Caso Isabella: Reconstituição do crime leva mais de sete horas

São Paulo (SP)

A reconstituição da morte de Isabella Nardoni terminou depois de mais de sete horas de trabalho. O cenário foi o edifício London, na zona norte de São Paulo, onde ela foi encontrada morta no dia 29 de março. Alexandre Nardoni, pai de Isabella, e a madrasta da menina, Anna Carolina Jatobá não participaram da reconstituição.

Por volta das 16 horas, peritos dirigiram-se ao prédio vizinho ao edifício London, acompanhados da delegada Renata Pontes e do promotor Francisco Cembranelli. O objetivo era saber se é possível ou não ouvir ruídos mais altos vindos do prédio de onde Isabella caiu.

O vizinho do primeiro andar do edifício London ajudou a perícia a reconstituir o que ocorreu depois que a menina foi jogada do 6º andar. Ele indicou a posição da menina no gramado e disse que viu Alexandre, Anna Carolina e o porteiro logo após o crime. Ele contou que o pai da menina, logo que apareceu, olhou para ele e afirmou: “Arrombaram meu apartamento, rasgaram a tela do quarto e jogaram minha filha da janela”.

Segundo ele, Alexandre ajoelhou-se do lado da filha e botou o ouvido no peito dela. O vizinho disse ainda para o pai da garota não fazer respiração boca-a-boca e não mexer nela, porque o impacto da queda tinha sido foi muito forte e ele já tinha chamado o resgate. Alexandre andou pelo gramado de um lado para o outro e depois a madrasta da menina apareceu com o bebê no colo.

Antes de trabalhar no térreo, policiais simularam, por duas vezes, a queda da menina. Uma boneca com peso e tamanho de Isabella foi lançada pelo buraco da tela de proteção, mas não despencou: ficou pendurada por cordas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse sábado que fica preocupado com “pirotecnia” criada em torno das investigações sobre a morte da menina Isabella Nardoni. Lula pediu cautela e afirmou que inocentes podem acabar virando culpados em um assunto que é falado “24 horas por dia”.