Marco Antonio Mendes
Tubarão
16h10min de sexta-feira. Neste horário, já havia alguns torcedores na arquibancada para acompanhar o último treino do Atlético Tubarão no Domingos Gonzales antes do importante jogo contra o Brusque, no vale do Itajaí. Mas a cena que se via não era esta.
As movimentações ocorreram pelos corredores do alojamento dos atletas. Naquele momento, ninguém sabia se haveria treino ou não. Enquanto isso, alguns jogadores conversavam em pequenos grupos. A sala fechada do treinador Arnaldo Lira dava a entender que a situação se resolveria logo. A decisão tomada minutos depois era de que não haveria treino.
A justificativa era de que a diretoria do clube ainda deve boa parte dos salários e a atitude de parar teria sido tomada por um grupo de jogadores. A questão deixa em dúvida até a própria partida de domingo. “Paramos hoje (sexta-feira); amanhã (sábado) ainda não sabemos, e domingo também não. Vamos ver o que será feito”, disse um dos atletas.
Outro questionava o lucro da venda do bingão de um Celta zero quilômetro, sorteado no último sábado. “Como pode vender quase todas as cartelas e sobrar somente aquilo?”. Foram vendidas cerca de 200 cartelas, cada uma ao preço de R$ 500,00, e informações divulgadas pela diretoria dão conta de que sobraram apenas R$ 11 mil. Contudo, os dados repassados anteriormente diziam que R$ 15 mil do total pago aos jogadores e funcionários na quinta-feira eram do bingo.
Oficialmente, apenas o técnico Lira deu esclarecimentos. “O que eles reclamam é que uns que estão há mais tempo no clube ainda não receberam tudo. Outros que chegaram depois já estão com o salário em dia. Eu acho que até agora, desde quando cheguei, fizemos um bom trabalho. A minha parte eu fiz; já a questão financeira, não me compete”, explicou.
O presidente do Tubarão, Pedro Almeida, estava bastante irritado com a situação. Conforme ele, quem fez o ‘movimento’ foi “um grupinho de jogadores que não tem compromisso com o clube”. Segundo ele, a diretoria é pressionada, mas, aos poucos, cumpre com os seus deveres. “A atitude tomada pelos atletas é irresponsável”, afirmou.
Se a situação resolver-se, o jogo de domingo será em Brusque. Os donos da casa recorreram à justiça e ganharam de volta o direito ao mando de campo – o jogo será no estádio Augusto Bauer, às 16 horas.
O grupo do Peixe que entrará em campo terá poucas alterações. Sai Alex Pinho, que está machucado e recebeu o terceiro cartão amarelo no último jogo, e entra Déco. Robson Simplício está pendurado com dois amarelos, mas deve jogar.