a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), é um grave problema de saúde pública no País, que pode ocorrer em desastres automobilísticos ou em outras situações traumáticas, como quedas, mergulhos em locais impróprios e violência física, entre outras causas. Com as festas de final de ano e o início do Verão, a probabilidade de ocorrência destes acidentes aumenta, especialmente no trânsito por conta do consumo abusivo de bebidas alcoólicas.

Segundo dados do Seguro DPVAT,  cerca de 35 mil indenizações por morte são pagas a cada ano, no Brasil, e mais de 200 mil por invalidez permanente por conta de acidentes no trânsito. “Os períodos festivos são marcados pelo consumo frequente de álcool e também de descontração, fatores que podem gerar consequências negativas e drásticas, como acidentes de trânsito, brincadeiras em volta de piscinas e mergulho em mar, rios ou cachoeiras, quando os banhistas desconhecem a profundidade das águas. Como neurocirurgião, vejo as consequências devastadoras desses acidentes em nossos pacientes e suas famílias. Muitos deles enfrentam lesões graves e sequelas que afetam profundamente suas vidas”, adverte o neurocirurgião, Rodrigo Marcelos.

Conforme o especialista, o organismo não está preparado para tantos excessos e logo dá sinais de cansaço e as poucas horas de sono, geralmente, vêm acompanhadas de outros vilões como bebida e comida em excesso. “A ingestão de álcool tende a diminuir a latência do sono e leva a um despertar precoce, portanto, um sono não reparador. Pessoas com distúrbios como apneia e insônia, entre outros, precisam de ainda mais atenção. “A ingestão de álcool aumenta a probabilidade de ronco e a resistência respiratória, piorando a  qualidade do sono em decorrência de sua fragmentação por microdespertares durante toda a noite”, sublinha.

De acordo com o neurocirurgião, quem não quer abrir mão da diversão precisa tomar alguns cuidados. “É preciso agir com moderação. A hidratação com água é essencial e as bebidas alcoólicas podem ser consumidas, mas de forma equilibrada. Não deixe de lado o copo com água mesmo enquanto está consumindo um vinho, um drinque, um uísque ou uma cerveja e se a festa seguir noite adentro, é essencial reparar a noite de sono perdida”, reforça.