Câmara de vereadores: Mesa diretora analisará a defesa de Deka

Amanda Menger
Tubarão

Os integrantes da mesa diretora da câmara de vereadores de Tubarão, João Fernandes (PS DB), Maurício da Silva (PMDB), Evandro Almeida (PMDB) e Ivo Stapazzol (PMDB) deverão reunir-se a partir da próxima semana para analisar a manifestação feita pelo vereador Deka May (PP), na sessão de quinta-feira. Por mais de uma hora, Deka apresentou argumentos e respondeu os questionamentos feitos por um requerimento da mesa diretora.

“Não temos prazo regimental para dar um parecer sobre a manifestação do vereador. Segunda-feira, nós nos reuniremos para discutir, vamos consultar também a assessoria jurídica da câmara. Além do parecer, precisamos ver quais serão os próximos passos, se será feita uma representação contra Deka. Não temos isso definido”, diz Maurício.

Nem mesmo a longa duração da sessão de quinta afastou o público, que esperava a fala de Deka nas explicações pessoais. “Eu falei durante uma hora e as pessoas ficaram em silêncio. Foi legal porque eu só convidei duas pessoas, o deputado estadual Joares Ponticelli (PP) e o secretário de educação da prefeitura, José Santos Nunes, os demais foram por iniciativa própria. Fundamentei as respostas com textos literários, jurídicos e jornalísticos. Agora, ficou claro para todos o que está de fato ocorrendo na câmara”, dispara Deka.

Para Maurício, as respostas dadas por Deka foram evasivas. “Ele não respondeu exatamente o que o requerimento pedia, como citar o nome do(s) vereador(es) que estavam envolvidos em esquemas ilícitos, por exemplo”, afirma Maurício.
Deka rebateu. “Eles já estão se pronunciando antes mesmo de analisarem a documentação que eu entreguei e que passam de 250 páginas. Isso, sim, é quebra de decoro parlamentar”, provoca Deka.

Requerimento causa exoneração de secretária

A resposta a um requerimento formulado pelo vereador Ivo Stapazzol (PMDB) pode custar o cargo da secretária de cultura, esporte e turismo da prefeitura, Débora Carla de Melo e Pimenta (foto). O requerimento 1.016/2009 questionava um empenho de R$ 53,2 mil assinado em março deste ano pela secretária. Ela respondeu ao vereador que não poderia manifestar-se sobre o assunto porque tinha sido nomeada em janeiro.

Na sessão de quinta-feira, Ivo disse que este empenho tinha sido programado para dezembro de 2008, porém, foi cancelado e o valor empenhado novamente em março. Já na quarta-feira, surgiram rumores da exoneração de Débora. Até esta sexta-feira à tarde, o documento afastando a secretária não tinha sido assinado pelo prefeito Manoel Bertoncini (PSDB). “Não tem nada de oficial. O prefeito estuda a possibilidade de exonerá-la”, afirma o secretário de comunicação da prefeitura, Anselmo de Bona Mello.

O secretário de administração da prefeitura, Carlos Eduardo de Bona Portão, o Preto, confirmou a saída de Débora segunda. Quem assume a secretaria é Alba Ligia, funcionária de carreira da prefeitura. O Notisul tentou contato com Débora, porém, ela não atendeu as ligações. O presidente do diretório do PDT em Tubarão, Ronério Cardoso, foi procurado, mas também não atendeu aos telefonemas.

Próximo round: segunda-feira

A próxima sessão da câmara de vereadores, marcada para segunda-feira, às 19 horas, será tão ‘eletrizante’ quanto as anteriores. Isso porque os vereadores da base governista avisam: tentarão pela quarta vez colocar na pauta do dia o projeto que autoriza a prefeitura a firmar convênio com a Organização Não-Governamental (ONG) Movimenta-Cão.

“Tentaremos novamente aprovar este projeto em caráter de urgência urgentíssima. Caso isso não ocorra, continuaremos a rejeitar os requerimentos da mesa diretora e os projetos de autoria deles também”, alerta o líder do governo, Haroldo Silva, o Dura (PSDB).

Os integrantes da mesa diretora, por sua vez, prometem colocar os requerimentos de informações novamente em pauta. “Será que o executivo tem algo a esconder? Por que eles estão barrando os requerimentos? O que foi rejeitado voltará a ser solicitado e vamos trazer novos pedidos. Estamos apenas cumprindo com o nosso dever de fiscalizar”, critica o vice-presidente da câmara, Maurício da Silva (PMDB).