Mais um catarinense é identificado em vídeo com a jovem russa

Mais um catarinense foi identificado no vídeo que mostra um grupo de brasileiros ensinando uma russa a falar uma frase em português em um tom vulgar. O torcedor é Josué Silveira, morador de Palhoça, na Grande Florianópolis. Josué aparece no final do  vídeo, pulando com o grupo, mas segundo ele, não houve manifestação verbal.

Em entrevista concedida à RICTV pela internet, o rapaz disse que “foi uma infelicidade estar passando pelo local e me colocar em frente à câmera. Quem me conhece sabe que de machista não tenho nada”. Ele garante que não participou da brincadeira e não teve contato com a suposta vítima. Josué também pediu desculpas à família pela exposição.

O vídeo caiu nas redes sociais e viralizou no primeiro final de semana da Copa na Rússia. Embora os participantes aleguem que se trata de uma brincadeira, a mensagem não foi vista como piada, e sim como assédio e até, supostamente, racismo.

O Ministério Público já entrou no caso e requisitou ao Comando da Polícia Militar a instauração de inquérito policial militar para apurar o envolvimento do PM Eduardo Nunes, de Lages, no vídeo. Ele pode sofrer punições da corporação. O comando da PM vai abrir um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do tenente, que a corporação considera irregular.

 A defesa do policial disse, por meio de uma nota, que o comportamento não condiz com a personalidade do tenente e que se trata de uma situação isolada.

Há pelo menos três casos de vídeos onde brasileiros ensinam as russas a falarem palavras em tons agressivos divulgados desde o início do Mundial. Nesta quarta (20), a Latam demitiu o funcionário Felipe Wilson, envolvido em um desses vídeos.

Confira a nota, na íntegra, enviada por Josué:

“O que posso dizer é que estou tranquilo . Foi uma infelicidade estar passando pelo local e me colocar em frente a câmera. Quem me conhece sabe que de machista não tenho nada.

Se você notar, no vídeo, não repito as palavras, não participo da brincadeira de mau gosto. Não faria e não faço este tipo de coisa, entro no meio da filmagem e saio antes do final. Não tenho contato com a suposta “vítima”. Não sei quem fez a postagem e a filmagem, porém há de se concordar que se fala muito de exposição da menina, porém quem compartilhou exaustivamente e continua com o assunto tem tanta culpa quanto quem postou. A exposição maior dela quem está fazendo é a Internet e também os veículos de imprensa na busca do tão desejado ‘like’ nesses tempos de redes sociais.

Acho injusto utilizar um frame do video em que apareço e me rotular como agressor. Não reconheço culpa e devo desculpas apenas à minha família pela exposição”