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Vítima de massacre de Suzano, ao deixar hospital, diz que sonha em ser jogador de basquete

Ao receber alta no hospital Santa Maria na manhã desde sábado (16), o estudante José Vitor Ramos Lemos, de 18 anos, contou que pretende ser jogador de basquete. Ele foi atingido por um machado durante o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na última quarta-feira (13).

O ataque deixou oito mortos e outros cinco estudantes continuam internados. Em São Paulo, uma adolescente ferida deixou a UTI do Hospital das Clínicas e segue na enfermaria da unidade. O quadro de saúde dela é estável.

Os assassinos eram ex-alunos da escola. A investigação aponta que Guilherme Monteiro matou Henrique Castro e, em seguida, se suicidou. A polícia diz que os dois tinham um “pacto” segundo o qual cometeriam o crime e depois se suicidariam.

José Vitor, mesmo ferido, buscou atendimento médico sozinho no hospital que fica próximo da escola. “Eu pretendo voltar para a escola. O apoio de todo mundo vai me ajudar, e já está me ajudando. Agora é dar a volta por cima e esquecer, na verdade, não é esquecer, é passar por cima. Graças a Deus eu estou vivo e meu sonho é ser jogador de basquete. Eu tenho bastante sonhos pela frente e meu sonho é ser jogador de basquete.”

O aluno disse que ainda pensou na namorada quando saiu da escola. “Na hora eu só pensava na minha namorada. Ela estava dentro da escola e eu não sabia que eu não tinha condição de voltar. Pensei em correr para o hospital. Graças a Deus, quando cheguei no hospital, eu fiquei com o celular na mão e, graças a Deus, veio a ligação e ela está bem.”

A mãe do estudante, Sandra Regina Lemos, disse que conhecia o adolescente de 17 anos que foi levado ao Fórum nesta sexta-feira (15), suspeito de envolvimento no crime. “Eu fico chateada por ser vizinho, um garoto da mesma idade e pela mãe não saber. Por ele não ser preso, tudo isso é consequência do nosso país.”

A evolução do menino surpreendeu a equipe médica. “A localização do machado, às vezes, pega vaso, artéria, pega nervo ou pega veia. A minha preocupação era que tivesse acontecido isso. A gente já estava pensando que tivesse que fazer algum enxerto vascular. Mas, no fim, graças a Deus, só desinserido o músculo”, afirma o médico Austelino Mattos.

José Vitor recebeu alta junto com Samuel Silva Felix. O adolescente de levou um tiro na perna e saiu na cadeira de rodas. “Eu passei por uma cirurgia e agradeço a todos os médicos. Eu vou chegar em casa agradecendo. Eu estou com saudade da minha casa e vou descansar mesmo.”

A sua mãe, Andrea Felix, disse que dará todo o apoio ao filho e também que os demais estudantes da escola precisam de suporte.

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