Comida cara!: Prato do brasileiro cada vez mais vazio

Amanda Menger
Tubarão

Os consumidores sabem bem que, nos últimos meses, o preço dos alimentos é um dos fatores que mais oneram o orçamento doméstico. E não é para menos. Estimativas apresentadas pelo deputado estadual Marcos Vieira (PSDB) em uma sessão plenária da assembléia nesta semana apontam alta de 168% no preço do feijão, 19% na carne bovina, 50% no arroz e 15% no pão francês, só para citar alguns dos itens mais básicos do cardápio do brasileiro.

Os aumentos têm sido tão freqüentes que famílias têm trocado as compras do mês pelo almoço no restaurante como forma de economia. Este foi o caso da dona de casa Clenir Neves Canales, de Capivari de Baixo. Por mês, com as compras de alimentos, a família de três pessoas gastava de R$ 700,00 a R$ 1 mil. “Os alimentos estão caros e o que mais pesava no bolso era a carne, está muito cara”, reclama.

Depois de ouvir relatos de amigos, Clenir resolveu encomendar o almoço com um restaurante. “É prático, eles entregam em casa de segunda a sábado. Pego para duas pessoas, o que custa R$ 6,00, e ainda sobra para a janta”, conta. A expectativa da dona de casa é que os custos sejam reduzidos em pelo menos 50%. “Calculo que vamos gastar R$ 180,00 com as marmitas, e o restante é para outras compras, como o almoço de domingo”, revela.

A presidenta da Associação das Donas de Casa e Defesa do Consumidor (Adocon) de Tubarão, Reneuza Borba, afirma que o consumidor precisa ficar atento aos preços e pesquisar muito. “Nada melhor que pesquisar, comparar preços entre estabelecimentos e ainda ter a coragem de mudar de marca”, orienta Reneuza.

Para ela, os aumentos não se devem apenas aos problemas climáticos ou quebra de safra, e sim a uma questão política. “Querem mostrar que a produção de biodiesel não é compatível com a produção de alimentos, por isso o consumidor tem que ficar de olho e procurar alternativas”, avalia.