‘Ninguém pode ser condenado para sempre, porque esta não é a lógica do Evangelho’

Dom João Francisco Salm, Bispo Diocesano de Tubarão

O incidente que ganhou repercussão nas redes sociais, referente aos comentários de um padre na comunidade de Passo do Gado nesta segunda-feira (12), em Tubarão, teve o parecer de representantes católicos.

Em nota, o Bispo Diocesano de Tubarão Dom João Francisco Salm, relata que as pessoas que participaram da Missa avaliaram a ênfase que o padre deu às suas afirmações e a insistência no mesmo assunto, conferiram o tom ofensivo às suas palavras.

“Por sua vez, o Padre, que presta serviços à referida Paróquia, afirma que a intenção dele era apenas a de deixar claro o que a Igreja Católica ensina: ‘que o matrimônio cristão se realiza na união entre um homem e uma mulher’; afirma também que não tinha nenhuma intenção de ofender qualquer pessoa, e que pede desculpas a quem possa ter ofendido e feito sofrer”, afirma o Bispo.

Ainda em nota, quanto ao casamento, a Igreja Católica Romana ensina que “O matrimônio cristão, reflexo da união entre Cristo e a sua Igreja, realiza-se plenamente na união entre um homem e uma mulher, que se doam reciprocamente com um amor exclusivo e livre fidelidade, se pertencem até a morte e abrem à transmissão da vida, consagrados pelo sacramento que lhes confere a graça para se constituírem como igreja doméstica e serem fermento de vida nova para a sociedade” (Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Amoris Laetitia”, nº 292, do Papa Francisco; cf. CDC Cân. 1055 § 1).

No mesmo Documento “Amoris Laetitia”, o Papa Francisco lembra que “O caminho da Igreja, desde o Concílio de Jerusalém em diante, é sempre o de Jesus: o caminho da misericórdia e da integração. […]; derramar a misericórdia de Deus sobre todas as pessoas que a pedem com coração sincero. […] Trata-se de integrar a todos, deve-se ajudar cada um a encontrar a sua própria maneira de participar na comunidade eclesial, para que se sinta objeto de uma misericórdia ‘imerecida, incondicional e gratuita’. Ninguém pode ser condenado para sempre, porque esta não é a lógica do Evangelho! Não me refiro só aos divorciados que vivem em uma nova união, mas a todos seja qual for a situação em que se encontrem” (nn. 296 e 297).

O bispo finaliza a nota pedindo a intercessão de Maria. “Mãe de Jesus, sob o título de Nossa Senhora Aparecida, interceda junto a Deus para que nos conceda a graça de continuarmos prosseguindo unidos no mesmo Caminho que é Jesus, Verdade e Vida”, finaliza.

 

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