VIVER SÓ DE PENSAR E CRITICAR, É VIVER PELA METADE

Prof. Dra. Luciana Flor Correa Felipe

 

Na Antiguidade Clássica o que chamava a atenção em alguém que se destacava pela própria intelectualidade era a sua capacidade de dominar, dentro de suas possibilidades, as mais diversas áreas da compreensão humana. Tínhamos, neste período, conhecedores exímios de cálculos e que ao mesmo tempo exerciam atividades ligadas à medicina e ao ensino, por exemplo. O conhecimento humano era visto como um todo que deveria ser buscado e vivido.

Com o passar do tempo, no entanto, entramos num processo de segmentação do conhecimento em áreas que, gradativamente, foram se distanciando do conhecimento global. Sob o pretexto de facilitar o aprendizado e dar-lhe aplicação social, estes foram sendo agrupados em disciplinas, que passaram a ser trabalhadas separadamente umas das outras.

E, a divisão dos objetos em disciplinas fez com que, cada vez mais, os conteúdos se afastassem entre si, de forma que em alguns momentos não se percebe mais a familiaridade entre eles. Ou seja, o paradigma de separação entre o sujeito e o objeto, fragmentou o conhecimento e as estruturas sobre as quais se apoiam sua construção e disseminação.

Neste sentido, como a prática da interdisciplinaridade prevê um processo integrado e contínuo na formação do conhecimento, permitindo o diálogo entre conhecimentos e áreas, esta tornou-se uma saída para este cenário de segmentação. Entendendo-a de forma abrangente, a interdisciplinaridade se pauta na necessidade de superação da visão mecânica e linear que a fragmentação dos métodos separou.

Entretanto, para ser efetiva, a atuação interdisciplinar precisa ser planejada e conquistada pela articulação da epistemologia da prática com a epistemologia social. Por isso, buscar compreender os aspectos sociais do fenômeno científico-tecnológico e suas consequências para a sociedade é uma opção absolutamente viável.

Assim, a prática interdisciplinar, necessária à superação da visão restrita de mundo, deve romper as barreiras que frequentemente se estabelecem entre as disciplinas e, gerar integração e engajamento de educadores num trabalho conjunto e de interação; das disciplinas entre si e, destas com a realidade.

Deste modo, os estudantes terão condições de exercer criticamente a cidadania e de enfrentar os problemas complexos, amplos e globais da realidade atual. Nessa perspectiva, os conteúdos das disciplinas devem ser trabalhados formando uma teia de conhecimentos. Ou seja, se deve cumprir programas, mas ir além: proporcionando aos estudantes, relações que visem o crescimento intelectual para uma efetiva participação na civilização, com menores danos sociais.

Por isso, cabe aos educadores, de todas as áreas, fundamentar-se em uma nova visão de mundo, e atuar como precursores de um processo de aprendizagem que integre o conhecimento e a busca de respostas inovadoras para a problemática contemporânea. Afinal, viver só de pensar e criticar, é viver pela metade.

 

Você sabia?

A FAPESC vai selecionar recursos humanos para atuação técnico-científica na implantação de práticas de pesquisa, desenvolvimento e inovação na execução do Programa de Disseminação e Divulgação da Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) do Estado de Santa Catarina por intermédio da oferta de bolsas de desenvolvimento, pesquisa e inovação a profissionais capacitados e com experiência profissional para atuarem em atividades na área de Comunicação Social, Design, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

O objetivo do programa é desenvolver pesquisa e mapeamento das ações de Ciência, Tecnologia e Inovação no estado de Santa Catarina, a fim de gerar difusão, divulgação, disseminação, fortalecimento e avanço da Ciência, Tecnologia e Inovação produzida pelo Ecossistema de CTI do estado de Santa Catarina. O valor da bolsa corresponde a R$ 3.000,00 (três mil reais) por mês.

Outras informações: http://www.fapesc.sc.gov.br/edital-de-chamada-publica-fapesc-no-22-2020-programa-de-divulgacao-da-ciencia-tecnologia-e-inovacao-cti-do-estado-de-santa-catarina/

 

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