Jamaica Groove, de Tubarão, dará início às filmagens no próximo sábado, durante trabalho voluntário na Praia de Itapirubá, em Imbituba
Tubarão
Reunir amigos para limpar a praia dá reggae – e ainda rende videoclipe. É o que está fazendo a banda Jamaica Groove, de Tubarão. No próximo sábado, a partir das 7 horas, o grupo promoverá uma ação de limpeza na praia de Itapirubá, em Imbituba, com a ajuda de conhecidos e voluntários. Enquanto recolherem o lixo, aproveitarão para gravar imagens que serão usadas no vídeo, que terá também cenas da banda captadas em outros cenários.
Produzido pela própria Jamaica Groove, o clipe para a música Salvação é uma mensagem de que, em parceria, a sociedade pode fazer mais e melhor. “Para isso ocorrer, contamos com apoio de vários parceiros. São empresas privadas e conhecidas da banda, que contribuem para que tudo isso fosse possível. No fim do dia faremos uma apresentação em um restaurante em frente à Praia Sul de Itapirubá, como forma de agradecimento”, convida Gustavo Medeiros. Preocupação com o meio ambiente, aliás, é tema recorrente na obra da banda. Já em seu primeiro CD, Mãe Terra, o mote era o cuidado com o nosso planeta.
Músicas autorais
Salvação é o segundo videoclipe da Jamaica Groove. Ele chega à sequência de Ajude a Terra, gravado no fim do ano passado e que é bem recebido pelo público. Lançados nas redes sociais, são hoje a melhor forma de a banda divulgar o seu trabalho, ainda mais por se tratar de músicas autorais. “Como não há muito espaço na mídia para esse tipo de música, temos que recorrer à internet. Ter uma banda autoral já é difícil, reggae é ainda mais, pois, como não é um ritmo brasileiro, existe certo tipo de preconceito. Mas esse tipo de som se identifica com o nosso litoral e tem aceitação por boa parte do público, porém, ainda muito fraca perto do sertanejo, pagode, axé, funk”, analisa Diego Nunes.
Mesmo uma banda autoral, a Jamaica Groove não abre mão de incluir em seus shows músicas de outros artistas, influentes na formação dos músicos. É comum tocarem Pink Floyd, Beatles e, claro, Bob Marley. Na estrada desde 2002, o grupo passou por mudanças ao longo dos anos até se consolidar, com a gravação de Mãe Terra, em 2008. Entre uma apresentação e outra coleciona momentos inesquecíveis, como quando dividiu o palco com Ziggy Marley, um dos filhos de Bob, em Florianópolis.
“No começo não tem tempo ruim. A vontade de estar juntos, ensaiar, produzir e tocar era maior que qualquer dificuldade”, relembra Guilherme Santana. Sem condições de viver hoje da música, os integrantes se dividem em trabalhos paralelos. “O atual cenário ainda não nos permite o privilégio que seria viver apenas de um projeto em que acreditamos e ao qual dedicamos parte do nosso tempo com muita energia e amor”, afirma.
Grupo nasceu de apresentações no Farol de Santa Marta
São cerca de 15 anos nos palcos. Mas o que levou um grupo de músicos de Tubarão a formar uma banda de reggae em uma cidade com pouca afinidade com o gênero? “Com certeza, as mensagens do rei Bob Marley mexeram com cada um de nós e fizeram com que acreditássemos que seria possível criar músicas de coração, e livres para falar a respeito do que quiséssemos”, conta Diego.
Jamaica Groove começou quase por acaso, de umas apresentações que Diego e Gustavo faziam no Farol de Santa Marta, em Laguna. O resultado deu certo, novos músicos foram chegando e outras ideias começaram a surgir. Do que era uma brincadeira despretensiosa, formada para fazer um som acústico, nasceram os planos de compor e ter uma banda completa.
Foi assim que, no início, nas noites de quinta-feira, por exemplo, eles lotavam o entorno do antigo Paulistano Bar, ao lado da Unisul. “Era muito badalado pelo movimento de estudantes. As ruas eram tomadas de amigos e apreciadores da música reggae”, recorda Guilherme. Jamaica Groove marcou época também por causa de uma Kombi, que acompanhou as andanças dos músicos durante certo tempo. “Ela nos deu algumas despesas e acabamos vendendo. Ficaram boas lembranças e várias histórias”, resume.
Quem faz a Jamaica Groove
Frank Ribeiro: vocais e berimbau
Diego Nunes: guitarras e cavaco
Gustavo Medeiros: guitarra escaleta
Guilherme Santana: baixo
Músicos de apoio
Thiago Beck: bateria
Paulo Oliveira: teclados